Santos mergulha na crise, depois do vexame contra o Cruzeiro. Direção pensa em demitir Aguirre, depois de cinco jogos
Depois da derrota para o Cruzeiro, por 3 a 0, com 12 mil torcedores apoiando o time na Vila Belmiro, direção analisa demissão hoje. Clube está mergulhado na crise, na zona do rebaixamento do Brasileiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Santos se encaminha para ter sua 11ª troca de treinador em dois anos e meio.
Desde que Andrés Rueda assumiu a presidência, o clube que revelou Pelé para o mundo não conquistou nem um título. Pelo contrário, vem flertando com o rebaixamento. Não só no Brasileiro como até no Paulista.
As dívidas só crescem.
Saltaram de R$ 470 milhões para R$ 602 milhões.
A troca frenética de jogadores segue, com o elenco cada vez mais fraco.
Só em 2023 foram 29 contratações.
E o time naufragando.
Diego Aguirre tem enorme chance de ser demitido hoje, depois do fiasco que fez ontem o Santos, dentro da Vila Belmiro, com mais de 12 mil torcedores tentando empurrar o time "no grito", temerosos pela inédita queda para a Série B.
Mas de nada adiantou. A equipe fraca de Aguirre perdeu por 3 a 0 para o Cruzeiro, que estreava Zé Ricado como técnico, e que tem atletas limitados.
Rueda acompanhou o pacto das organizadas, de apoio até acabar o Brasileiro, ser rompido. Os torcedores não suportaram o fraquíssimo futebol do time montado pelo uruguaio. Mesmo com dez dias para treinar, por conta da data Fifa, o Santos não melhorou. Piorou.
As cinco partidas sob o comando de Aguirre explicam as vexatórias campanhas no Cruz Azul do México, quando foi demitido depois de seu time ter sido goleado pelo América por 7 a 0. E do Olimpia, do Paraguai, após ter levado a equipe ao penúltimo lugar do campeonato nacional. A diretoria não tomou conhecimento de que o time estava disputando a Libertadores. E o mandou embora.
Ele vivia o pior momento de sua carreira quando o Santos o contratou.
E nas cinco partidas em que está à frente do time justificou a sua fase lamentável. Venceu apenas o Grêmio. Perdeu do Fortaleza, Atlético, América Mineiro e Cruzeiro. Com o Santos atuando cada vez pior. E mergulhado na zona do rebaixamento, com 21 pontos. A cinco do Goiás, equipe mais próxima na tabela de classificação.
Aguirre só não foi demitido ontem porque Rueda quer o apoio do Conselho Gestor do clube. Na reunião de hoje com Gallo, o presidente já terá o apoio, ou não, para a solução que a maioria dos conselheiros defende.
A demissão sumária de Aguirre e o auxiliar fixo Marcelo Fernandes assumir a equipe até o fim do ano. Aconteça o que acontecer.
Aguirre não pedirá demissão. Ele sabe ter uma multa importante, já que seu contrato vai até dezembro de 2024. O uruguaio deixou evidente a sua postura na coletiva, após o vexame de ontem.
"Não [pensou em pedir demissão]. Estamos trabalhando muito, sofrendo, tentando dar o melhor de nós para podermos ajudar o time a sair dessa situação ruim em que estamos, mas a única coisa em que estou pensando é no jogo de segunda-feira [contra o Bahia, em Salvador]. Não posso pensar em outra coisa neste momento."
Aguirre fez questão de afirmar que já encontrou o Santos em um péssimo momento.
"Eu estou acostumado a trabalhar em times grandes, com pressão, em situações às vezes a favor, às vezes adversas. É um desafio muito importante. Eu sabia que o time estava na zona de rebaixamento. Eu peguei essa responsabilidade. E não estamos conseguindo tirar. É uma situação feia, incômoda, triste. Posso falar muitas coisas. Mas temos de tentar ganhar o próximo jogo para estar mais perto e pensar que tudo é possível. Mas jogos como o de hoje deixam a situação muito feia."
Como é de costume, quando o Santos perde e a situação se complica, o presidente Rueda sai da Vila Belmiro sem dar entrevista.
Apenas deixou vazar a informação de que haverá hoje uma reunião decisiva para o destino de Diego Aguirre. Ou um improvável apoio. Ou a troca por Marcelo Fernandes.
O time foi vaiado no final da derrota para o Cruzeiro.
Os jogadores deixaram o gramado cabisbaixos.
"É um momento difícil. Temos que pedir desculpa para a torcida. Temos que pôr a faca entre os dentes e trabalhar, porque não estamos conseguindo pontos para sair dessa situação difícil", disse o esforçado volante venezuelano Tomáz Rincón.
Pelo xingamento dos torcedores, os atletas perceberam que o alvo mais fácil diante do terrível momento do clube é mesmo Aguirre.
Não há a menor certeza de que ele continue como treinador do clube.
Para quem já trocou o comando do time dez vezes, a 11ª seria mais que normal.
Este é o Santos sob a administração Rueda...
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