Rebelião dos clubes da Série B vence. Quatro rebaixados mantidos. Em compensação, sete estrangeiros aprovados
CBF não quis guerra jurídica. E os clubes da Série B venceram. Não permitiram que o Brasileiro rebaixasse apenas três clubes. Mas o futebol do Brasil permitirá sete estrangeiros em campo, por clube. Em vez de cinco
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Os 20 clubes participantes da Série B de 2023 decidiram, por unanimidade, em reunião realizada nessa segunda-feira, 13, se posicionar publicamente contra a mudança na quantidade de acessos e rebaixamentos no Campeonato Brasileiro Série A, tendo em vista diversas matérias na mídia esportiva indicando que alguns clubes pretendem propor a modificação do atual número de 4 (quatro) clubes para 3 (três) clubes.
"O posicionamento foi encaminhado para o Presidente da CBF, Sr. Ednaldo Rodrigues, na manhã de hoje (14)."
Esta foi a reação imediata dos clubes da Série B, pressionando a CBF a não aceitar a vontade da maioria dos clubes da Série A, de mudar o número de clubes rebaixados, de quatro para três.
Porque eles teriam apenas três vagas na Série A, de 2024.
A notícia se espalhou como um rastilho de pólvora e a resistência foi articulada ainda na noite de ontem.
A cúpula da CBF não esperava essa tomada de posição imediata.
Nem os clubes da Série A, que estavam dispostos a lutar para escapar da possibilidade de cair para a Segunda Divisão.
Foi uma reviravolta.
A decisão foi não colocar para votação o pedido de diminuição dos rebaixados.
Mas ela poderá voltar a ser discutida antes de o Brasileiro começar.
Só que com os clubes da Série A sabendo que irão enfrentar uma guerra com os da Série B.
A CBF não se mostra disposta a uma guerra jurídica.
E a proposta não deverá ser aprovada.
Em compensação, os clubes da Série A ganharam uma excelente compensação.
Está liberada a inscrição e presença de sete estrangeiros em cada time.
Antes eram apenas cinco.
O argumento que os jogadores, desde garotos, estão nas mãos de empresários, que levam os melhores para a Europa, foi aceito.
E a inscrição liberada.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, foi o grande articulador desse aumento significativo, e histórico, de estrangeiros.
Seu clube tem oito atletas que não nasceram no Brasil.
Ele defendia o rebaixamento de apenas três clubes, como o presidente do Santos, Andrés Rueda.
Esta briga eles perderam.
Para o bem do futebol do país.
Os quase sempre menosprezados clubes da Série B venceram.
E a decência foi premiada.
Atos de racismo de torcedores poderão resultar em perda de pontos para os clubes.
Isso em todas as competições do futebol nacional.
Até que enfim.
Quem se esquece da torcedora gremista chamando o então goleiro do Santos, Aranha, de 'macaco', em 2015?
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