Sheik nasceu para disputar a Libertadores. Salvou o Corinthians
Time jogou mal. E graças a Sheik desmoronou a retranca do Deportivo Lara. Vitória contra venezuelanos levou o time à liderança do grupo 7
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli
Aos 39 anos, Emerson Sheik foi fundamental na importante vitória do Corinthians, contra o Deportivo Lara. O time venezuelano não se deixava intimidar por jogar no Itaquerão. Conseguia, com uma distribuição tática muito bem feita. Travava as intermediárias com duas linhas de cinco atletas. Não deixava ninguém fixo no ataque.
O time de Fábio Carille tinha imensa dificuldade para encontrar espaço no ataque. O time se ressentia de mais talento na lateral esquerda e no comando de ataque. Guilherme Arana e Jô ainda não tiveram substitutos à altura. A ausência de Jadson, contundido, também pesava. Rodriguinho era o único armador. O sistema defensivo venezuelano se impunha.
O primeiro tempo já havia sido lamentável, sem emoção, graças à marcação do Deportivo Lara e à lentidão corintiana. O único lance que vale o registro foi um pênalti em Balbuena, Mendoza segurou sua camisa. A arbitragem não viu. Mais nada de importante aconteceu.
Foi quando, aos 19 minutos do segundo tempo, Sheik mudou o cenário. Ele recebeu lançamento de Fagner, descobriu Romero livre. E correu. Recebeu ótimo cruzamento do paraguaio. A cabeçada foi firme, para o chão. Indefensável para Salazar. Corinthians 1 a 0.
O jogador mais velho a vestir a camisa do Corinthians comemorava com um sorriso malicioso. Sabia que havia sido contratado de volta para isso. Mostrar personalidade, consciência e esperteza.
O gol deu confiança e mais vibração para os corintianos e tiraram o foco dos venezuelanos. Rodriguinho foi cruzar, a bola tocou no Pernia, e deslocou completamente Salazar: 2 a 0.
"Muito feliz de estar na terceira passagem, sinal de que fiz amigos e pude dar minha parcela. Nessa ouvi muita coisa, mas tinha aprovação do Fábio, dos atletas. O que faltava mesmo era os treinamentos, porque fiquei três meses sem jogar. Estou muito feliz porque tenho treinado pra caramba. Mas tenho noção da minha qualidade, do grupo, todo mundo quer jogar. Fico feliz em dar minha parcela, o gol. Mas vale lembrar que ainda tem mais 20, 30, que podem entrar e colaborar.
"Não acredito mais em jogador predestinado, um dia já acreditei, hoje não acredito nisso em sorte. Acredito que tem de trabalhar, se cuidar, predestinado talvez, mas hoje acho isso, que você consegue resultados bons", disse Sheik.
O time venceu. É líder do grupo 7, com três pontos. O resultado foi excelente. Mas o futebol, não. Carille precisa insistir com a diretoria em buscas de reforços. O Corinthians segue muito lento, previsível. Não será sempre que Sheik poderá mudar a rotina de um jogo sonolento como o de hoje.
O contrato do jogador de 39 anos vai até junho. Está claro que a diretoria corintiana será mais do que obrigada a esticá-lo pelo menos até o final do ano.
Os dirigentes confirmaram que seguem negociando com Zeca e com a diretoria santista. A transação poderá envolver Marquinhos Gabriel e Lucca. Por isso, a dupla não ficou nem no banco de reservas, hoje. Mas o Corinthians só contratará o lateral se não correr risco jurídico nenhum...
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