Renan e Marcinho. Apesar de causarem acidentes com mortes, escaparam da cadeia. Mas sabotaram suas carreiras
Ex promessas do Palmeiras e do Botafogo conseguiram não serem presos, apesar de acidentes automobilísticos, que causaram a morte de três pessoas. Acabaram nos Emirados e na Rússia
Os direitos de Renan já valeram 9 milhões de euros, cerca de R$ 51,7 milhões, em abril de 2022.
Abel Ferreira o via como um ‘grande jogador’.
Com enorme potencial para ser titular do Palmeiras.
Sonhar com Seleção Brasileira.
Marcinho era a grande esperança do Botafogo, em 2020.
Lateral moderno, de grande velocidade, habilidade.
Havia a certeza que o clube faria muito dinheiro com seus direitos.
Contatos estavam sendo feitos com clubes europeus poderosos.
Seu valor era de 3,5 milhões de euros, cerca de R$ 20 milhões, em 2020.
A mídia carioca não parava de apontá-lo como futuro ‘jogador de Seleção’.
Tudo ia bem demais na carreira dos dois.
Até que eles mesmo se sabotaram.
A começar por Renan.
O jogador sabia o quanto Abel Ferreira é rígido com a vida fora dos gramados.
Enquanto a temporada acontece, ele não aceita exageros na noite.
Mesmo nas folgas.
Ainda mais de garotos, que estão batalhando por suas primeiras chances no profissional.
Campeão mundial sub-17, convocado constantemente para Seleções Brasileiras de base, Renan foi escolhido com o zagueiro revelação do Campeonato Paulista principal de 2019.
Só que chegaram até Abel as notícias que ele estava se envolvendo, constantemente, em noitadas.
Mesmo nas folgas.
O treinador, que controla até as horas de sono dos seus atletas conversou.
Mas não o perdoou quando percebeu que os alertas não adiantaram.
E ele foi emprestado para o Red Bull Bragantino.
Para ganhar experiência e aprender a valorizar o Palmeiras.
Só que deu tudo errado.
Ele continuou fã de noitadas.
E em uma delas, onde foi visto bebendo. E mesmo assim, decidiu ir embora dirigindo seu carro, sem dormir.
Às 6h40 do dia 22 de julho de 2022, na estrada entre Itatiba e Atibaia, seu veículo invadiu a pista contrária e bateu de frente em um motociclista, que teve morte instantânea.
Eliezer Pena tinha 38 anos.
Renan foi detido em flagrante.
Mas bastou pagar uma fiança de R$ 242 mil e saiu, em liberdade provisória.
A presidente Leila Pereira avisou que a Abel que o zagueiro ‘nunca mais vestiria a camisa do Palmeiras’.
E o contrato foi rescindido.
Advogados de Renan conseguiram um acordo financeiro com a família de Eliezer Pena.
O zagueiro foi atuar bem longe do Brasil.
Ele, que era pretendido por Juventus, Roma, Sevilla, acabou no Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes.
Seus direitos atualmente estão orçados em 2 milhões de euros, cerca de R$ 17 milhões.
Desvalorização de 7 milhões de euros, cerca de R$ 40 milhões.
Mas sua grande vitória foi um acordo com a justiça brasileira.
Foi combinado que ele pagará 20 leitos de hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Bragança Paulista.
Gastará R$ 1,7 milhão pelo encerramento do caso.
Acidente fatal, com confissão de ingestão de álcool antes de pegar o volante.
Renan passou apenas um dia preso pela morte que causou.
Marcinho seguiu o mesmo caminho.
Infelizmente.
No dia 30 de setembro de 2020, ele atropelou e matou dois professores que atravessavam a avenida Sernambetida, no Rio de Janeiro.
O lateral estava dirigindo seu carro em cerca entre 86 e 110 quilômetros por hora, em um local onde a velocidade máxima é de 60 quilômetros.
Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima morreram.
O jogador não foi preso.
Conseguiu acerto financeiro com a família dos mortos.
Foi condenado a três anos e meio por homicídio sem intenção de morte.
Mas em regime aberto.
Jogou no Athletico Paranaense, Bahia e América Mineiro, emprestado.
Seu rendimento foi péssimo.
Assim que acabou seu contrato com o Botafogo, conseguiu a liberação da justiça.
E está no pequeno Rodina Moscow.
Seus direitos valem apenas 500 mil euros, cerca de R$ 2,8 milhões.
Renan e Marcinho não têm mercado no futebol brasileiro, pelas mortes que causaram.
Assim também como nos clubes de elite mundial.
Ambos têm ótimo potencial.
Mas sabotaram as próprias carreiras.
A justiça brasileira até que foi branda com os dois.]
Mas o futebol, não...
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