Santos pressionado pela família de Pelé. Mas não se mostra disposto a aposentar a camisa 10. Virou símbolo. E é a que mais vende
A família de Pelé pede à direção santista que aposente a camisa 10, que o jogador vestiu com tanto orgulho e talento. Mas ela é um símbolo do Santos até no exterior. Além de ser a mais vendida
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Repetir o que fez o Chicago Bulls.
O time da NBA aposentou a camisa 23 em homenagem a Michael Jordan.
O Los Angeles Lakers não mais usou as camisas 8 e 24, que pertenciam a Kobe Bryant.
Ou o São Paulo, onde jogador nenhum usará a camisa 01, que foi de Rogério Ceni.
A diretoria do Santos está completamente dividida em relação a aposentar ou não a camisa 10, em homenagem ao melhor jogador de todos os tempos, Pelé, que morreu ontem.
O motivo da dúvida é comercial.
A camisa 10 do Santos virou um símbolo, a representação que Pelé um dia a vestiu.
É a mais vendida do clube.
A mais vista na torcida.
A mais reconhecida pelo mundo todo.
O pedido desse reconhecimento do clube, que se transformou com a chegada de Pelé, partiu da família do ícone.
Uma decisão tão importante não depende apenas do presidente Andrés Rueda. Precisa da aprovação do Conselho Gestor. E do Deliberativo.
A impressão de jornalistas de Santos é que a diretoria já sabia do estado muito frágil da saúde de Pelé. E decidiu homenageá-lo em vida, fazendo que o escudo do clube, em 2023, tenha uma coroa.
Mas a homenagem, a princípio, durará pela temporada 2023.

Só que alguns conselheiros consideram que esse gesto já demonstra o carinho, o apreço, o reconhecimento do clube ao melhor jogador da história.
E que seria "um exagero" aposentar a camisa 10.
A questão já virou até motivo de enquete em portais.
Rueda e a direção santista estão pressionados.
Mas conselheiros que não querem a aposentadoria da camisa apostam que, depois da comoção pela morte e do enterro, a cobrança diminuirá até sumir.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Cruzeiro, quando morreu seu atacante Roberto Batata, em um acidente automobilístico, em 1976. O jogador tinha 26 anos.
A diretoria do clube mineiro se comprometeu a aposentar a camisa 7 do time, em homenagem a Batata.
Só que não houve a aposentadoria da camisa.
Quando a comoção arrefeceu, o número 7 voltou.
O presidente Rueda não toca nesse assunto delicado.
Muitos jornalistas que o conhecem bem apostam.
Se o Santos fosse aposentar a camisa 10 teria anunciado ontem, dia da morte de Pelé.
Essa homenagem ao melhor jogador de todos os tempos parece muito difícil de acontecer.
Há resistência comercial de boa parte do Conselho Deliberativo...
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