Rejeitado no Boa. Frustrado no Poços. Vetado no Barbalha. Bruno
O Brasil rejeita o assassino confesso de Eliza Samúdio. Depois da fracasso no Poços de Caldas, prefeito veta seu nome no humilde Barbalha do Ceará
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Estava tudo certo.
E compreendido porque ele virou as costas, sem olhar para trás, para o Poços de Caldas, time da Terceira Divisão de Minas Gerais.
Primeiro clube disposto a enfrentar a pressão da opinião pública e tê-lo no elenco. Mas se mostrou incapaz de manter a palavra de pagar R$ 10 mil mensais. O primeiro amistoso, com ele em campo, foi um fracasso.
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Rendeu pouco mais de R$ 2.000,00.
Houve a rejeição da cidade interiorana mineira.
E afugentou os patrocinadores sonhados pela direção do humilde clube.
Era o fim do relacionamento.
Mas vários dirigentes de clubes pequenos, sem holofotes, se assanham com a 'oportunidade'. Entrar na mídia. Dirigentes seguem a cartilha do 'falem mal mas falem de mim'.
Foi assim que Madureira e Barbalha travaram um insólito duelo.
O humilde clube cearense venceu. Não só nos salários, cerca de R$ 15 mil, mas também a chance de disputar a Copa do Brasil, além do Campeonato Cearense. E havia a possibilidade de participação no dinheiro dos novos patrocinadores.
O Madureira só tinha a oferecer o Carioca.
O presidente do Barbalha, Lúcio Barão, estava eufórico.
"Nós enviamos um pré-contrato. Ele vai assinar sexta-feira. Esse pré-contrato tem uma cláusula que caso a Justiça, a Comarca de Varginha, não libere a mudança de endereço aqui para Barbalha, o contrato não tem valor."
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"A gente chegou a um acordo (o Barbalha e o Bruno), só falta mesmo agora através desse pré-contrato, que é uma proposta de emprego, ele dar entrada e saber a decisão do juiz que toma conta do caso dele. Se vai aceitar a mudança dele para o Ceará. Isso está faltando", comemorava o dirigente.
Só que sua alegria acabou.
O Barbalha não vive sem o apoio da prefeitura da cidade, localizada a 504 quilômetros da capital Fortaleza. Tem 55 mil habitantes.
E o jovem prefeito Argemiro Sampaio, eleito com 16.570 votos, cerca de 49%, em 2016, decidiu.
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Não quer Bruno no Barbalha.
Argemiro tem 35 anos.
É empresário, jornalista, patrocinador e homem de grande influência no Barbalha.
Ele não aceita que o time tenha como goleiro o assassino confesso de Eliza Samudio, que ainda está cumprindo pena.
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Simples, direto.
Argemiro deixou claro que o clube perderia todo o apoio da prefeitura e também dos patrocinadores locais, se contratasse Bruno.
A população da cidade já começava a se incomodar com a possibilidade de ter o jogador. Grupos feministas prometiam protestar se a contratação fosse efetivada.
Diante da pressão, Lúcio Barão recuou.
E o Barbalha desistiu do goleiro.
Bruno foi condenado a 20 anos e nove meses pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
Madureira volta a ser uma opção para Bruno.
Mas a rejeição de grande parte da sociedade brasileira, segue muito forte.
Principalmente porque ele ainda não cumpriu sua pena.
A volta ao futebol não será tão fácil quanto o goleiro sonhava.
E ele sabe muito bem o motivo...
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