Cosme Rímoli 'Se me deixarem sozinho, faço acontecer.' O humilde Neymar

'Se me deixarem sozinho, faço acontecer.' O humilde Neymar

O jogador do PSG nega ter simulado faltas ou exagerado nas inúmeras vezes que rolou pelo gramado. Pura negação da realidade

  • Cosme Rímoli | Do R7

"Se me deixar sozinho vou fazer acontecer", humildade passa longe de Neymar

"Se me deixar sozinho vou fazer acontecer", humildade passa longe de Neymar

CBF

São Paulo, Brasil

“As críticas foram interessantes.

A partir do momento que você não ganha, as críticas começam a aparecer.

Sofri muitas faltas na Copa do Mundo. Se vocês pegarem os lances, todas foram faltas.

Eu não simulei em momento nenhum, apenas sofri as faltas.

A marcação foi dura porque tinha que ser dura.

Porque se me deixar sozinho, vou fazer acontecer algo para a minha equipe."

É inacreditável.

Na entrevista dada ao programa francês "Canal Football Club", dada em português, com a obrigação do uso de legendas, que os franceses detestam, Neymar se mostrou perseguido.

De acordo com o raciocínio do capitão da Seleção Brasileira, todos passaram a criticá-lo porque o Brasil perdeu.

Até então, ele deve acreditar que era endeusado.

O que está longe de corresponder à verdade.

As críticas da imprensa mundial, não só da brasileira, até a fatídica partida contra a Bélgica, caminhavam pela mesma direção.

Neymar prendia demais a bola, atrapalhava contragolpes, mostrava individualismo sem nexo. 

E quando recebia pontapés rolava de maneira absurda.

Não virou piada mundial, com memes e mais memes de suas quedas e suas roladas, à toa.

Neymar mais uma vez rolando no gramado durante a Copa. Ele jura que não simulou

Neymar mais uma vez rolando no gramado durante a Copa. Ele jura que não simulou

CBF

"Neymal."

Manchete do jornal espanhol "Mundo Deportivo".

"Ney, el simulador."

Matéria do argentino "Olé".

"Neymar volve a se tirar a la piscina."

Artigo de destaque do espanhol "Marca".

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"O fracasso de Neymar."

Estampou o também espanhol "Ás".

“É absolutamente patético. Ninguém duvida das suas habilidades, é um jogador magnífico. Ainda assim, é realmente patético quando começa a rolar como se estivesse em agonia. Por que ele acha que precisa fazer isso?", perguntava o ídolo inglês Alan Sherer.

"Foi irritante assistir às simulações do atacante brasileiro.

Parece que ele estava morrendo.

Eu pensei que eles iam colocar ele numa maca, levar para uma ambulância e então nós nunca mais o veríamos", disse o ex-goleiro dinamarquês Peter Schmeichel.

"O Neymar tem de decidir. 

Ou ele nos faz rir ou chorar", ironizou Diego Maradona.

O jornal norte-americano "USA Today" não mediu palavras.

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"Neymar é um constrangimento ao futebol.

Ele é apenas um falsificador, um mergulhador, um simulador.

Um ator de teatro ou qualquer outra palavra que o futebol usa para encobrir o fato de que alguém está tentando trapacear e descaradamente trapacear ao convencer o árbitro a punir um oponente."

Tudo foi publicado, está documentado, saiu durante a Copa do Mundo.

Neymar age como se houvesse um acordo internacional, um conluio. 

Jornalistas, comentaristas e ex-jogadores se juntaram para perseguir o brasileiro.

Ele se escora nos seus mais de 110 milhões de seguidores.

A maioria formada por fãs incondicionais.

"Se falam, é porque é o Neymar.

Tudo com o Neymar é muito alto, é o dobro.

Todas as notícias vão ser maiores", diz o jogador do PSG.

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Até mesmo Pelé, que há décadas foge de polêmicas, criticou o camisa 10 atual do Brasil.

"Neymar começou a aparecer de outra forma, não marcando gols, mas simulando faltas, complicando a vida dos árbitros."

Sem graça, Neymar teve de se defender também do melhor jogador de todos os tempos.

Brasileiro, como ele.

A estrela mundial hoje do PSG se chama Mbappé. Dói para Neymar

A estrela mundial hoje do PSG se chama Mbappé. Dói para Neymar

PSG

"Em nenhum momento eu fiz teatro. Quando você não ganha, as críticas chegam. Eu não fiz teatro durante a Copa do Mundo, eu sofri muitas faltas. Hoje, as pessoas falam muito sobre isso qualquer coisa que o Neymar faz fora do futebol. Respeito as críticas de Pelé, mas não concordo."

Em outro momento da entrevista, Neymar foi mais claro.

"Se falam do meu nome, falam de mim, é porque minha qualidade é grande, é porque sou um dos melhores."

A realidade é que Neymar está longe de realizar seu sonho.

A sua transferência do Barcelona para o PSG foi para se transformar em protagonista, sair da sombra de Messi.

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Mas tudo o que conseguiu foi perder prestígio.

Daqui a exatos 15 dias ele completará 27 anos.

Não ficou nem entre os dez finalistas da premiação do melhor do mundo.

Nem na Fifa e muito menos na Bola de Ouro, entregue pelo revista francesa "France Football".

O prêmio foi entregue a maior estrela de sua equipe: Kylian Mbappé.

Campeão mundial com a Seleção Francesa.

Atacante de 20 anos.

Na Europa, simulação tem o efeito de um ato desleal.

Que tenta enganar o árbitro, prejudicar o adversário fingindo tomar um pontapé inexistente.

Ou exagerar nas dores depois de tomar um chute ou sofrer um choque com o oponente.

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É esta a impressão que o mundo ficou de Neymar depois da Copa do Mundo da Rússia.

Ele tenta desfazer com palavras.

Negar a realidade.

E mais uma vez destaca suas qualidades.

Soa vazio, arrogante.

A vida está passando muito rápido.

Ele não é um 'menino' como diz o coordenador de Seleções, Edu Gaspar.

E nem são desumanas as cobranças sobre Neymar, como garante Tite.

"No jogo da Libertadores, o Emerson deu um carrinho imprudente e foi expulso. O Neymar caiu e rolou. Quando o Emerson foi expulso, ele levantou e estava bom. Perder ou ganhar é do jogo. Simular uma situação para levar vantagem não é. É mau exemplo para o garoto que está crescendo, para o meu filho", disse o próprio treinador da Seleção sobre hoje o seu camisa 10 e capitão, em 2012.

Ele foi o único capitão que ao ganhar a medalha de ouro olímpica preferiu não comemorar.

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Mas atacar quem ousou criticá-lo.

“Agora vão ter que me engolir!", bradou em 2016, no Maracanã.

O tempo passou.

Ele usará a mesma camisa 10 da Seleção.

E terá a mesma tarja de capitão durante a Copa América.

O torneio tem tudo para ser fácil.

O Brasil segue dominando o continente sul-americano, o que não quer dizer muita coisa.

A Europa venceu as últimas quatro Copas do Mundo.

Na última, só havia europeus entre os semifinalistas.

O time de Tite tem a obrigação de vencer.

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E os desabafos de Neymar são tão certos quanto a companhia dos seus parças.

Amigos que são bancados pelo jogado para acompanhá-lo pelo mundo.

Mas ele já percebeu que é ruim de previsão.

Neymar pode dizer o que quiser.

Negar as evidências.

Mas o mundo se nega a engoli-lo...

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