Ronaldo assume fracasso e vende Valladolid. Acumulou vexames, como no Cruzeiro. Mas lucrou R$ 625 milhões, em cima dos dois clubes
Ronaldo não suportava mais ser xingado, hostilizado pela torcida do Valladolid, pelo terceiro rebaixamento em cinco anos. Decidiu ceder e vendeu os 51% das ações do clube espanhol. Fracasso foi pior do que a desilusão no Cruzeiro. Mas saiu com os bolsos cheios
Péssimo administrador.
Excelente investidor.
Esse é o resumo de Ronaldo Fenômeno como dirigente, como dono de clubes.
Ele conseguiu aumentar sua fortuna em R$ 625 milhões.
Passou por constrangimentos tanto no Cruzeiro e, principalmente, no Valladolid.
Mas foi o preço por causar enormes frustrações em duas torcidas apaixonadas.
A compensação veio na sua conta bancária.
Bilionária, por sinal.
Mesmo antes desse dinheiro, sua fortuna era calculada por um bilhão de reais, de acordo com revistas especializadas em dinheiro.
Esta sexta-feira foi dia de festa para a torcida do Valladolid.
Depois do terceiro rebaixamento em cinco anos sob a administração do brasileiro, Ronaldo decidiu ceder à pressão.
Ele não conseguia andar em paz na cidade espanhola.
Estava sendo xingado, hostilizado, ameaçado.
Torcedores o queriam de qualquer maneira longe do clube, que comprou 51% das ações, em 2018.
Gastou 30 milhões de euros, cerca de R$ 144 milhões.
A expectativa era que fosse formar uma equipe fortíssima, a ponto de orgulhar a cidade, com potencial, quem sabe, de chegar à Champions League.
Tudo foi devaneio.
Ronaldo contratou jogadores limitados e treinadores com potencial discutível.
As promessas logo se tornaram desilusões.
O time foi rebaixado três vezes para a Segunda Divisão Espanhola.
Desta vez, fazendo a pior campanha da história.
Vândalos se cansaram e passaram a pressionar Ronaldo para que repassasse o controle do clube.
E foi o que fez.
Um grupo de investimento norte-americano, Ignite, se propôs a pagar 50 milhões de euros, cerca de R$ 319 milhões.
Ronaldo garantiu R$ 175 milhões de lucro.
No Cruzeiro, o ex-pré-candidato à presidência da Fifa também fracassou.
Diante da promessa de voltar a fazer o clube uma potência, como prometeu.
O único mérito foi tirar o time da Segunda Divisão.
Mas o segundo passo, que todos esperavam, jamais veio.
Foi pouco mais de dois anos.
De 18 de dezembro de 2021 a 29 de abril de 2024.
Ele já era perseguido por vândalos infiltrados nas organizadas.
Cobrado pela imprensa mineira.
Xingado pela torcida do Cruzeiro.
Não tinha paz, quando ia para Belo Horizonte.
Acabou por desistir.
Vendeu 90% das ações que tinha da SAF.
O ex-jogador havia comprado prometendo injetar R$ 400 milhões em cinco anos.
Na prática, adiantou R$ 50 milhões.
O restante não colocou.
O dono de rede de supermercado, Pedro Lourenço, comprou o Cruzeiro por R$ 600 milhões.
Abateu R$ 100 milhões, que gastou com a infraestrutura do clube.
Pagou R$ 150 milhões a vista para Ronaldo.
E os demais R$ 350 milhões serão pagos em dez anos.
Ronaldo tem motivo para ficar mostrando seus famosos dentes.
Lucrou 175 milhões com o Valladolid.
E R$ 450 milhões com o Cruzeiro.
R$ 625 milhões a mais para um bilionário.
Presidentes de Federações, que receberam e-mails de Ronaldo se candidatando à presidência da CBF, ironizam.
O fracasso como administrador dos clubes foi retumbante.
Mas o investidor tem de comemorar.
O próximo clube a ser sondado por Ronaldo que se prepare.
Fenômeno ele é.
Só para ele mesmo...