São Paulo, Brasil
"Não é mole, não, estou cansado de time amarelão!
"Muito respeito com a camisa tricolor
"Salário em dia e surra atrasada.
"Vergonha, time sem vergonha."
Esses foram os gritos publicáveis da torcida do São Paulo, após mais um vexame no Brasileiro. A derrota para o fraquíssimo Goías, em pleno Morumbi.
Os 12 mil torcedores que enfrentaram o frio, a chuva para tentarem animarem o caríssimo time montado pelo inseguro Leco, deixaram o estádio revoltados.
O time que foi montado para 'ser campeão do Brasil', já está a 13 pontos do Flamengo. O futebol irregular, inconstante, não tem consequências apenas dentro do gramado.
Potenciais investidores que a diretoria sonhava que pagariam o salário de R$ 1,5 milhão por mês de Daniel Alves, querem distância do clube.
O veterano, capitão da Seleção, com seus 36 anos, com seus propagados 40 títulos, não está conseguindo reverter a pressão, o espírito derrotista que domina o Morumbi desde 2012.
E cujos fracassos só aumentaram desde que o inseguro Leco assumiu, em 2015. Acumulando erros, principalmente contratar e vender jogadores sem consultar os treinadores. Eles são obrigados a montarem times de acordo com os atletas que o dirigente resolve trazer ao Morumbi. Muitas vezes incompatíveis.
É o que está acontecendo outra vez em 2019.
O clube já fracassou na Flórida Cup, na Pré-Libertadores, no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil. E caminha para mais uma frustação: o Brasileiro.
Cuca, que antecipou sua recuperação de uma cirurgia cardíaca para assumir o São Paulo, é transparente.
Ele representava toda insegurança, tensão, falta de rumo após a derrota contra o Goiás.
"Se você está em um time grande e não consegue ter um aproveitamento bom, você não se sente seguro.
"Não me sinto confortável, queria estar disputando o título.
"Quando acontece um revés assim, lógico que não me sinto confortável, assim como a diretoria não deve se sentir confortável", disse, sabendo muito bem a tensão que domina o inseguro Leco e o executivo Raí.
O treinador foi muito xingado pelos torcedores após o jogo.
"Dou razão a eles. Se eu estivesse no lugar deles, também estaria xingando. Treinador que não ganha em casa do CSA, do Goiás..."
Cuca até que tentou lembrar que o São Paulo criou inúmeras chances de escapar da derrota. Até pênalti desperdiçou com Reinaldo.
Mas ele tocou em um ponto nevrálgico que tem sabotado sua equipe.
A falta de confiança.
"Um jogo que a gente começa bem, o gol não sai e vai dando falta de confiança. Isso acontece, não adianta, você não tem um antídoto, e hoje perdemos gol com jogadores experiente.
"O Pablo não estava no dia dele, o Daniel Alves que não perde gol daquele jeito, o Reinaldo... Você vai criando instabilidade na perda de gols."
A situação de Cuca é ruim, péssima.
A direção sabe que, nesta hora de enorme pressão, o treinador é o elo mais fraco. Não há como remontar o elenco. E o clube tem a obrigação de, pelo menos, se garantir na Libertadores de 2020. Por conta da situação econômica. Ou seja, já há a visão realista que, o título do Brasileiro, não será conquistado.
Para piorar a situação, o time enfrentará o líder Flamengo, no Maracanã, sábado.
A equipe de Jorge Jesus é dona do melhor futebol no país.
Outra derrota abriria 16 pontos do clube para o Flamengo.
Diante do Goiás, outra vez, Daniel Alves foi muito mal atuando como meia.
Igor Vinícius não rendeu na lateral direita.
Está claro o que seria melhor ao time.
Deixar o capitão da Seleção na posição que é convocado e que jogou toda a carreira, a lateral.
Mas ele não quer, deseja atuar como meia, com a camisa 10.
Erro primário respaldado pela diretoria.
Cuca sabe que criaria uma crise se forçasse o jogador a atuar onde não quer.
Esse seria o primeiro passo para 'consertar' o time.
Mas, de maneira absurda, depende da vontade de Daniel Alves.
Nem os dirigentes têm coragem de cobrar o jogador.
Além de não desejar atuar na lateral, o veterano capitão da Seleção foi decisivo para convencer o espanhol Juanfran a vir atuar no Brasil. E ele é lateral direito. Pouco importa que tenha 34 anos e não ajude o ataque, só defenda, como fez por anos no Atlético de Madrid.
O problema é de Cuca.
Assim como as seguidas contusões de Pato. Fazer o também veterano Hernanes render. Superar a irritabilidade de Antony que vê seu espaço físico diminuir com a presença de Daniel Alves, que o atrapalha.
E, principalmente, acabar com a afobação de um elenco muito pressionado. Por conta das expectativas públicas da própria diretoria.
Cuca recebeu inúmeras recomendações dos médicos ao voltar ao futebol.
A principal delas é não se estressar.
Aconteça o que acontecer.
Só que essa situação é utopia no clube comandado pelo inseguro Leco.
Falta respaldo ao treinador.
Para que tome todas as atitudes que deseja.
Fazer Daniel Alves jogar na lateral é a principal.
Jogador de futebol é inteligente, percebe quando o treinador tem o total comando do elenco.
Quando atletas têm privilégio.
E isso reflete nos jogos.
A situação do São Paulo é complicadíssima.
Decepcionante.
Para que seja corrigida, o primeiro passo é claro.
Passa pela boa vontade do capitão da Seleção.
Daniel Alves.
O homem de R$ 1,5 milhão a cada 30 dias...
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