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Sem profecias tolas. Hernanes sente o vergonhoso jejum do São Paulo

Os sete anos sem conquistas do tricampeão mundial pesou na apresentação de Hernanes. Sem profecias. Só a amarga realidade 

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Hernanes frustrou quem esperava gracinhas. Mostrou tensão ao voltar ao Morumbi
Hernanes frustrou quem esperava gracinhas. Mostrou tensão ao voltar ao Morumbi

São Paulo, Brasil

"O São Paulo é muito grande para ficar tanto tempo sem conquistar títulos. O que eu trago é a inconformidade com essa espera absurda de tempo por títulos.

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Temos de estar inconformados até levantar um troféu e fazer campanhas dignas."

Essa foi a resposta mais interessante, profunda e amarga de Hernanes, no seu terceiro retorno ao São Paulo.


Acabou com o clima de festa em Orlando, ao trazer todos à dura realidade do Morumbi.

Hernanes fará 34 anos em maio.


E se mostrou mais sensato, se recusou a insistir em usar frases bobas, de repercussão na mídia, sem conteúdo.

Não quis alimentar o personagem tolo criado pela imprensa esportiva nacional.


Se recusou a seguir pelo caminho do "Profeta".

Ele percebeu que a situação no Morumbi está longe de gracinhas.

O tricampeão mundial segue um jejum histórico sem títulos.

Desde 2012 só acumula fracassos.

O clube entra no sétimo ano de frustração.

Em 2017, quando atuou emprestado pelo Hebei China Fortune, ele acreditou que sua passagem seria de alegrias, conquistas.

E lançou bobagens nos microfones.

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"A nossa vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente."

Apresentadores de televisão adoraram, comentaristas também.

Mas era um vazio triste, sem rumo.

"Nem estou pensando no futuro. Isso é legal. Quando o momento é intenso, não tem tempo de projetar muito. Você vive. Não dá para fazer os dois: ou pensa, ou vive", dizias, disfarçando. Estava preso ao contrato com os chineses e sua volta em 2018 era certa. Mas não queria assumir para a mídia nacional.

Hernanes sentiu na pele o quanto o São Paulo estava sem rumo.

Se saiu bicampeão brasileiro, para a Lazio, em 2010, sete anos depois, lutou, desesperado, contra o rebaixamento. Esteve perto da Segunda Divisão.

Dois anos depois, o clube segue sem ganhar nem o insignificante Paulista.

É natural que volte desconfiado sobre o que viverá no atual São Paulo.

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"Quando a gente é mais jovem, a gente é muito sonhador. O sonho vem antes de qualquer coisa. A gente trilhou alguns caminhos, aprendeu alguns caminhos, sabe que o sonho é importante, mas mais do que o sonho é o planejamento, a dedicação que vamos ter com o dia a dia com o trabalho, com a plantação.

Sempre digo que temos de pensar muito mais no momento de plantar pois a colheita é natural, vem como consequência do que tu plantou. Profecia não vem por vontade humana. Vem por inspiração e no momento certo os momentos proféticos irão acontecer", falou e frustrou repórteres atrás de bobagens, frases de conteúdo vazio, mas que conquistam manchetes.

Vale o inconformismo com a sucessão de fracassos do São Paulo.

Hernanes em 2017. Muita luta, pouca alegria e preocupação demais
Hernanes em 2017. Muita luta, pouca alegria e preocupação demais

E chega com o elenco reforçado.

O inseguro Leco percebeu que, lutou por décadas para ser presidente do clube, e está entrando na história como o dirigente colecionador de derrotas, frustrações. Já entra no quarto ano sem conquista alguma.

O São Paulo comprou Hernanes e ofereceu a ele um contrato de três anos.

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O jogador sentiu que nada será fácil.

E a responsabilidade que carrega para fazer o clube tricampeão mundial voltar a vencer.

Esboçou fazer graça.

Mas mostrou mais preocupação do que alegria.

"A pressão tem de existir. Ela existe mesmo. E ela é boa. Quando a gente estuda química entende que se muda a pressão algumas equações não acontecem. Num clube como o São Paulo tem de existir pressão mesmo."

A quatro meses de fazer 34 anos, o Hernanes que volta ao Morumbi é diferente.

Não será o personagem para alegrar noticiários esportivos sem conteúdo.

Assime ser o líder preocupado.

Sabe a enorme responsabilidade que carrega.

Os sete anos de fracassos do São Paulo pesam.

Acabaram com as frases irônicas, fúteis.

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O momento é muito sério.

O tricampeão mundial vive um jejum histórico.

Não é hora de gracinhas.

A apresentação de Hernanes foi a constatação.

Não há motivo para sorrisos no Morumbi...

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