Socos, chutes, proibição de estudar, ter conta bancária. Acusações da ex, que podem causar a prisão de Pedrinho, do São Paulo
Depoimento da ex-namorada Amanda Nunes é estarrecedor. Uma história de horror, por conta do ciúme doentio do jogador. Além de não atuar mais pelo São Paulo, o risco de sua prisão é real. Ele não pode chegar perto de Amanda
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Uma história de terror.
De abusos.
Assim pode ser resumido o depoimento de Amanda Nunes, ex-namorada de Pedrinho, jogador do Lokomotiv, emprestado ao São Paulo.
São 56 páginas de relatos de abusos, agressões, ameaças, até de morte. E várias fotos de hematomas, cortes, inchaços, provocados por supostos socos e chutes dados pelo atacante.
O ciúme chegava ao ponto absurdo de que ela fosse proibida de estudar, ter conta bancária, ser obrigada a dizer aonde iria a cada instante.
O controle era absoluto.
Qualquer reclamação terminava em ameaças e agressões, de acordo com Amanda.
E ela ouviu dele a frase mais temida.
"Se não for minha, não será de mais ninguém."
O que pode ser interpretado como ameaça de morte.
O relato de Amanda Nunes foi tão chocante que ela conseguiu um termo de pedido de concessão de medida protetiva.
Ou seja, Pedrinho não poderá ficar a menos de 300 metros dela e da família da ex-namorada. Não poderá também ficar perto da casa de Amanda, muito menos frequentá-la.
Não pode entrar em contato por telefone, internet ou qualquer outra maneira.
Também não pode postar, compartilhar ou comentar as publicações de Amanda.
A situação ficou muito pior para o jogador, depois das confirmações de agressões, ameaças e maneira obsessiva com que ela garantiu ser tratada. Com direito a 13 fotos acopladas às denúncias.
Amanda esteve ontem na 4ª Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo.
Falou por uma hora e meia com a delegada Marina Cerqueira.
Pedrinho também terá direito de dar sua versão.
Mas a acusação é muito consistente.
E narra uma rotina de horror.
A direção do São Paulo foi pega de surpresa com a situação. Pedrinho foi uma conquista muito comemorada. Havia outros clubes interessados no velocista atacante, que começou no América Mineiro, passou pelo Red Bull Bragantino e foi para o Lokomotiv.
Seu empréstimo até o fim do ano custou cerca de R$ 4 milhões, com a possibilidade de compra por mais R$ 18 milhões, em dezembro.
Ele estava conseguindo impor seu estilo driblador, veloz.
De acordo com os relatos, cada vez piores, só se confirma a postura da maioria dos conselheiros e membros da direção: a de que Serginho não vestirá mais a camisa do São Paulo.
O que o departamento de futebol do clube articula é uma maneira de evitar prejuízo. Ou seja, repassar o atleta para outra equipe, assim como fez com Jean, que, em 2017, agrediu sua esposa e foi emprestado ao Cerro Porteño.
Só que não será tão fácil.
Advogado consultado pelo blog afirma que as evidências são muito fortes contra o atacante.
Jean foi liberado pela polícia americana das agressões que cometeu em Orlando.
Serginho, não.
Ele teria agredido e cerceado Amanda no Brasil, em São Paulo.
E responderia pelos crimes aqui.
Podendo até ser preso, caso tudo o que a namorada afirma seja confirmado.
Pedrinho está afastado dos treinamentos desde sexta-feira. Ele ainda ficou com o elenco por dois dias, depois de a denúncia de Amanda se tornar pública.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, proibiu os jogadores de comentar o caso. Assim como Rogério Ceni tratará como um "problema particular" de Pedrinho.
A estratégia do afastamento era para "acalmar a situação".
Mas ela só ficou pior quando as acusações de agressões e abusos, feitas por Amanda, se tornaram públicas.
A situação de Pedrinho, não só como jogador, está complicadíssima.
Mas como cidadão acusado de agredir uma mulher.
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