Renato Gaúcho sorriu por último. 4 a 0 e aula para o Grêmio de Felipão
Em plena arena gremista, o Flamengo de Renato Gaúcho, com um a menos, goleou o Grêmio, pela primeira partida das quartas da Copa do Brasil. Jogo histórico para o maior ídolo gremista, que foi desprezado
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"O mais importante é que, apesar de estar com um a menos...
"O Flamengo deu uma aula de futebol."
O resumo do jogo foi feito com alma, alegria e uma grande pitada de revanchismo.
Renato Gaúcho acabou defenestrado do clube onde é o maior ídolo de sua história, há apenas quatro meses. Quando estava se recuperando de Covid, longe do time, que acabou eliminado da Pré-Libertadores, pelo Independiente del Valle.
No mesmo estádio Olímpico, em Porto Alegre, o treinador reencontrou seu amado Grêmio em uma disputa mata-mata, na primeira partida das quartas da Copa do Brasil. E treinado por Felipão, treinador que se assume como 'copeiro'.
Renato Gaúcho inverteu a lógica no jogo.
Ele viu Isla ser expulso infantilmente, aos 44 minutos do primeiro tempo, ao fazer falta desnecessária, violenta, em Alisson e tomar o segundo cartão amarelo, que se transformou em vermelho nas mãos de Vinicius Gonçalves Dias Araújo.
A partida estava equilibrada.
E a lógica indicava que, com um jogador a menos, o Flamengo voltasse se defendendo. Sonhando com o empate. 90% dos treinadores brasileiros pensariam assim. Mas Renato Gaúcho faz parte dos outro 10%.
O Flamengo, para surpresa de Felipão, que armaria uma retranca, voltou com toda a força no ataque.
Com duas trocas cirúrgicas, que aumentaram a intensidade do seu time.
Trocou Diego e Arrascaeta pelo lateral direito Matheuzinho e Thiago Maia.
Encontrou o Grêmio aberto, pronto para atacar um time acovardado.
Não foi o que encontrou.
E veio a inesperada, a incrível goleada por 4 a 0.
Gols de Bruno Viana, Michael, Rodinei e Vitinho, cobrando pênalti.
Humilhou o adversário. E expôs a falta de repertório de Felipão, com um jogador a mais que o rival. E mesmo assim foi massacrado.
"Trabalhamos no dia a dia para conquistarmos vitórias, passarmos de fases. Estamos competindo em três competições difíceis, jogando a cada três dias e viajando bastante. Hoje mesmo com 10 homens a equipe deu uma resposta muito positiva. Importante a vitória porque vai fortalecer mais o grupo.
"Enfrentamos uma grande equipe, que é o Grêmio. Nosso objetivo é conquistar. E para conquistar precisamos das vitórias. A cada três dias estamos em campo, a cada três dias sempre uma decisão pro grupo do Flamengo", disse Renato Gaúcho, feliz.
Renato não saiu 'bem' do Grêmio. Mesmo tendo conquistado a Libertadores e ter ficado cinco anos. Havia parte da diretoria de Romildo Bolzan que considerava que o treinador tinha autonomia demais e precisava ser trocado, porque tinha muita força na imprensa e na torcida, a ponto de questionar decisões dos dirigentes.
Por isso, ele fez questão de lembrar a 'sua capacidade' na goleada para os dirigentes gremistas que o desprezaram.
"Eu sei da minha capacidade. Sei da capacidade do grupo do Flamengo", disse firme. Em resposta à diretoria que o ironizava quando ele afirmava que o clube gaúcho precisava gastar, investir forte para poder competir com os times que investiram. Como o agora 'seu' Flamengo.
Em meio à euforia da goleada sobre o Grêmio, Renato Gaúcho não iria deixar passar em branco a chance de dar sua resposta para Jorge Jesus, ex-técnico do Flamengo, que disse que ele não 'faria história' como ele.
"Ele fez história. Ele ganhou títulos com o grupo do Flamengo. Está de parabéns. Eu sei da minha capacidade. Sei que vou fazer história também no Flamengo. Fui contratado para trabalhar juntamente com o grupo e conquistar.
"A resposta que eu tenho que dar é trabalhando com meu grupo.
"E buscando títulos..."
Se Jorge Jesus tiver mais dúvidas sobre o trabalho de Renato Gaúcho, deveria analisar os números.
Em 13 jogos pelo Flamengo são 11 vitórias, um empate e uma derrota. Tem aproveitamento de 87,2%. 41 gols a favor e dez sofridos.
Números impressionantes.
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