‘Se perdêssemos estaríamos mortos.’ Emiliano Díaz resumiu a pressão que o Corinthians vivia. “Tenho orgulho desse time.” Memphis
O time de Ramón Díaz vivia momentos de pura tensão antes da partida de ontem. Eram obrigatórios os três pontos contra o fraco, e desesperado, Cuiabá. Memphis cobrou com personalidade o pênalti que Thales Magno sofreu. 1 a 0 sem riscos
Cosme Rímoli|Do R7
Dois gols e três assistências.
Em quatro partidas como titular.
Memphis Depay está valorizando cada centavo dos R$ 2,9 milhões que recebe.
Ele está sendo o principal responsável para que a cláusula rebaixamento não seja acionada.
Ou seja, se o Corinthians cair para a Segunda Divisão, seu contrato será rescindido.
O holandês não aceita nem pensar em jogar a Série B no Brasil.
E foi o jogador que decidiu o jogo de ontem, contra o Cuiabá, fundamental para o clube paulista ter saído da zona do rebaixamento.
Ele assumiu e teve todo o apoio dos companheiros para cobrar o pênalti precipitado de Marllon em Tales Magno.
O gol, deslocando Walter, foi o lance responsável pela vitória por 1 a 0, aos 43 minutos do primeiro tempo.
O Corinthians não jogou bem.
Foi prático.
O objetivo eram os três pontos, não golear, dar show.
Travar o adversário.
E foi o que aconteceu, diante de um adversário com elenco fraco tecnicamente, sem criatividade ofensiva.
Marcando forte nas intermediárias, o time de Ramón Díaz conseguiu o que queria.
Travou o ritmo veloz que o Cuiabá sonhava impor.
E conseguiu os três pontos, que tanto precisava.
Saiu da zona do rebaixamento e vai decidir sua sorte na Sul-Americana, contra o Racing, sem tanta cobrança, na quinta-feira.
O sorriso e a vibração de Memphis denunciava o quanto fez bem ao elenco esses três pontos.
" Não preciso dizer o quão importante é essa vitória, todo mundo sabe disso, todo mundo conhece a nossa situação, então fizemos o que precisava ser feito hoje, estamos muito felizes. Acho que isso nos dá confiança para agora trabalharmos em alguns jogos, é importante entrar nesse ritmo, ter esse tipo de confiança.
“Porque hoje só vencemos por 1 a 0, podíamos ter feito melhor e ainda melhoramos, mas hoje estou orgulhoso da equipe, não sofremos gol, continuamos lutando e com esse tempo também não está fácil, então eu estou orgulhoso da equipe hoje.”
O Corinthians realmente não empolgou.
Ramón Díaz quis poupar Garro para o jogo contra o Racing.
E não pôde escalar Yuri Alberto, suspenso.
Outra vez Coronado não rendeu, não foi o maestro substituto que se esperava.
O que refletia em Memphis, que também não conseguiu se impor tecnicamente.
Mostrava personalidade, antevia jogadas, mas estava sem companhia.
Tales Magno usava o que tem de melhor, sua velocidade.
O Cuiabá não mostrava poder de fogo algum.
Time limitado e coordenação nem para marcar mais à frente, a saída de bola corintiana, como ameaçou fazer.
O técnico Bernardo Franco sabe o time que tem, sem talento onde mais precisa, na articulação de jogadas ofensivas.
Não fez o Corinthians sofrer, mesmo com Félix Torres e Cacá, dupla que testa o sistema cardíaco dos corintianos.
Em um jogo previsível, sem emoção, a vitória corintiana.
Comemorada no vestiário com enorme empolgação.
“Sabíamos que se hoje perdêssemos seria impossível virar a chave.
“Sabíamos que era um jogo de vida ou morte e era difícil joga-lo.
“Se perdêssemos estaríamos mortos.
“Saímos da zona (de rebaixamento), respiramos, nem nós nem o grupo gosta de jogar assim, mas quem já jogou e quem está lá dentro sabe que era difícil, cada bola pesa, você sabe que é uma decisão.
“O grupo respondeu.
“Não gostamos de ganhar assim, trabalhamos para jogar de outra forma, mas eram três pontos que ou nos davam a vida ou estávamos mortos”, disse, direto, Emiliano Díaz, o filho e auxiliar de Ramón Días.
Quando ele resumiu que ‘não gostamos de ganhar assim’, ele se referia ao futebol travado do Corinthians, mais preocupado em manter a vitória, com o gol de pênalti, aos 42 minutos do primeiro tempo.
Mas foi desse jeito que o Corinthians saiu da zona do rebaixamento.
Finalmente respira.
E se prepara para enfrentar o Racing, sonhando com a final da Copa Sul-Americana.
Assim, recuperar de vez a confiança, para tentar vencer o Palmeiras, na próxima segunda-feira, dia 4, em Itaquera.
Ou seja, serão mais dois jogos de vida ou morte...
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