Vítor sem saída. Precisa pontuar no Brasileiro. Mas vai poupar veteranos para a final contra o Flamengo
CorinthiansSão Paulo, Brasil
O futuro de Vítor Pereira segue preocupando a direção corintiana.
Há muito medo que o português anuncie sua saída depois da decisão da Copa do Brasil, contra o Flamengo.
O treinador português não confirma ou desmente a volta para a Europa.
Mas ele tem uma fixação: garantir o Corinthians na fase de grupos da Libertadores de 2023.
Há dois caminhos. O primeiro é o mais sonhado: vencer o Flamengo e conquistar a Copa do Brasil. É também o mais difícil.
O mais fácil, nesta altura, é chegar até quarto
E o Corinthians recuperou a posição, ontem, no sufoco.
O time não jogou bem, sofreu demais na arena em Itaquera, mas conseguiu vencer o Atlético Goianiense, por 2 a 1, com direito a gol ao gol decisivo, de Yuri Alberto, aos 42 minutos do segundo tempo.
Ficou claro que se a equipe repetir o que fez ontem, poderá ser presa fácil para o Flamengo na única decisão que o português conseguiu levar o Corinthians, desde que chegou.
Vítor Pereira foi muito sincero na sua entrevista coletiva.
Assumiu que os três pontos fundamentais não vieram de sua estratégia, mas de um velho ingrediente tão presente na história corintiana: a raça.
"O resultado foi arrancado um pouquinho na raça, no espírito e na vontade de vencer.
"Foi isso e pronto!
"Eles (jogadores do Atlético)criaram mais do que deviam e reconheço que o resultado foi melhor do que a exibição."
Róger Guedes e Yuri Alberto marcaram ontem contra o Atlético Goianiense. Exaustos
Corinthians/DivulgaçãoComo todo treinador, Vítor Pereira é orgulhoso.
Mas não houve como esconder a exibição instável do Corinthians. Com enorme dificuldade para atacar. E exposto a contragolpes.
O pior foi que ele teve dez dias para preparar a equipe.
E colocou em campo seus titulares, que deverão enfrentar o Flamengo, nas duas finais.
"Trabalhamos muito bem, trabalhamos o bloco compacto, a reação à perda muito forte, circulação por dentro e por fora.
"Trabalhamos muito bem e, sinceramente, esperava hoje um jogo de melhor qualidade. A equipe deles teve mérito nas dificuldades que nos criou", disse, para encurtar a situação.
Instigado, o treinador admitiu a falta de rendimento do time como um todo.
"Faltou dinâmica ofensiva. Defensivamente, fiquei com a sensação de que chegamos sempre atrasados. Fiquei chateado porque aquela pressão que fizemos no corredor lateral não poderia perder a bola, ela tinha que ficar ali. Nos faltou agressividade, ser mais compactos e perceber os momentos de pressão.
"Quando iniciamos a pressão, todos temos que perceber que é o momento certo. A bola não pode sair dali, quando chegamos atrasados, estamos afastados e perdemos muitas bolas nos expomos. Se isso acontecer, o adversário vai ter muito contra-ataque e vamos ter dificuldades. Foi isso que aconteceu. Não sossegamos o jogo, não estabilizamos o jogo ofensivo para pensar o jogo, e raramente estivemos compactos e agressivos."
O treinador sabe que precisa de pontos contra Cuiabá, em Itaquera, Juventude, em Caxias do Sul, e Athletico Paranaense, em Itaquera. Essas partidas antecedem o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, também na Zona Leste de São Paulo, contra o Flamengo.
E foi direto. Diante do elenco pequeno que tem, vai poupar seus titulares no Brasileiro.
"Se eu mantiver a equipe teoricamente titular até lá, eles vão chegar mortos no jogo. Eles vão chegar sem capacidade de responder no jogo contra o Flamengo (final da Copa do Brasil), vou ter que fazer uma gestão que nos permita não ser radical e sermos competitivos.
"Precisamos ser cuidadosos, caso contrário vamos chegar sem capacidade de jogar em um ritmo alto. Isso não podemos deixar, não há milagres."
Renato Augusto, Fagner e Fábio Santos serão poupados. Ficarão de fora em uma ou duas dessas três partidas do Brasileiro.
O treinador os quer na melhor da forma contra o Flamengo...
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