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Cosme Rímoli - Blogs

São Paulo deve R$ 968 milhões. Presidente admite, finalmente, que clube pode virar SAF. E negociar a base para bilionário grego

Travado pelas dívidas, clube não consegue ter força financeira para contratar jogadores importantes no auge. Finalmente, Julio Casares admite que o caminho é entregar o futebol para alguma empresa. Há grande resistência dos conselheiros. Mas a situação é crítica

Cosme Rímoli|Do R7

Com dívida chegando a R$ 1 bilhão, finalmente, o São Paulo admite que o caminho é a SAF Vitor Silva/Botafogo

Há pelo menos dois anos, o São Paulo tem sido assediado.

Empresários representando grupos financeiros procuraram o clube.

Buscavam respostas sobre a possibilidade de assumirem o futebol do tricampeão mundial.

Mas os contatos foram rejeitados na raiz.


Não havia interesse nem do presidente Julio Casares e muito menos do Conselho Deliberativo.

A ideia de perder o controle absoluto sobre o clube era impensável.


Só que a realidade acabou se impondo.

No último balanço oficial divulgado pelo São Paulo, as dívidas ultrapassam R$ 968 milhões.


Para o Morumbi dar lucro, precisa se modernizar, se adequar, se transformar em arena, de verdade.

Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Cruzeiro e Atlético Mineiro têm poder financeiro muito acima para buscar grandes jogadores.

E no auge.

Não no final de carreira.

Os juros da dívida de R$ 968 milhões estão imobilizando o clube.

E, finalmente, Casares admite o óbvio.

A direção do São Paulo analisa como nunca a possibilidade de o futebol se transformar em SAF.

“A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol. Não posso dizer que o SPFC vai virar uma SAF pura, mas é uma tendência que se o SPFC não tiver algum acordo empresarial, ele vai competir menos. Os clubes, mesmo os que não admitem SAF, e o SPFC tem essa resistência, têm que pensar no modelo empresarial se não vai ficar para trás.”

Casares também foi transparente em relação ao bilionário grego Evangelos Marinakis, que deseja dividir o controle da base de Cotia, na busca de jovens talentos.

“Eu acredito que o São Paulo e qualquer outro clube tem que ter parcerias cada vez mais empresarias. Se é SAF ou outro modelo, vamos pensar. Hoje existe um novo mercado que precisa ter dinheiro: o jogador que vale muito hoje é aquele garoto de 17 a 22 anos, é o mercado prioritário.

“Quero um sócio que me ponha dinheiro e o grego não só tem dinheiro, como tem plataforma esportiva, eu vou ter uma porta para a Europa muito mais rápida. Agora, tem que ter muito critério e jamais é vender ativo da base. É um acordo de valor operacional. Vou ter alguém que me coloca dinheiro e, quando eu vender o jogador, ele vai ter o percentual dele, mas eu vou entrar no mercado firme.”

Marinakis é dono do Nottingham Forest, da Inglaterra, Rio Ave, de Portugal, e Olympiacos, da Grécia.

As declarações foram dadas pelo presidente ao canal Alt Tabet, do humorista Antônio Tabet.

A dívida do São Paulo cresceu de forma assustadora em um ano.

Ao final de 2023 era de R$ 666,772 milhões.

Foram 45%.

R$ 259,6 milhões são só para bancos.

Os dados são do próprio balanço oficial do São Paulo.

Casares explica que essa dívida aumento pela necessidade de títulos, de conquistas do clube, que estava em jejum por 12 anos.

No primeiro mandato tínhamos a ideia de voltar a autoestima do time, de ser competitivo e reconectar o torcedor com o clube. E conseguimos: ganhamos o Paulista (2021), ganhamos a Copa do Brasil (2023) e a Supercopa (2024). Essa reconexão aconteceu.”

Julio Casares, orgulhoso, com o troféu da inédita Copa do Brasil. Esforço pelo título custou caro demais São Paulo

Os títulos vieram, mas o custo foi alto demais.

Assim como a necessidade de reformar, de verdade, o estádio.

O modelo é ultrapassado.

E, pela primeira vez, Casares admite publicamente o que já se comentava, há pelo menos um ano, no Morumbi.

O clube precisa desesperadamente de parceiros financeiros.

Se transformar em SAF passou a ser uma das únicas saídas.

Ou seguirá atrás de Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Cruzeiro, Atlético...





Veja também: Com duas semanas sem jogos, Vasco segue treinando firme

O Cruzmaltino só voltará a campo no dia 12, quando enfrentará o São Paulo pelo Brasileirão.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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