Sem presente de Natal para Tite. Penúltimo da Espanha, Valencia, o recusou. Fracassos com a Seleção Brasileira e o Flamengo pesaram
Tite não teve o presente que tanto queria neste Natal. Perdeu a disputa para assumir o Valencia, clube médio espanhol, que está em crise. O fraco desempenho na Seleção e no Flamengo foi determinante para a rejeição. O espanhol Carlos Coberán foi escolhido
Cosme Rímoli|Do R7
Este sonho de Natal não se realizou.
O empresário Gilmar Veloz tem contatos importantes na Europa.
Soube que a direção do Valencia, clube em crise, estava procurando um treinador.
Na penúltima colocação no Campeonato Espanhol, a ameaça de rebaixamento é concreta.
Ele ofereceu Tite.
O ex-treinador da Seleção acalenta há décadas o sonho de trabalhar na Europa.
Só que o continente, com as equipes mais poderosas do planeta, rejeita técnicos brasileiros.
As direções acreditam que o potencial nacional está com os jogadores, responsáveis pelas cinco Copas do Mundo.
O mais recente técnico a trabalhar na elite europeia foi Luiz Felipe Scolari.
Ele ficou apenas sete meses no Chelsea, em 2009.
Foi sumariamente demitido.
Não dominava o inglês, quis confrontar os líderes da equipe.
Fracassou, como havia fracassado Vanderlei Luxemburgo, em 2005.
Também não falava espanhol, brigou com jogadores importantes e decidiu enfrentar a diretoria.
Sebastião Lazaroni também serviu para confirmar o fraco nível dos treinadores nacionais.
Depois da eliminação do Brasil na Copa de 1990, assumiu a Fiorentina.
Não suportou um ano.
E foi demitido.
Não dominava o italiano, sucumbiu ao péssimo desempenho do time, além de brigas com dirigentes e jogadores.
Ou seja, três técnicos importantes por aqui, que comandaram a Seleção, fracassaram de forma marcante na Europa.
Tite sabia disso.
Mas tinha como plano, depois da segunda Copa que comandava o Brasil, ir para um grande clube italiano.
Havia contato com agentes representantes do calcio, como o futebol é chamado na Itália.
O técnico, que já tinha grande ligação com o italiano, por conta da família, estudou a sério.
E mergulhou no inglês.
Só que o Brasil já havia fracassado com ele na Copa da Rússia, com jornalistas do Exterior acompanhando de perto o comportamento dos jogadores, principalmente Neymar, fazendo o que desejava em campo.
Como as constrangedoras simulações de faltas.
Autoridade do técnico é elemento obrigatório na Europa.
O time também se mostrou fraco taticamente, inconstante, defensivamente inseguro e dependente das arrancadas de Neymar, no ataque.
Foi eliminado pela Bélgica, seleção sem tradição.
Depois, no Catar, nova decepção.
Equipe com sérios problemas na recomposição, sem a bola, era facilmente atacada.
Lento no ataque.
Perdeu diante do conjunto da Croácia, muito mais competitivo, vibrante, moderno.
Tite se perdeu outra vez em relação aos jogadores brasileiros.
Se prestando a fazer a ‘dança do Pombo’, em pleno torneio, em um jogo contra a fraca Coreia do Sul.
As imagens do absurdo ‘bailado’ do treinador foram usadas pela Comissão Técnica croata, como incentivo contra o Brasil.
Comemorações exageradas de técnicos são feitas ao final dos torneios, com a conquista de títulos, não durante uma simples vitória.
Depois de outra eliminação precoce em Copa do Mundo, os agentes que buscavam clubes italianos para Tite, desistiram.
Ele foi rejeitado.
Mesmo assim, não quis duas vezes o Corinthians, clube que o levou à Seleção.
Jurou que não trabalharia no Brasil em 2023.
Quebrou sua palavra assumindo o Flamengo.
O desempenho foi constrangedor.
Mesmo com elenco bilionário, não deu a mínima consistência tática ao time.
Na Libertadores, principal alvo, montou retrancas constrangedoras.
Perseguiu Gabigol, o humilhando, transformando o grande ídolo em reserva do reserva.
A torcida passou a xingar Tite durante todos os jogos.
Foi demitido sumariamente.
Filipe Luís, sem experiência, com os mesmos atletas, tornou o Flamengo empolgante.
E venceu a Copa do Brasil.
Tite está há três meses desempregado.
Foi sondado pelo Grêmio e Atlético Mineiro.
Fez exigências salariais enormes e acabou descartado.
Ao saber que o Valencia havia demitido Rubén Baraja, há 48 hora, dia 23 de dezembro, Gilmar Veloz entrou em ação.
Jornalistas espanhóis revelaram que ele ofereceu Tite à direção do clube espanhol.
Só que os fracassos seguidos do técnico na Seleção e no Flamengo pesaram.
Tudo que aconteceu no Rio de Janeiro, com Gabigol, e a rejeição do Maracanã lotado, foi levado em consideração.
Auxiliares do magnata singapuriano Peter Lim recomendaram outro técnico.
E o escolhido foi o espanhol Carlos Coberán, que trabalhava na Segunda Divisão da Inglaterra, no West Bromwich Albion.
A decisão acabou anunciada ontem, véspera de Natal.
Ou seja, Tite não recebeu o presente que sonhava.
Nem o penúltimo colocado do Campeonato Espanhol quis sua contratação.
Mas repórteres gaúchos garantem.
Aos 63 anos, ele ainda vai esperar o tal convite de uma equipe importante europeia.
Milionário, por passagens no mundo árabe, clubes importantes do Brasil, seis anos de Seleção.
E mais recentemente com o salário de R$ 1,8 milhão e multa de R$ 4,2 milhões para ir embora do Flamengo, pode esperar o tempo que for.
Gilmar Veloz não desiste.
Vai continuar oferecendo Adenor na Europa…
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