Ricardo Goulart assume para os chineses. Quer o Palmeiras em 2019
O jogador assumiu aos dirigentes do Guangzhou. Deseja atuar com Felipão para brigar por uma vaga na Seleção. Patrocinadora disposta a ajudar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Luiz Felipe Scolari.
Maurício Galiotte.
Marcelo Mattos.
Leila Pereira.
Todas as pessoas de maior poder no futebol do Palmeiras terminam 2018 empenhadas no mesmo objetivo.
A contratação de Ricardo Goulart.
Quando Felipão acertou sua volta ao clube, no final de julho, ele soube que Mattos já havia tentando repatriar o meia-atacante há tempos.
O executivo quis a opinião do treinador sobre o jogador, que foi seu comandado por dois anos na China.
Felipão só teve elogios ao atleta.
Mattos já tinha a autorização de Galiotte para tentar o caro atleta. Ele tem multa rescisória de 30 milhões de euros, R$ 133 milhões, imposta pelo Guangzhou Evergrande. Exatamente o dobro que pagaram ao Cruzeiro no final de 2014. Seus salários chegam a R$ 2 milhões, garantem conselheiros palmeirenses.
Por mais que o clube viva uma fase financeira espetacular, por conta do patrocínio, da moderna arena, da trasmissão pela tevê, plano de sócio-torcedor, esses valores são inviáveis.
Se as conversas entre Mattos e Goulart já estavam produtivas, a aproximação do Palmeiras ficou umbilical com a necessidade de uma artoscopia no joelho direito.
Há um nome que foi muito importante na aproximação do atleta com o clube: Jomar Ottoni. Ele é fisiologista e os dois trabalharam juntos no Cruzeiro. A relação é de intensa amizade e confiança. Hoje ele trabalha no Palmeiras. E foi o principal responsável pela reabilitação do jogador nas dependências do clube paulista.
Ele passou cerca de um mês, do início de novembro ao início de dezembro, no Palmeiras.
Goulart ficou incomunicável.
Fez parte da estratégia, por respeito ao Guangzhou.
Só que dirigentes do Cruzeiro e do Flamengo souberam que a chance de contratar o jogador é nula.
Se ele voltar para o Brasil em 2019, o lugar será o Palmeiras.
Mattos quer o empréstimo do atleta de 27 anos por um ano, com passe fixado.
Só que os chineses desejam a renovação antecipada do contrato, que termina em janeiro de 2020. Com o aumento da multa de R$ 133 milhões.
Goulart já passou três anos na China e não gostaria de seguir preso ao Guangzhou.
No final do ano, quando a dona da Crefisa e patrocinadora exclusiva do Palmeiras, Leila Pereira, deixou claro que será candidata à presidente do clube em 2021.
E revelou a amigos que está sendo pressionada como nunca para ajudar em uma contratação.
Conselheiros, sócios e torcedores pedem incessantemente que dê o reforço financeiro para a vinda de Ricardo Goulart. Pelo lado burocrático teria de ser como 'doação', já que a Receita Federal cobra alta multa por um mero empréstimo da empresa ao clube.
Leila estuda a possibilidade bancar os salários, caso haja o empréstimo.
Os chineses do Guangzhou também analisam uma troca por Dudu.
Situação que, a princípio, o Palmeiras não gostaria.
Mas, em todo caso, não contratou dois atacantes rápidos, especialistas pelos lados à toa.
Carlos Eduardo, do Pyramids, e Felipe Pires, do Hoffenheim.
Um é para a vaga de Willian, que operou o joelho direito e só voltará aos campos entre maio e junho.
O outro poderia ficar com a vaga de Dudu.
Mas Felipão quer que o clube mantenha o melhor jogador do Brasileiro de 2018 e contrate Ricardo Goulart.
A novidade nesse último dia de 2018 é a insistência do meia-atacante junto aos chineses.
Ele pediu para voltar para o Brasil.
Quer ficar perto da família.
E também lutar por uma vaga na Seleção Brasileira.
Ricardo Goulart acredita que se o Palmeiras vencer a Libertadores e ele for um personagem importante, Tite o convocará. E o valorizará ainda mais para uma negociação definitiva, para lucro dos chineses.
Só assim, o meia estaria disposto até a prorrogar seu vínculo.
A diretoria e Felipão terminam 2018 esperançosos.
O time decampeão brasileiro poderá ficar mais forte.
Ricardo Goulart está fazendo tudo para vestir verde em 2019.
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