Com a demissão de Aguirre, Santos vive situação surreal. Se o auxiliar Marcelo Fernandes vencer, fica. Se perder, o sonho é Mano

São Paulo, Brasil

Foi a passagem mais constrangedora da carreira de Diego Aguirre.

Jamais o treinador havia sido demitido depois de apenas cinco partidas.

E chegou à Vila Belmiro não acreditando que seria mandado embora.

Ele tinha a promessa do presidente Andrés Rueda de que ficaria no comando do time, independente do que acontecesse nos primeiros jogos.

Por isso aceitou trabalhar no clube já mergulhado na crise, namorando com o rebaixamento.

Mas Rueda não teve como salvá-lo depois do vexame de ontem. A derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, em plena Vila Belmiro.

O Comitê Gestor, que está por trás das grandes decisões na vida do clube, optou por saída imediata.

Não se importou que o trabalho estava apenas no início.

O coordenador e ex-treinador Alexandre Gallo também não teve o que fazer.

O pensamento geral foi que os jogadores não estavam reagindo às determinações de Aguirre.

Em cinco jogos, uma vitória, quatro derrotas e a realidade da zona de rebaixamento.

As organizadas, que fizeram um pacto de apoio à diretoria, também queriam o uruguaio fora. Esse posicionamento teve peso, porque Rueda sabe muito bem o que acontece com os treinadores e com o time quando os torcedores passam a perseguir treinador e atletas.

A decisão para o futuro beira o amadorismo.

O auxiliar Marcelo Fernandes recebeu o cargo interinamente.

Se ele conseguir bons resultados nas próximas partidas, fica.

Caso continue com a sequência de vexames do Santos em 2023, voltará a ser apenas auxiliar.

E a direção buscará um novo "salvador".

O escolhido é Mano Menezes.

É uma situação surreal.

Mas decidida.

Não há convicção de que o clube conseguirá um treinador importante na atual situação.

Mergulhado na zona do rebaixamento, com elenco fraco, pressão da mídia, clube com mais de R$ 600 milhões em dívidas.

Marcelo Fernandes tem o perfil mais próximo dos jogadores do que Aguirre. A hierarquia existe, mas não é tão rígida quanto era com o uruguaio.

Aguirre, por sinal, tinha contrato até dezembro de 2024.

O clube teve de negociar uma multa contratual com o treinador.

Traumatizado, o elenco não se posicionou.

Nem a favor nem contra o ex-técnico.

Há uma grande preocupação em relação ao próximo jogo.

O Bahia, em Salvador.

O clima é de pura tensão entre os atletas.

Rueda contratou oito treinadores desde que assumiu, há dois anos e meio.

E ainda colocou dois interinos.

Aguirre não protestou.

Percebeu que Rueda não poderia salvá-lo.

Só fez questão de garantir sua multa rescisória.

E se tornou mais um treinador que não quer pensar em retornar à Vila Belmiro.

Rueda sabe que será quase impossível Mano Menezes aceitar assumir o Santos agora.

Outra vez, quando acontece um grande problema, Rueda não se manifesta.

A situação do Santos segue constrangedora.

Com o clube caminhando firme para o primeiro rebaixamento da sua história.

Sob o "planejamento" de Rueda...

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