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Cosme Rímoli - Blogs

Receita Federal acabou com a festa da Crefisa no Palmeiras

Com o clube tendo de devolver R$ 120 milhões à financeira, Leila perdeu força política. Não é vista como mecenas, já que terá o dinheiro de volta

Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

Leila Pereira deixou de ser uma presença constante no Palmeiras. Desde janeiro, conselheiros e até o presidente Mauricio Galiotte notaram a ausência. 

E até podem precisar quando ela deixou de circular pelo clube. Foi no dia 22 de janeiro, quando se tornou de conhecimento público que a parceria entre a Crefisa e o Palmeiras foi mudada, à força, pela Receita Federal. 

Acabou a história de a financiadora colocar centenas de milhões em jogadores e não cobrar nada do clube, caso os atletas não fossem vendidos a outros times. Ou dessem prejuízo.

O motivo foi divulgado. Como não poderia ter os direitos federativos dos jogadores, por não ser uma equipe, a Crefisa comprava os direitos de imagens dos atletas.E os utilizava nas suas campanhas de marketing. Apresentava para a Receita Federal os gastos como despesa, reduzindo o imposto pago.


Técnicos da Receita Federal entenderam ser empréstimo e não doação ao Palmeiras. Já que o clube teria de repassar ao menos parte do dinheiro que conseguisse vendendo os jogadores. Ou seja, deixou de ser doação, que teria uma cobrança de impostos bem mais baixa e o dinheiro que a Crefisa colocou no Palmeiras passou a ser taxado como empréstimo.

O que acabou com parte do brilho de mecenas desinteressada de Leila Pereira. O Palmeiras se viu mergulhado em uma dívida altíssima. E inesperada. Mais de R$ 120 milhões.


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"É um compromisso futuro, sim, mas uma divída coberta. Temos o ativo, que são os jogadores. Esta é uma operação casada, porque o Palmeiras devolve o dinheiro assim que vender os atletas", admitiu, a contragosto, Galiotte.

A Crefisa foi multada em R$ 30 milhões por lançar todos os atletas que comprou para o clube como despesa e não como empréstimo. A financiadora já pagou o que devia.


Os atletas que a Crefisa comprou e a direção do Palmeiras acreditava que não teria de pagar foram Luan (R$ 10 milhões), Fabiano (R$ 6,7 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões), Guerra (R$ 10 milhões), Thiago Santos (R$ 1 milhão), Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Dudu (R$ 10 milhões) e Lucas Lima (R$ 17,5 milhões).

O valor total é R$ 120,2 milhões.

Ou seja, no dia 30 de janeiro, o Palmeiras comemorou, com festa, o mais lucrativo balanço financeiro entre todos os clubes brasileiros, em 2017.

O Palmeiras faturou R$ 531 milhões no ano passado, o segundo maior faturamento do país. Perdeu apenas para o Flamengo. O clube carioca chegou aos R$ 600 milhões de faturamento, mas sua dívida ainda bate nos R$ 450 milhões.

O balanço palmeirense mostrou R$ 531 milhões de faturamento e a dívida mostrou apenas os R$ 22 milhões com Paulo Nobre e cerca de R$ 70 milhões financiados pela lei de responsabilidade. 

Foram omitidos os R$ 120 milhões para a Crefisa, que podem ser considerados como dívida. E faz o Palmeiras dever R$ 212 milhões. O sonho de acabar com as dívidas do time paulista, no final deste ano, não será alcançado.

Leila e Galiotte lamentaram muito a interpretação da Receita Federal. A dona da Crefisa afirmou que não valeria a pena seguir dando mais dinheiro para contratações. O presidente palmeirense concordou, já que, na verdade, endividaria o clube. Porque o dinheiro precisaria ser devolvido à financeira.

Foi por isso que jogadores como Ricardo Goulart e Miranda, desejados pelo clube, deixaram de interessar. A partir de janeiro, o Palmeiras é quem coloca o dinheiro na contratação. A Crefisa pode e está ajudando nas luvas e salários, como fez com Lucas Lima.

Com a revelação da nova postura da Receita Federal, da multa de R$ 30 milhões e dos inesperados R$ 120 milhões em dívidas que trouxe ao Palmeiras, Leila deixou os noticiários. Não tem dado mais entrevistas falando sobre seu desejo de ser presidente do clube. Adversários políticos, como Paulo Nobre, passaram a não mais considerá-la imbatível. Ainda mais depois do rompimento com o ex-presidente e ex-mentor, Mustafá Contursi.

Leila está chateada com a situação.

Mas segue cada vez mais aliada de Galiotte.

Só que sem poder entregar seus milhões ao clube.

Por isso, o Palmeiras será muito mais contido nas contratações.

Apesar de receber os R$ 70 milhões por ano de patrocínio da Crefisa.

As dezenas de milhões para contratações secaram.

A fase da abundância durou pouco.

O entusiasmo com o dinheiro da Crefisa diminuiu no Palmeiras
O entusiasmo com o dinheiro da Crefisa diminuiu no Palmeiras

Não só acabou.

Como o clube terá de arcar com ela.

O incrível incômodo de pagar R$ 120 milhões em jogadores.

Leila quis e ajudou.

Mas agora, a situação mudou.

A Receita Federal interferiu.

E a empresária saiu de foco...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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