Situação se complica para Daniel Alves. Quarta versão sobre suposto estupro não convence. Risco de prisão entre 8 e 12 anos é sério
O lateral pediu para falar mais uma vez na Justiça. Seu depoimento foi inconsistente, de acordo com a imprensa espanhola. A tendência é que siga preso até o julgamento, correndo o risco de até 12 anos de cadeia
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Descrédito.
Quanto mais vezes Daniel Alves dá sua versão sobre o suposto estupro de que é acusado, mais ele se complica.
Hoje foi sua quarta versão sobre o que aconteceu no dia 30 de dezembro de 2022.
A imprensa espanhola noticiou, não levou a sério.
Pelo contrário, passou a questionar mais esse relato.
Ele está preso desde o dia 20 de janeiro.
A acusação pode levá-lo a uma condenação de 12 anos em regime fechado.
Por estupro, agressão, humilhação.
A mulher revelou em detalhes o que teria sofrido nas mãos de Daniel Alves.
O novo depoimento do jogador foi constrangedor e, de acordo com jornalistas espanhóis, deixou-o em situação pior diante da opinião pública mundial e mesmo da Justiça.
A ironia da imprensa espanhola vem por essa ser a quarta versão diferente do que aconteceu no dia 30 de dezembro, na boate Sutton, na Catalunha.
Quanto mais o jogador fala, mais se complica.
Daniel Alves deu hoje a sua quarta versão pública sobre o suposto estupro.
Primeiro, disse que havia ido à boate Sutton com amigos mexicanos e não conhecia a mulher que o acusava de relações sexuais forçadas no banheiro da boate.
Depois, diante das filmagens dos dois juntos, conversando, Daniel Alves teve de recuar. Disse, em depoimento formal à Justiça, que estava no banheiro quando a mulher invadiu o local e que ficou sem reação, sem saber o que fazer.
Em um terceiro depoimento, Daniel Alves decidiu falar que houve sexo oral. Que a mulher se lançou sobre ele, o agarrou. E que não havia revelado isso antes para "proteger" a suposta vítima que o acusa.
Na quarta versão, a de hoje, ele finalmente admitiu que houve relação sexual, com penetração, além do sexo oral. Mas reafirma que foi uma relação consentida.
E que não havia sido tão claro para a Justiça para preservar seu casamento com Joana Sanz.
O jornal La Vanguardia assegura que Daniel Alves, orientado por seu advogado, falou várias vezes em "atração sexual mútua".
E que o jogador insistiu no fato de que a mulher invadiu o banheiro, abaixou as calças do jogador e conduziu o sexo oral e, depois, a penetração.
Questionado sobre as lacerações, os profundos arranhões nos joelhos da suposta vítima, Daniel teria respondido que foi quando ela ficou de joelhos, depois de ter abaixado suas calças.
A defesa da mulher diz que a versão das mãos do jogador, que alegou ficar segurando as nádegas da suposta vítima, não coincidem com as investigações policiais.
Daniel Alves, por outro lado, nada falou sobre a reação de desespero da mulher ao deixar o banheiro, a crise de choro, as escoriações que exames periciais apontaram e que põem em sérias dúvidas o consentimento das relações sexuais. E que, segundo a imprensa espanhola, levaram a Justiça a aceitar a acusação de estupro.
Quanto à outra vez, em que o brasileiro alegou ter mentido à Justiça porque tentava esconder da esposa a relação sexual na boate Sutton, jornalistas espanhóis reafirmam que isso apenas complica sua situação.
O caríssimo advogado Cristóbal Martell tentou manter a pose.
E disse que entrará com novo pedido de liberdade provisória do jogador. Para que ele aguarde o julgamento fora da cadeia.
Mas a chance de liberação é quase nula.
Daniel Alves pode ficar preso por um ano, antes do julgamento.
Na Espanha, acusações tão sérias não são resolvidas rapidamente.
Primeiro, há a investigação do fato. Depois, as alegações da acusação.
E, finalmente, o julgamento.
Em média, para um rumoroso caso de suposto estupro, são meses em cada fase.
Um fato péssimo para Daniel Alves é que Joana Saenz, apesar do pedido do advogado de defesa, decidiu entrar com o divórcio. Passou a morar em Paris e não quer mais aparecer na cadeia, em Barcelona, para ver o jogador.
O jornal Mundo Deportivo publicou uma notícia sobre o comportamento de Daniel Alves que o deixou ainda pior diante da opinião pública.
Ele foi advertido pelos guardas do Centro Penitenciário Brians.
O motivo foi estar fazendo barulho na sua cela, batucando, cantando músicas de Carnaval.
Teve de ser lembrado que o presídio não era lugar para comemorações.
Situação surreal e que pesa ainda mais contra Daniel Alves.
Ou seja, o quarto depoimento do brasileiro foi péssimo...
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