Neymar voltará à Seleção. Como capitão. Depois de nove anos, voltará a usar a faixa. ‘Soberbo.’ ‘Brilhante’. ‘O craque está de volta.’ Europeus se dobram. Ele ressurge para o mundo, no Santos
O espetacular gol olímpico e as duas assistências contra a Inter de Limeira viraram assunto no planeta. Aos 33 anos, Neymar volta a ser respeitado como jogador. “Não tenho mais 19 anos. Mas estou melhorando a cada dia.” Ele foi responsável pela vitória de 3 a 0 do Santos

“Bruna Marquezine! Bruna Marquezine! Bruna Marquezine!”
Os torcedores da Internacional de Limeira tiveram uma péssima ideia.
Imitar o que os corintianos fizeram em Itaquera.
Gritar pelo nome da ex-namorada de Neymar.
Afinal, no acanhado estádio Major José Levi Sobrinho, a distância entre o jogador e a torcida era de cerca de 10 metros, quando cobrava escanteio.
E foi assim que ele ouviu o coro, feito para abalar o jogador emocionalmente.
Só que Neymar, ao contrário do que aconteceu na Neo Química, estava preparado.
Incentivou os torcedores, para que não parassem de provocá-lo.
E foi assim que cobrou escanteio na cabeça de Tiquinho, aos oito minutos.
1 a 0, Santos.
A irritação dos torcedores do time do Interior sou aumentava.
O ato mais radical da vingança veio aos 26 minutos.
De novo provocado, ele foi bater outro escanteio.
Só que desta vez, foi genial.
Percebeu que o goleiro Igo Gabriel iria para o centro da área, para evitar novo cabeceio contra sua meta.
Neymar bateu com curva, direto.
Quando percebeu, o goleiro correu desesperado, tentando salvar o gol.
Mas a bola caprichosa bateu na sua trave direita e entrou.
Neymar correu para uma placa de publicidade, sentou em cima dela.
E encarou os torcedores que tentavam humilhá-lo gritando pela atriz.
Alguns deles fizeram o que repetiriam no final da partida.
O aplaudiram, tinham que agradecer terem assistido ao gol histórico.
Foi o primeiro gol olímpico de sua longa carreira.

Neymar ainda cobraria, cinco minutos depois, outro escanteio.
E na cabeça de Tiquinho.
Desta vez, Igo Gabriel ficou debaixo das traves.
O camisa 10 venceu o duelo psicológico e técnico.
Santos 3 a 0.
Seu time enfrentará o Red Bull Bragantino, no final de semana, lutando por uma vaga na semifinal do Paulista.
Vaga que era improvável, até a chegada de Neymar, que incendiou seus limitados companheiros.
Com a Internet acabando com as distâncias do mundo, os europeus tiveram de ‘dar o braço a torcer’.
E quase acabaram com os adjetivos para o renascido jogador.
“Soberbo”, ‘brilhante’, o ‘craque está de volta’.
Foram destaques para o L’Equipe, da França; A Bola, de Portugal; Marca, da Espanha, entre outros.
Uma redenção, para quem saiu tão desprestigiado da Europa.
“Estou indo jogo a jogo, me preparando, me sentindo cada vez melhor. Obviamente não voltarei a ter 19 anos, que saudade sinto! A vontade do jogador é defender seu país, para mim sempre foi uma honra, sempre me doei ao máximo. Gosto de representar o Brasil e o povo brasileiro. Se tiver oportunidade ficarei muito feliz.”
Neymar, ao final da partida, falava sobre a sua convocação, mais do que garantida, contra Colômbia e Argentina.
Depois, ironizou os torcedores que decidiram lembrar do fim do romance que teve com a atriz global, em 2018.
“Foram duas vezes. Fui bater escanteio, eles provocaram.
“Pedi para cantar mais alto e dei assistência.
“Fui lá e eles falaram de novo.
“Pensei, agora quem vai fazer sou eu.”
Neymar não poderia deixar passar a oportunidade de ter, de novo, todos os holofotes voltados para ele.
Seguiu na campanha contra gramados sintéticos.
Mas foi mais sutil.
“Conseguimos fazer gols de bola parada, mas a luz e o campo dificultaram bastante. Queremos que o gramado seja bom. Os de condição natural são mais favoráveis para o jogador.
“Na Série A teria que ser obrigação um campo bom. Para um futebol de qualidade, competitivo. Tinha que ser uma obrigação da CBF junto com a Fifa, um campo de boa qualidade para jogar. Irá ajudar o futebol brasileiro.”
Capitão do Santos, vivido, Neymar entendeu que não seria boa ideia comprar briga com a Federação Paulista de Futebol.
Muito menos com a CBF.

Sua preocupação maior, alertado por seu pai, precisa seguir na recuperação física e técnica.
A meta é chegar à Copa do Mundo de 2026, a última na carreira, o melhor possível.
Sem briga aberta com os dirigentes por conta dos gramados no país.
E no próximo domingo, a Vila Belmiro estará lotada.
O adversário será o ex-clube do treinador Pedro Caixinha, o Bragantino.
Neymar está mais do que animado.
Além do seu potencial técnico estar voltando.
O físico trata de mostrar que ‘tem memória’.
Ele atuou ontem, pela primeira vez, desde o rompimento dos ligamentos cruzados, em outubro de 2023, por 90 minutos.
Quem está exultante é também Dorival Júnior.
O treinador havia garantido para o próprio jogador.
Se ele recuperasse o ritmo, não demonstrasse medo das divididas e a vontade de jogar, seria convocado.
Estará na lista dos convocados.
Com uma novidade.
Depois de nove anos, como capitão da Seleção Brasileira.
Em 2016, com Tite, ele renunciou à tarja no ombro.
Mas agora, Neymar a quer de volta.
Com está com a faixa do Santos, com ‘muito orgulho’...