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Cosme Rímoli - Blogs

Seduzido, Memphis vira mais um do ‘bando de loucos’. Na noite de apresentação, a classificação do ‘seu’ Corinthians. Vinda do coração

Aos 51 minutos do segundo tempo, André Ramalho voou e cabeceou para estufar a rede do Juventude. Vitória do Corinthians por 3 a 1, desvantagem revertida. Classificação à semifinal da Copa do Brasil. O adversário será Flamengo ou Bahia

Cosme Rímoli|Do R7


André Ramalho comemora, emocionado, o gol da classificação do Corinthians Rodrigo Coca/Corinthians

Nas tribunas, com sua blusa de lantejoulas, o holandês Memphis Depay pulava, enfeitiçado.

Sequestrado emocionalmente pelo prazer coletivo de 45 mil pessoas.

Se esqueceu da pose que fez questão de manter, na sua incrível festa de apresentação.

Foi a maior já feita na história do Corinthians.


Igual à conquista de um título, em Itaquera.

Quando, aos 51 minutos do segundo tempo, André Ramalho cabeceou para as redes do Juventude, acabou qualquer fleugma.


Memphis era mais um do ‘bando de loucos’.

Sentia, na prática, o prazer do batismo no ‘hospício’, como resumia a faixa que se deixou fotografar, ao pisar em São Paulo, na madrugada de ontem.


A estrela da seleção holandesa começou a aprender o que é o Corinthians.

O clube marcado pela superação, pelas vitórias arrancadas a fórceps, na garra, na luta intensa no último minuto de jogo.

No coração.

Foi assim, trocando a estratégia pela vibração, pela vontade.

Com o time empurrado pelos gritos incessantes de sua torcida especial, que não deixa seus jogadores desistirem enquanto a partida não acabar.

O ano que começou tão pesado, com a eliminação do Paulista na primeira fase. Com demissões de Mano Menezes e António Oliveira, depois de trabalhos fraquíssimos.

A guerra política rachando a direção, colocando o presidente Augusto Melo na mira do impeachment.

Com escândalo policial de patrocinadora.

A saída, mesmo com a dívida de R$ 2,2 bilhões, foi contratar.

E comprometendo R$ 70 milhões, chegou o 19º jogador de 2024.

Memphis esteve no centro do gramado de Itaquera.

Memphis descobriu o que é 'ser Corinthians', ontem à noite Corinthians

Recebeu uma festa que nem Garrincha, Ronaldo, Carlitos Tevez, Adriano Imperador ou Alexandre Pato tiveram.

Mostrou sua camisa 94, que usará enquanto estiver na América do Sul.

Embolsará R$ 2,9 milhões a cada 30 dias.

E viu o Corinthians, de Ramón Díaz, ainda em busca de um time, conseguir grande superação.

Enfrentou a pressão de ter de vencer o organizado Juventude de Jair Ventura.

O argentino abriu mão de sua linha de três zagueiros.

Optou por colocar Romero para jogar com Yuri Alberto e Talles Magno.

Raniele e Charles tratavam de se desdobrar nas intermediárias.

Para que, em uma aposta certeira, deixar Garro só com a incumbência de articular os ataques corintianos.

O meia argentino mostrou mais uma vez todo seu talento.

E contou com a colaboração inacreditável de Jair Ventura que, preocupado com cruzamentos, tratou de escalar sua equipe com três zagueiros, deixando Garro atuar entre as linhas, com total liberdade.

Mas o Corinthians está longe de ser uma equipe pronta.

Sujeita a inúmeros momentos de instabilidade.

Capaz de dar 25 arremates a gol, mas sofrer nove.

Mesmo jogando em casa e diante de um time com muito menos recursos técnicos, a vitória veio na garra, na luta.

No cérebro e no pé esquerdo de Garro, que abria importantes brechas na defesa gaúcha.

Aos 28 minutos, veio o primeiro gol, em uma grande ação do ataque.

Yuri Alberto deu bom passe para Talles Magno, que deixou Romero livre.

1 a 0.

Gol que deveria trazer tranquilidade.

Mas o Juventude teve facilidade para invadir a defesa corintiana, quando adiantou suas linhas.

E conseguiu o empate.

Teve um gol discutível anulado de Lucas Barbosa.

Mas empatou em outro lance discutível.

Depois de um escanteio, Hugo acabou marcando contra, depois de choque com Zé Marcos, que empurrou Fagner.

1 a 1, aos 40 minutos.

No segundo tempo, Jair Ventura mandou sua equipe recuar demais.

E seguiu deixando Garro à vontade.

Aos 36 minutos, quando a tensão já dominava a todos, inclusive Memphis, veio o segundo gol.

O meia argentino chutou fortíssimo, Gabriel rebateu e Zé Marcos marcou contra.

O Corinthians igualava o placar de Caxias do Sul.

Precisava de mais um gol para chegar à semifinal.

E lutou muito, seus jogadores acreditaram até o último instante.

Já não havia mais esquema, só gana, garra e jogadores superlotando a área do Juventude.

Aos 51 minutos, veio o gol da justiça.

André Ramalho voou no escanteio e cabeceou para as redes de Gabriel.

Itaquera tremeu.

Memphis pulou vibrando, empolgado, capturado pela energia da Fiel.

Corinthians 3 a 1.

Classificação para a semifinal da Copa do Brasil.

Noite perfeita.

Memphis com sua blusa de lantejoulas tapada pela camisa do Corinthians Corinthians

O Corinthians parece a caminho de uma reviravolta em 2024.

Empolgado.

Para sair da zona do rebaixamento do Brasileiro.

E lutar pelos títulos da Copa do Brasil e da Sul-Americana.

Reforçado por um holandês que acreditou que seria a estrela da noite.

Mas quem brilhou de verdade foi o Corinthians.

Como tem de ser...








Veja também: Bastidores da classificação sobre o Juventude com a apresentação de Memphis

O Corinthians está na semifinal da Copa do Brasil. Jogando ao lado da Fiel na Neo Química Arena, o Timão venceu o Juventude por 3 a 1 no dia da chegada de Memphis Depay.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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