Sem empolgar, Brasil vence a esfacelada Venezuela. 3 a 0
O time de Tite foi pouco ousado, diante da fraca Venezuela, sem sete titulares, infectados pela Covid. Neymar foi o destaque, na fácil vitória brasileira. Começou a Copa América
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A imagem foi perfeita.
Um médico e um enfermeiro carregando o troféu da mais rejeitada Copa América da história.
Depois de a Colômbia e a Argentina recusarem o torneio, com a América do Sul padecendo pela pandemia da Covid-19, a competição começou no Brasil, hoje, em Brasília.
Com vitória da Seleção, por 3 a 0, contra a Venezuela, desfalcada de sete titulares, contaminados pelo coronavírus.
Marquinhos marcou no primeiro tempo, depois de cobrança de escanteio. E, no segundo tempo, Neymar cobrou pênalti em Danilo. E marcou seu 67º gol pelo Brasil, empatando com Ronaldo na artilharia da Seleção Brasileira em todos os tempos. Pelé tem 95 gols.
Neymar ainda fez excelente jogada individual, aos 43 minutos de jogo. Partiu entre a defesa adiantada da Venezuela e serviu para Gabigol marcar de peito.
O time de Tite teve pela frente o símbolo desta competição. A Venezuela, com 13 membros de sua delegação contaminados pelo vírus, ao desembarcar no país.
A equipe do português José Peseiro, que já é fraquíssima, penúltima colocada nas Eliminatórias, teve de entrar em campo sem sete titulares.
A responsabilidade toda estava toda nas mãos do time de Tite.
Nem com todos os problemas venezuelanos, o treinador brasileiro escalou uma equipe ofensiva, como as circunstâncias recomendavam.

Não, Tite decidiu evitar maiores problemas. E fiel à sua estrutura ortodoxa, tradicional, com dois volantes de marcação: Casemiro e Fred. Mesmo sabendo que a desfalcada Venezuela jogaria atrás, se defendendo. Atuando no 3-6-1.
O treinador brasileiro segue tendo um grave problema: a falta de ousadia.
A Seleção atuava no 4-3-3, com Lucas Paquetá como o terceiro homem de meio-campo. Sem a convicção desejada na posição. Fracassava, assim como Roberto Firmino, diante do Paraguai.
Neymar, segue o grande privilegiado por Tite.
Flutuando entre os atacantes, sem a mínima preocupação de marcação, intensidade. Ele tinha a liberdade para driblar, buscar a bola na intermediária, lançar, correr pela direita, pela esquerda, pelo meio.
Gabriel Jesus, aberto pela direita, foi absolutamente esquecido, no primeiro tempo. Até porque Danilo estava tímido no apoio.
Na esquerda, Renan Lodi tinha toda a liberdade para atacar, com o apoio frequente de Neymar, que insistia no setor que mais gosta de atuar. Richarlison tratava de brigar dentro da área, com os zagueiros venezuelanos, para abrir espaço aos companheiros.
Mesmo sem a menor iniciativa dos venezuelanos, o Brasil criou pouquíssimas chances no primeiro tempo. E marcou seu primeiro gol aos 22 minutos. Neymar cobrou escanteio, a bola sobrou para Marquinhos, que chutou prensado, mas a bola entrou. 1 a 0.
O Brasil teve 68% de posse de bola, mas insistia em tentar vencer a barreira venezuelana pelo meio. O que facilitava a marcação. O time seguiu penso, só atacando pela esquerda, até o final da primeira etapa.

No segundo tempo, José Peseiro adiantou um pouco a sua marcação. Percebeu que o Brasil era uma equipe desequilibrada.
Com mais espaço, a Seleção desfrutou dos contragolpes.
E Danilo surgiu livre na área, deu uma meia-lua em Mago e acabou derrubado infantilmente por Cumaná.
Pênalti que, lógico, Neymar cobrou.
E marcou, deslocando Graterol, 2 a 0, Brasil.
A partir daí, Tite fez várias trocas.
O ritmo continuava o mesmo, lento.

Até que Neymar conseguiu se infiltrar na adiantada defesa venezuelana. Aos 43 minutos deu uma arrancada impressionante. E cruzou a bola para Gabigol empurrar, com o peito, a bola nas redes venezuelanas.
3 a 0.
Vitória obrigatória.
Mas sem empolgar...