"Tenho 14 títulos. Não há obrigação de vencer a Copa América"
Tite sabe que não poderia exigir adversários mais fracos no sorteio dos grupos. Mas não aceita a obrigação de ganhar o torneio no Brasil
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Rio de Janeiro, Brasil
"Eu já tenho 14 títulos na minha carreira.
Não há obrigação da Seleção Brasileira vencer a Copa América.
E sim conseguir um grande desempenho.
E é o que ela fará."
Tite não quis assumir o compromisso de vencer o torneio.
Mesmo sabendo que ele não será fácil apenas na primeira fase, a de grupos.
O treinador deixou claro que não quer a pressão da conquista.
Para evitar a decepção com um fracasso, por exemplo, na final.
Ele quer o Brasil jogando melhor do que o Mundial.
E para isso, convocou até Messi.
"Eu quero que ele venha. O Brasil precisa sempre ter pela frente os melhores. A presença de Messi seria ótimo para a competição", diz, também, espertamente.
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Em caso de fracasso da Seleção, com a Argentina sem Messi seria um desastre.
E não há grande empolgação do meia do Barcelona para vir jogar no Brasil.
A desilusão das duas finais da Copa América e a eliminação na Copa do Mundo ainda não foi superada.
Tite não quis nem confirmar o óbvio.
A incrível fragilidade dos adversários do Brasil.
"Não tenho o direito de pensar que o grupo é fácil. Estou há muito tempo no futebol para pensar que o adversário não tem chance. Basta o jogo começar e todos tentam se superar.
O Brasil tem de fazer o seu trabalho. Se pegarmos o ranking da Fifa, eles não são os melhores colocados. Mas temos a consciência que nós precisamos jogar bem para vencer. E é o que buscaremos fazer."
Quando Bolívia, Venezuela e Peru foram confirmados como adversários brasileiros houve um clima de frustração no Centro das Artes, local do sorteio, aqui no Rio.
Até mesmo para motivar seus jogadores, o treinador do Brasil terá dificuldade.
"A gente vai buscar informações específicas, porque após Eliminatórias e Mundial, normalmente, há reciclagem. Claro que Bolívia e Venezuela não estão bem ranqueadas. Teoricamente, eles não estão no mesmo nível técnico do Peru, mas isso não significa nada dentro de campo", dizia, tentando ao máximo valorizar os rivais.
Tite realmente deixou claro que precisa estudar os adversários.
Só se manifestou sobre um atleta.
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Quer que Guerrero faça parte do time peruano.
"Desde que esteja em condições legais, seria ótimo ter o Guerrero contra nós. Eu torço sempre por ele, porque tenho uma dívida eterna com ele", dizia, se referindo aos gols marcados pelo atacante que deram o título mundial de 2012 ao Corinthians, quando Tite era o treinador.
O treinador quase deu um beijo em um repórter quando ele lembrou que na última Copa América, em 2016, o grupo do Brasil tinha o Equador, Peru e o Haiti. E mesmo assim, o time de Dunga conseguiu ser eliminado, ficou à frente apenas do Haiti.
"A história sempre ensina. Precisa sim ser levado em consideração. As derrotas ensinam."
Tite foi confrontado sobre a pressão de atuar no Brasil.
"Tem de ser um motivo de orgulho para qualquer jogador. Ter a honra de atuar com a camisa da Seleção dentro do Brasil é um privilégio. Não será pressão e sim orgulho", enfatizava.
Tite sabe que a Seleção só atuará no Maracanã se chegar à final da Copa América.
O primeiro jogo, diante da Bolívia, será no Morumbi. O segundo, contra a Venezuela, na Fonte Nova, em Salvador. E o terceiro, também em São Paulo, no Itaquerão, tendo pela frente o Peru.
"Eu sempre brinco. Quando alguém fala que foi jogador de futebol, pergunto se jogou no Maracanã. Se não jogou, não foi jogador. Por isso que estou muito animado com o amistoso que faremos no Maracanã pouco antes da Copa América", dizia.
O adversário ainda não está confirmado, mas Tite deseja que seja europeu.
E tradicional.
Preocupaçao na fisionomia do treinador só surgia quando o assunto era a contusão de Neymar.
"Humanamente, me preocupa, sim. Mas eu tenho as mesmas informações que vocês têm. Ele precisa de mais três dias para saber qual vai ser a real recuperação, como ele reage. Espero que esteja tudo bem. Sábado, eu viajo com o Edu e vamos ter contato com os atletas e vamos assistir a jogos do Liverpool, do Barcelona, do PSG. Lá a gente se informa melhor."
Mas Tite já sabe que uma nova cirurgia no metatarso está descartada.
O que traz muito alívio ao técnico.
Menos do que a melhor notícia que ele teve nesta quinta-feira.
O sorteio do grupo do Brasil na Copa América.
Nunca teve pela frente tantos adversários fracos...
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