Revoltados, clubes não suportam mais o Brasileiro continuar. Sem suas estrelas na Seleção de Tite
Fla, Atlético, Palmeiras e Inter não venceram sem seus convocados, ontem no Brasileiro. Intermediários tentam acordo com a CBF. Para que clubes tenham jogos adiados pelo menos na rodada contra a Argentina, em novembro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A rodada de ontem foi transparente.
Deixou claro o prejuízo enorme aos clubes que investem salários milionários para ter jogadores importantes no Campeonato Brasileiro. E são obrigados a disputar rodadas decisivas, importantíssimas.
Mais uma vez, a CBF não cumpriu o que prometeu. Virou as costas às datas-Fifa e manteve a disputa das rodadas do Brasileiro junto com as Eliminatórias.
O Flamengo foi o grande prejudicado.
Ficou, contra o Red Bull Bragantino, sem Gabigol, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Isla.
Depois, o Atlético Mineiro, que não pôde contar com Guilherme Arana, Junior Alonso e Alan Franco contra a Chapecoense.
O Palmeiras entrou em campo diante do América Mineiro sem Weverton, Gustavo Gómez e Piquerez.
O Internacional não teve Edenílson, na sua melhor fase, contra o Ceará.
Nenhuma dessas equipes que sonham com o título brasileiro conseguiu vencer. Sentiram falta dos atletas que compraram e pagam luvas e salários.
Para estarem com Tite nos jogos contra a Venezuela, Colômbia e Uruguai.
A revolta domina técnicos e, principalmente, os dirigentes dos clubes brasileiros, que sabem que fora do país as datas-Fifa são respeitadas, os campeonatos param por conta das eliminatórias.
O ódio só aumentou depois que o coordenador Juninho Paulista prometeu em vão que os clubes com jogadores convocados seriam poupados, ou seja, não entrariam em campo sem suas estrelas, que serviam a Seleção. As cúpulas de Flamengo, Atlético, Palmeiras e Internacional já contavam com o adiamento de seus jogos.
As rodadas seriam adiadas, o que seria péssimo para a TV Globo, dona da transmissão dos jogos.
Foi quando capitães de 19 times da Série A, incluindo Atlético, Palmeiras e Internacional, pediram que a tabela fosse mantida. Para que tivessem assegurados os 30 dias de férias. Só o capitão do Flamengo, Diego Alves, se recusou a assinar o documento.
Dirigentes e técnicos se sentiram traídos, mas não compraram a briga.
E a CBF resolveu voltar atrás e manter as rodadas, prejudicando os clubes, traindo a palavra dada pelo coordenador Juninho Paulista.
O Flamengo já não teve Gabigol e Everton Ribeiro no empate com o Red Bull Bragantino, não os terá contra o Fortaleza, no Ceará; e diante do Juventude, no Rio.
O Atlético Mineiro não contou com Guilherme Arana no empate diante da Chapecoense, seguirá sem seu lateral esquerdo contra o Ceará e Santos, em Belo Horizonte.
O Internacional já não teve Edenílson no empate diante do Ceará. Atuará sem ele diante da Chapecoense e do América.
Weverton não foi o goleiro na derrota para o América. E não será contra o Bragantino, em São Paulo, e diante do Bahia, em Salvador.
Diante dessa situação, já nasce um discreto movimento que une os grandes rivais do país.
Intermediários costuram acordo entre as direções do Flamengo, Palmeiras e Atlético para que tomem uma posição conjunta.
E que o Brasileiro pare nos dias que antecedem Argentina e Brasil, marcado para terça-feira, dia 16 de novembro.
O torneio nacional estará na sua fase mais aguda.
Uma rodada é muito diferente de três.
O presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, sabe dessa articulação. E considera justa a reivindicação. A possibilidade maior é que os clubes que tenham atletas convocados tenham suas partidas reajustadas, não todos os jogos sejam paralisados.
Para que a Globo siga tendo partidas para transmitir.
Seria a vitória do bom senso.
Com a CBF valorizando seu principal campeonato.
Parar com a sabotagem do torneio.
Como aconteceu na rodada deste final de semana.
E a Seleção passe a ser mais desprezada do que já é...
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