Situação de Ronaldinho piora. Passaportes falsos foram pedidos
Defesa de empresária que o levou a Assunção garante. Passaportes falsos serviriam para facilitar criação de empresa de investimentos no Paraguai
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A situação de Ronaldinho Gaúcho e Assis se complicou de vez.
O advogado da empresária Dália Lopez, Marcos Estigarribia, acaba de afirmar que os passaportes falsificados não foram ingênuos presentes ao ex-jogador e ao empresário, para que pudessem lançar a biografia de Ronaldinho.
Os documentos seriam necessários para a criação de uma empresa.
E com Ronaldinho e Assis 'naturalizados', tudo seria facilitado.
Os documentos falsos seriam uma maneira de apressar a criação dessa casa de investimentos.
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O trâmite legal da naturalização levaria muito tempo.
Ou seja, nada teria sido 'por acaso'.
Mero 'agrado' ao ex-atleta que foi duas vezes melhor jogador do mundo.
Tanto que a Corte Suprema de Justiça do Paraguai garante: jamais houve pedido de naturalização de Ronaldinho Gaúcho ou Assis.
Apesar de o advogado negar, a TV ABC Color, principal do Paraguai, assegura que a empresa teria como principal sócia Dália, que levou Ronaldinho e Assis a Assunção.
Ela está com a prisão decretada.
Dália está foragida da justiça.
O Ministro Anticorrupção, René Fernández, tomou à frente do caso.
E o quer fazer simbólico.
Mostrar que o país vizinho não tolera mais falcatruas.
As investigações estão sendo sérias e rápidas.
Elas já indicaram que houve uma articulação criminosa para a obtenção dos passaportes.
E que teria à frente, ela mesma.
Dália.
Ela é presidente da ONG Fundação Fraternidade Angelical. Fundada no ano passado, a FFA teria como principal missão levar hospitais móveis à população carente, no interior do Paraguai.
Só que o MP paraguaio chegou à conclusão que ela usava a ONG para lavar dinheiro e sonegar impostos.
Dália sempre se cercou de celebridades para seu eventos, buscando dinheiro de milionários para a ONG e apoio de políticos.
A miss Paraguai já esteve ao lado da empresária buscando dinheiro para a Fundação Fraternidade.
Quanto a Ronaldinho Gaúcho e Assis, o caminho da falsificação dos passaportes parece já estar traçado.
Graças ao depoimento da mulher do empresário Wilmondes Sousa, Paula Regina Oliveira.
Nesta manhã, a situação ficou mais clara.
De acordo com Regina, Dália articulou o esquema de corrupção que conseguiu que duas mulheres tirassem seus passaportes e os entregassem à empresária, para que fossem violados.
Os números dos documentos foram mantidos.
Apenas as identificações foram mudadas.
Passaram a ter Ronaldinho e Assis como 'donos dos documentos'.
Uma falsificação tola ou arrogante, dependendo do ponto de vista.
Idiota porque uma mera checagem, por computador, mostraria que os documentos pertenciam a duas mulheres.
Ou arrogante, se a empresária acreditasse que pela importância de Ronaldinho Gaúcho, ninguém teria coragem de checar, de verdade, seus documentos.
Na verdade é que as mensagens de Dália no celular de Regina são devastadoras.
A empresária manteve a brasileira informada porque os documentos falsos foram enviados a Wilmondes Sousa, que os repassou ao ex-jogador e seu irmão e empresário, Assis.
A defesa de Ronaldinho entrou com um óbvio recurso.
O pedido de prisão domiciliar.
Para que ele e seu irmão possam sair da cadeia, a Agrupación Especializada da Polícia Nacional, onde estão desde sábado.
E passar a responder ao processo em um imóvel em Assunção. Alugado ou comprado, tanto faz.
A resposta será dada pela justiça em 48 horas.
Se conseguirem a transferência, seria um movimento certo para o segundo passo da defesa.
O pedido para que ambos respondam pela falsificação no Brasil.
Há enorme pressão da opinião pública e do próprio Ministério Anticorrupção. Para que não seja dada a regalia dda prisão domiciliar aos brasileiros.
E que eles sigam cumprindo a ordem da juíza Clara Ruiz Diaz.
Ela determinou que os dois seguissem presos, atrás das grades, enquanto durassem as investigações. Até o final.
Ruiz Diaz não aceitou a tese de prisão domiciliar, já levantada pela defesa, por conta da possibilidade de os dois fugirem para o Brasil.
Como não há extradição para nascidos aqui, se ficar comprovado crime no Paraguai, os dois poderiam não ser punidos.
As investigações podem levar seis meses.
E se ficar comprovada a culpa dos dois, enfrentarão julgamento no Paraguai.
Ronaldinho Gaúcho e Assis seguem sem querer dar declarações.
O domingo era dia de visitas.
Ronaldinho conversou muito com o ex-jogador Gamarra. O paraguaio disse que o ídolo brasileiro está 'revoltado' com a situação e diz ser 'inocente'.
O ex-jogador foi para o pátio tomar sol.
E deu inúmeros autógrafos para visitantes dos presos.
Enquanto isso, sua situação se complica a cada instante.
Já há um motivo para a falsificação dos passaportes.
A criação de uma empresa paraguai/brasileira.
Isso é muito grave...
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