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São Paulo vence o acovardado Fluminense de Diniz. Ganha a confiança que queria para desafiar o rival Palmeiras na Copa do Brasil

'É quarta-feira. É quarta-feira.' Os torcedores se empolgavam mais com a perspectiva contra o Palmeiras do que com a vitória sobre o amedrontado Fluminense, que, um dia, grande parte da imprensa carioca queria na seleção

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


O prazer de Luciano ao comemorar o gol aos 42 do segundo tempo. Vitória do time que não se acovardou
O prazer de Luciano ao comemorar o gol aos 42 do segundo tempo. Vitória do time que não se acovardou

São Paulo, Brasil

Se calaram todos os defensores de Fernando Diniz comandando a seleção brasileira. 

Os motivos do silêncio passam pelo descontrole emocional, mesmo sendo psicólogo; pela instabilidade tática do Fluminense; pela falta de controle do grupo de atletas, os problemas comportamentais de Marcelo, por exemplo; e pela perda de coragem ofensiva do time carioca.

A derrota de hoje, contra o São Paulo, foi mais uma prova de quanto Diniz mudou.

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O acovardado 4-5-1 que Diniz montou só atraiu o combativo mas limitado time de Dorival Júnior para a sua grande área.

Time sem a menor movimentação ofensiva, com laterais presos, volantes só preocupados com a marcação, Pirani e Arias violentados, atuando como volantes. Keno marcador de Rafinha. E Cano mais isolado, desesperado, sem receber passes, cruzamentos.

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Não havia nem sequer articulação de contragolpes.

O Fluminense foi uma sombra do "dinismo", que era defendido com unhas e dentes na seleção por grande parte da imprensa carioca.

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Enquanto isso, convidado a atacar, o São Paulo, com os esquemas simples de Dorival Júnior, com seu tradicional 4-4-2, com muita aproximação, pressionou, encurralou o tricolor do Rio de Janeiro, que levava a um ataque de pânico todas as vezes que Samuel Xavier, Felipe Melo, Thiago Santos e Marcelo obedeciam às ordens de Diniz e tentavam sair jogando, repetindo o Barcelona de 2011, de 12 anos atrás, de Guardiola, equipe pela qual o técnico é obcecado.

Aliás, a novidade foi o volante Thiago Santos improvisado ao lado do também improvisado volante Felipe Melo. Os dois formaram a dupla de zagueiros tricolor. Foram no seu limite. Como o time estava todo retrancado, a lentidão dos dois não foi problema. Pois havia proteção e cobertura. 

O gol de Luciano, aos 42 minutos do segundo tempo, não foi um castigo ao Fluminense.

Nem um prêmio para o São Paulo.

Apenas a confirmação da burra obviedade, como escreveria Nelson Rodrigues, espetacular escritor e jornalista, apaixonado pelo seu Fluminense.

Quando uma equipe deseja vencer e outra, medrosa, joga defensivamente e nem mostra potencial para fazer o óbvio: contragolpear.

1 a 0 foi pouco para o time de Dorival.

Não é por acaso que Fábio é o goleiro de todo o Campeonato Brasileiro.

O São Paulo deu 20 finalizações a gol, contra apenas quatro do Fluminense.

Esse é o retrato de um domínio total.

Com os três pontos, o São Paulo saltou para o 6º lugar, com o clube de Diniz estagnado na 5ª colocação. 

"Infelizmente, tomamos o gol no finalzinho da partida. A gente não conseguiu criar muitas situações, foi um jogo difícil, fora de casa, contra uma equipe qualificada montada pelo Dorival. Seria um jogo de poucas oportunidades, isso foi visto no jogo, infelizmente sofremos o gol. É continuar trabalhando. É sempre difícil. A gente vem de um jogo desgastante, com muita pressão, precisávamos da classificação, a gente era líder e não poderia deixar escapar.

"Viemos para essa grande partida, contra um adversário grande, que também precisava do resultado. Temos que ver os erros, trabalhar muito, que é o que a gente faz com o Diniz, mas precisamos colocar em prática o que a gente trabalha para jogar da forma que agrada o nosso torcedor, que é quem passa confiança. Aí sim vamos ficar muito mais próximos das vitórias."

A crítica sutil à retranca absoluta foi do excelente Fábio, do alto de seus 42 anos.

Felipe Melo tentando intimidar Luciano. Triste sombra do Fluminense encantado que via a imprensa carioca
Felipe Melo tentando intimidar Luciano. Triste sombra do Fluminense encantado que via a imprensa carioca

Do outro lado, o futebol consciente, consistente, principalmente com o meio campo adiantado, de Rafinha e Patrick (Caio Paulista, emprestado pelo Fluminense, não pôde atuar) buscando triangulações com Rodriguinho e Juan. 

Enquanto, sem Calleri, Luciano atuava onde nasceu para jogar, mais à frente. Sem o estrelismo de se considerar um meia, o que tanto atrapalhou o trabalho de Rogério Ceni.

O São Paulo foi uma equipe prática, objetiva. Com Pablo Maia melhorando a cada partida. Tornando-se o volante mais meia do futebol brasileiro, com seus chutes violentíssimos da entrada da área.

O Fluminense, sem Ganso fixo no banco, sem condições físicas de atuar, não tinha o mínimo de criatividade, improviso. Equipe previsível e ruim com a bola nos pés.

A vítoria do São Paulo resgata o caminho da missão de 2023: conseguir uma vaga para a Libertadores de 2024. Chega de Copa Sul-Americana para a cúpula do Morumbi. Dorival sabe que é esse seu objetivo.

O onipresente Luciano comemorando não só o gol. Mas jogar como rende. Como atacante. Não meia
O onipresente Luciano comemorando não só o gol. Mas jogar como rende. Como atacante. Não meia

Mas...

O clube está nas quartas da Copa do Brasil, competição que nunca venceu.

E, na quarta-feira (5), tem o grande rival Palmeiras pela frente, no primeiro dos dois confrontos, no Morumbi.

A fiel torcida são-paulina, ávida por títulos, para relembrar os velhos tempos do início dos anos 2000, gritou a todo pulmão no fim do jogo de hoje.

"É quarta-feira... É quarta-feira..."

A vitória contra o acovardado Fluminense de Diniz foi "aperitivo".

E os defensores do treinador na seleção se calam...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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