Cosme Rímoli Santos não cansa de manchar a imagem de Pelé. 7 a 1 para o Internacional. Direção não sabe se manda Marcelo Fernandes embora

Santos não cansa de manchar a imagem de Pelé. 7 a 1 para o Internacional. Direção não sabe se manda Marcelo Fernandes embora

De forma amadora, o Santos atuou contra o Internacional no Beira-Rio. Espaçado, amedrontado. Foi impiedosamente goleado por 7 a 1. A diretoria prometia homenagem a Pelé. Clube não sabe se manda embora Marcelo Fernandes

  • Cosme Rímoli | Do R7

Internacional não teve piedade do assustado Santos. 7 a 1 foi pouco. Namoro firme com o rebaixamento

Internacional não teve piedade do assustado Santos. 7 a 1 foi pouco. Namoro firme com o rebaixamento

Miguel Noronha/FUTURA PRESS/Estadão Conteúdo - 22.10.2023

São Paulo, Brasil

O Santos de 2023 não para de manchar a história de Pelé.

No ano em que o melhor jogador de todos os tempos foi enterrado, a diretoria havia prometido que o time faria todas as homenagens possíveis ao atleta que mudou o status do clube no mundo.

Mas não consegue parar de dar vexames.

No Campeonato Paulista, a equipe não conseguiu nem sequer se classificar entre as oito melhores.

Na Copa do Brasil foi eliminado nas oitavas, pelo Bahia.

Na Sul-Americana, acabou atrás do argentino Newell's Old Boys e do chileno Audax Italiano, ainda na fase de grupos, e foi despachado.

No Brasileiro, o time já faz uma campanha vergonhosa, com 28 jogos. 

Oito vitórias, seis empates e 14 derrotas. Marcou 31 gols e sofreu 52.

Mas o vexame de hoje foi mais constrangedor.

A equipe de Marcelo Fernandes se aqueceu com camisetas em homenagem ao 83º aniversário, que Pelé faria amanhã.

Mas quando a partida contra o Internacional começou no Beira-Rio, veio a vergonha inesquecível para quem ama o Santos Futebol Clube.

Com armação ingênua, escancarada, dando espaço demais nas intermediárias, Fernandes ofereceu seu time para a previsível goleada, diante de um adversário muito mais forte, com jogadores de talento bem superior ao time paulista, semifinalista da Libertadores da América.

E os gols foram saindo, em profusão. Um, dois, três, quatro só no primeiro tempo. No segundo, mais agonia. O quinto, o sexto, o sétimo.

Kevinson marcou contra, depois Alan Patrick, Enner Valencia, Vanderson, Bustos, Enner Valencia (de novo), Luiz Adriano marcaram. 

Maxi Silvera fez o "gol de honra", se é que há honra em uma derrota por 7 a 1.

Foi a maior goleada da história entre os dois clubes.

E igualou o maior vexame do Santos no Campeonato Nacional, lembrando o mesmo fatídico 7 a 1 para o Corinthians, em 2005.

Valencia marcou dois gols, diante do estático Santos, muito mal armado por Marcelo Fernandes

Valencia marcou dois gols, diante do estático Santos, muito mal armado por Marcelo Fernandes

Miguel Noronha/FUTURA PRESS/Estadão Conteúdo - 22.10.2023

No final da partida, o capitão Rincón chamou todos os jogadores santistas e eles foram pedir desculpa aos poucos torcedores que foram até Porto Alegre.

Foram recebidos com palavrões e vaias.

O clube ocupa a 18ª colocação no Brasileiro, mergulhado na zona do rebaixamento.

Dodô pediu para falar.

Mas suas palavras foram amenas, como se a derrota tivesse pouco significado.

E tivesse sido apenas mais uma partida, não um marco vergonhoso para a história santista.

"Dia muito ruim, Inter teve seus méritos, mas os erros que cometemos não estamos acostumados.

"Tem que ter tranquilidade, pedir perdão para a torcida, podemos contar com eles, no próximo jogo na Vila temos que conquistar os três pontos.

"Temos que ser fortes e superar esse momento.

Ainda tem chance (de o clube não ser rebaixado), temos condição de ter uma sequência de vitórias.

"Pedi para falar por me sentir responsável pelo resultado. Vim para o Santos sabendo da situação e estou dando a cara para dizer que estamos trabalhando para sair dessa situação."

O time não teve João Paulo, Jean Lucas e Soteldo, mas os três desfalques não são desculpa para o futebol amador que a equipe mostrou contra o Internacional.

Marcelo Fernandes acompanhou impassível a goleada do Internacional. Sem reação diante do vexame

Marcelo Fernandes acompanhou impassível a goleada do Internacional. Sem reação diante do vexame

Raul Baretta/Santos

De nada adiantaram três zagueiros, cinco jogadores nas intermediárias e dois atacantes, se a equipe estava espaçada e sem movimentação. O Santos parecia um time de pebolim. Com atletas estáticos, sem entenderem que o Internacional de Coudet se infiltrava com a maior facilidade.

Alan Patrick teve toda a liberdade para reger seu time. Ele jogou atrás da linha dos volantes santistas. Distribuiu, articulou as infiltrações da equipe gaúcha.

O time não reagia, não tinha confiança nem força para fazer faltas táticas. Aceitou, passivo, o domínio total do Internacional. 

No primeiro tempo, apesar de ser goleado por 4 a 0, Marcelo Fernandes não alterou a estrutura básica do time. As linhas baixas seguiram separadas o tempo todo, enquanto o time sofria gols.

No segundo tempo, o treinador trocou três atletas.

Tirou Lucas Lima, Kevison e Dodi. Apostou em Rodrigo Fernández e Júnior Caiçara e Nonato.

Mas o Internacional seguiu inclemente. Marcou mais três gols, com a facilidade de enfrentar atletas totalmente sem confiança, ainda espaçados. 

E veio o placar de 7 a 0.

Em uma bobeada, desatenção da zaga gaúcha, Maxi Silvera marcou.

Vergonha para a história do clube que apresentou Pelé ao mundo.

"Em nome meu, da comissão e dos atletas quero pedir desculpas a todos os torcedores pelo que aconteceu hoje. Foi um jogo totalmente atípico, foi uma oscilação muito grande de todo o grupo, estávamos cientes do que precisava ser feito. A responsabilidade é toda minha, os jogadores estão fechados, foi um jogo e um dia difícil. Volto a pedir desculpas, e agora temos que levantar a cabeça porque não está acabado."

Alan Patrick desfilou em campo. Sem marcação alguma. Foi o maestro da histórica goleada do Internacional

Alan Patrick desfilou em campo. Sem marcação alguma. Foi o maestro da histórica goleada do Internacional

Max Peixoto /Dia Esportivo/Estadão Conteúdo - 22.10.2023

O auxiliar, que foi efetivado pelo presidente Andrés Rueda, tentou manter a dignidade.

"Da mesma forma que não me empolguei com três vitórias, não vou jogar a toalha por absolutamente nada. A derrota valeu três pontos, como qualquer outra. Temos que manter a cabeça boa, foi um jogo atípico, méritos ao Inter, mas temos que esquecer porque quinta-feira já tem o Coritiba."

Assim como Dodô, Fernandes tentou ao máximo amenizar o vexame. Fazer de conta que não aconteceu.

"Tomamos um gol com menos de um minuto, com 20 minutos estava 3 a 0 para o Inter. Realmente, baixamos a guarda, mas tivemos dois jogos fora de casa em que saímos perdendo e conseguimos a virada. É triste ver o que aconteceu hoje, mas os gols atrapalharam bastante. Falei lá dentro: 'Levanta a cabeça, já foi, já era. Não tem nada longe das nossas mãos'."

Sim, Marcelo Fernandes falou que "os gols atrapalharam".

A insegura direção santista não sabe que atitude tomar.

O executivo e ex-treinador Alexandre Gallo quer manter Marcelo Fernandes para os últimos dez jogos.

O presidente Andrés Rueda não sabe.

"Precisa" consultar o Conselho Gestor para analisar se o clube buscará um treinador para dar um choque no elenco.

Conselheiros lembram de Vanderlei Luxemburgo, septuagenário que está desempregado.

Mas Rueda se mostra como os zagueiros santistas.

Não sabe o que fazer.

A situação é vexatória.

Pelé faria 83 anos.

O Santos não poderia fazer uma homenagem mais vergonhosa...

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