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Cosme Rímoli - Blogs

Renato Augusto deixa Sylvinho envergonhado. Acabaram o desperdício, a heresia no Corinthians

Com atuação excelente contra o Cuiabá, mostrou o óbvio. Chegou à seleção, recebe R$ 1 milhão como meio-campista diferenciado que é. Não como 'falso centroavante'. Constrangido, Sylvinho não improvisará mais

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Renato Augusto. A explosão depois do gol. Raiva por ter de mostrar qual é a sua posição
Renato Augusto. A explosão depois do gol. Raiva por ter de mostrar qual é a sua posição

São Paulo, Brasil

O fim do desperdício, da bobagem tática.

Bastou Sylvinho fazer o óbvio, o mesmo que uma criança de 8 anos faria: colocar o excelente Renato Augusto na sua posição, no meio-campo. Abandonar a absurda ideia de impor que atue como atacante fixo, de referência, de costas para o gol. Permitir que ele jogue nas intermediárias. Determine o ritmo do time, atue de frente para o adversário, podendo trocar passes, lançar, infiltrar, arrancar ou usar o potente e certeiro arremate que possui.

Um gol, uma assistência e o início dos melhores ataques corintianos.


Acabou aplaudido de pé pela torcida.

E aclamado pela imprensa.


Com a Comissão Técnica e os jogadores do Cuiabá admitindo que ele decidiu a partida, de ontem, em Itaquera.

Foi por isso que voltou ao Parque São Jorge, aos 33 anos, recebendo, entre luvas e salários, cerca de R$ 1 milhão. 


A atuação de Renato Augusto como meio-campo envergonhou Sylvinho, obrigando-o a encarar quanto era absurda sua vontade de escalá-lo como "falso centroavante".

"Vindo de trás [de frente para o time adversário] eu me sinto melhor, minha posição. Eu quero ajudar, quero o que for o melhor para o Corinthians e o grupo", confidenciou, tímido, o meio-campista corintiano, após sua atuação excelente contra o Cuiabá, quando o treinador o deixou jogar onde nasceu para jogar.

Esse é o grande problema de Renato Augusto: a sua personalidade afável. Apesar de seu talento, ele não é jogador de enfrentar decisões dos treinadores, brigar para atuar como gosta. Tite já o prejudicou várias vezes quando o atleta era chamado para a seleção, tendo de desperdiçar seu potencial ofensivo, ficando preso na entrada da área do Brasil.

Talvez se o meio-campista tivesse se rebelado e atuado com liberdade para construir as jogadas e concluir, a seleção não tivesse perdido para a Bélgica, nas quartas de final da Copa da Rússia.

A atuação do jogador, na vitória por 3 a 2 do Corinthians, deu fôlego ao pressionado técnico Sylvinho. Vale destacar que, apesar de Renato Augusto, o time defensivamente esteve mal. E no ataque dependeu, outra vez, do talento de seus atletas. Não da distribuição tática, confusa, como se caracteriza, desde que Sylvinho assumiu.

É preciso coragem para Sylvinho e os dirigentes assumirem. O problema é Jô, que não rende mais
É preciso coragem para Sylvinho e os dirigentes assumirem. O problema é Jô, que não rende mais

O treinador ontem, visivelmente embaraçado, teve de se render ao jogador que garantiu a vitória do Corinthians.

Renato fez uma grande partida no meio-campo, ele é oriundo do meio-campo. Já tinha feito grandes partidas assim contra o Bragantino e o Palmeiras.

"O Renato é um grande jogador e pode fazer várias funções, para a frente e um pouco atrás, até como primeiro. Evidentemente, a posição de meio-campo para o Renato é oriunda, é onde ele se formou e atuou por muitos anos na vida dele...", disse, embaraçado.

Com a vitória conduzida com maestria por Renato Augusto, o Corinthians chegou à quinta colocação no Brasileiro. Estando mais viva do que nunca a chance de chegar à disputa da Libertadores de 2022. Com a possibilidade de entrar direto na fase de grupos.

Para isso, vai depender de Sylvinho, do que ele fizer com as outras dez posições do grande clube que comanda. Porque Renato Augusto continuará como meia. Por mais imaturo, inexperiente que o treinador corintiano seja, a sua sobrevivência está em primeiro lugar.

E, para que siga técnico, acabou a heresia.

Renato Augusto não sairá mais do meio-campo.

Sylvinho teve de se render ao óbvio. Foi um fracasso improvisar Renato Augusto como atacante
Sylvinho teve de se render ao óbvio. Foi um fracasso improvisar Renato Augusto como atacante

Não será mais punido, se o caríssimo Jô não consegue mais render.

E tem contrato até o final de 2023.

São mais de R$ 800 mil para o veterano atacante de 34 anos.

Improvisações, "invencionices" ficarão para outros setores.

O óbvio venceu Sylvinho.

Para o bem do Corinthians...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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