Revoltado, Felipão alerta Palmeiras. Saída é desprezar VAR da Federação
A partir do que aconteceu sábado, Felipão e diretoria avisam jogadores. Devem estar prontos para não perder o controle por erros no VAR paulista
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"A hora em que eu deixar de ser treinador, vou falar umas coisas."
A promessa foi de Felipão, após o erro absurdo do VAR, que prejudicou o Palmeiras contra o Novorizontino.
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Murilo Henrique dominou claramente a bola com a mão, em um passe arriscado do zagueiro Antônio Carlos.
O lance foi cristalino.
Para as câmeras bem espalhadas pelo acanhado estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte.
A dona da transmissão, Globo, não deixou dúvidas na transmissão pelo pay-per-view. Jogada ilegal, que acabou com o gol do Novorizontino.
Desmoralizada, a Federação Paulista de Futebol tinha de dar uma satisfação pública. E mostrou ângulos nos quais a bola ainda não chegou à mão de Murilo Henrique. Colocou fotos quando a bola estava na altura das costelas.
"A gente vê como é complexo o negócio", deixou escapar o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, o ex-bandeira, Edenilson Corona. Ele fez de tudo após o empate de sábado para tentar defender não só Thiago Duarte Peixoto, árbitro responsável pelo VAR, que não chamou o árbitro Raphael Claus para ver o toque claro na mão. A intenção da coletiva de Corona foi proteger a integridade da Federação Paulista de Futebol.
Porque poderia ter acontecido esse erro contra qualquer das oito equipes que disputam as quartas-de-final. Menos com o Palmeiras, inimigo declarado do presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, por conta da final de 2018, contra o Corinthians.
Não bastasse a confusa e inconvincente entrevista de Edenilson Corona, a FPF resolveu ainda passar por mais ridículo. Com a autorização de Bastos, foram colocadas as seguintes frases no seu twitter.
"Lance checado, todos os ângulos analisados, gol legal.#FPF #EsseÉoMeuJogo #FutebolPaulista #PaixãoQueNãoSeMede."
Só que a bola toca nas costelas e é ajeitada pelo braço direito do jogador.
A situação revoltou não só torcedores nas redes sociais.
Mas provocou a ira da diretoria palmeirense.
O presidente Mauricio Galiotte é o mais revoltado.
A certeza da direção do clube é que, em caso de lance duvidoso, o Palmeiras será prejudicado.
Por ter questionado a FPF nos tribunais, em 2018.
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E ter rotulado o torneio de Reinaldo Carneiro Bastos de 'Paulistinha', mostrando a sua insignificância no atual cenário do futebol.
A vivência dos 70 anos de Luiz Felipe Scolari ajuda.
Ele já percebeu o quadro.
E anteviu o que tinha tudo para acontecer.
Os seus jogadores entrarem revoltados na partida decisiva contra o Novorizontino, amanhã, na arena palmeirense.
Tratou de conversar primeiro com o gerente de futebol, Cícero Souza. Depois com o executivo Alexandre Mattos. E finalmente com Galiotte.
A partir de amanhã, o Palmeiras vai entrar em campo como se não houvesse VAR. Preparado psicologicamente como em jogos da Libertadores nos anos 90. Não esperar decisões favoráveis da arbitragem em caso de lances duvidosos.
Felipão percebeu a raiva que dominou o time não só no vestiário em Novo Horizonte, como também na volta para São Paulo.
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A ordem é que no jogo desta terça-feira e até o final da participação do time no Paulista, caso chegue nas semifinais e finais, é não contar com o VAR para nada. Tentar vencer seus jogos em lances claros. E se preparar para o pior dos árbitros e bandeiras nos lances duvidosos. Como acontecia com equipes brasileiras na Libertadores de vinte anos atrás.
Os atletas também foram avisados para não se queixarem pela imprensa.
Galiotte sabe que a FPF é vingativa.
E pode punir seus jogadores por reclamações.
Mauricio Galiotte foi o presidente de clubes grandes paulistas que mais reclamou, exigiu a instalação dos árbitros de vídeo no Campeonato Paulista.
Só que hoje é o mais descrente.
Ele jamais esperaria que o Palmeiras fosse prejudicado, mesmo com as câmeras oficiais da transmissão, da Globo, e que chegam também ao VAR, fossem desprezadas. Em lance fundamental de jogo eliminatório, das quartas do Paulista.
A solução para Galiotte e Felipão é simples.
Esperar sempre o pior do VAR.
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Será assim que os jogadores entrarão em campo daqui para a frente.
Sem falsas esperanças em lances duvidosos.
Talvez quando Felipão se aposentar, fale o que sabe.
Triste postura do atual campeão brasileiro.
É assim que caminha o futebol deste país...
Como seria a Bettina torcedora de clubes brasileiros? Confira!
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