Ramón Díaz erra em outra semifinal. E o Corinthians é eliminado também da Copa Sul-Americana. Racing virou em quatro minutos

O começo do Corinthians foi alucinante.

Imprensou o Racing.

Marcou por pressão, como se jogasse em Itaquera, e não na Argentina, no histórico estádio Cilindro.

Memphis relembrou seus grandes momentos na Seleção Holandesa.

E quem ganhava com o talento, a antevisão de jogo da estrela midiática era Yuri Alberto.

Logo a um minuto, o holandês por um triz não o coloca na obrigação de marcar, mas Sosa salvou.

Mas aos cinco minutos, o calcanhar de Memphis deixou Yuri, para com pouquíssimo ângulo, marcar, entre as pernas do goleiro Arias.

Aos 22 minutos veio o lance que tinha tudo para decidir o jogo.

Memphis colocou Garro, cara a cara com Arias, mas do lado esquerdo da grande área, com o gol vazio, estava Yuri Alberto.

O meia argentino foi egoísta e chutou em cima do goleiro.

Deu a chance para outro meia ‘roubar o jogo’.

O colombiano Quintero.

Primeiro, ele cobrou a penalidade incrível que o Corinthians cometeu.

Salas se livrou de Matheuzinho e ao cruzar, Martínez veio de carrinho, com o braço aberto, escorregando pelo gramado.

A bola tocou no seu braço.

Pênalti.

Aos 31 anos, vivido, Quintero bateu muito forte, no meio do gol, 1 a 1, aos 34 minutos.

O gol foi uma ducha d’água gelada no time de Ramón Díaz.

Aos 38 minutos, gol com a colaboração do gandula, que devolveu a bola rapidamente e a cobrança de lateral pegou o sistema defensivo corintiano aberto.

E Quintero se aproveitou, entrou livre, diante de Hugo, e tocou para o fundo do gol.

No segundo tempo, o Corinthians voltou mal, parando diante do sistema defensivo argentino.

Só quem tentava algo diferente e tinha fôlego para isso era Garro.

Memphis já demonstrava esgotamento pelo que correu e produziu no primeiro tempo intenso que fez.

Quem tinha poder de lançamento, chute de fora da área, bater falta, era outro jogador diferenciado, saiu.

Ramón Díaz escolheu Garro para deixar o campo e colocar Tales Magno.

Aos 13 minutos do segundo tempo.

Erro inaceitável.

O Racing não sofreu para segurar a vitória e conseguir a classificação à final da Sul-Americana.

O 2 a 1 eliminou o Corinthians.

E enfrentará o Cruzeiro, na decisão competição, em Assunção, no Paraguai.

Fez o clube garantir cinco anos sem qualquer conquista.

Completou 11 anos que o clube paulista não vence qualquer torneio internacional.

O último foi a Recopa em 2013.

Ramón Díaz já havia errado contra o Flamengo e diante do Racing, em Itaquera, escancarando seu time.

Deixando o meio-campo aberto e sem criatividade.

Foi assim que o time caiu também na semifinal da Copa do Brasil.

Mas o treinador não assumiu seus erros após a eliminação.

Pelo contrário, fez questão de tentar destacar seu trabalho, que qualificou como ‘excelente’.

“Creio que o trabalho que estamos fazendo é excelente porque competimos. Quando chegamos me chamaram para salvar o time, o grupo e os jogadores tiveram competência e qualidade para competir. Estamos juntos na três meses, pudemos ganhar jogos importantes do Brasileiro para sairmos da zona. Os jogadores chegaram em duas semifinais que não estavam no plano, temos que seguir lutando para terminar bem o ano.

De maneira sutil, mostrou seu descontentamento com Garro, que teve a chance de fazer 2 a 0 para o Corinthians. Ou tocando de lado do goleiro Arias ou simplesmente passando a bola para Yuri Alberto, livre com o gol vazio.

“Quando se joga esse tipo de partida tem que tem tranquilidade e jogar. Conseguimos suportar a pressão, tínhamos que ter marcado mais e não cometer erros. Não tivemos sorte porque o pênalti acaba sendo uma fatalidade. O segundo gol tivemos um descontrole que não pode acontecer, para chegar a uma final preciso estar 100% mentalmente. Os jogadores estão aqui há três meses, é um clube que precisa se reorganizar para seguir competindo e conseguir cumprir os objetivos que temos.”

Bom de conversa, mas fraco de rendimento.

Ele tem o aproveitamento igual ao de Vanderlei Luxemburgo, mandado embora, sem dó, em 2023.

São 27 jogos, 10 vitórias, nove empates e oito derrotas, aproveitamento de 48,1%.

O Corinthians voltará a campo na próxima segunda-feira.

Contra o Palmeiras, em Itaquera.

A vitória é fundamental para escapar da zona do rebaixamento.

Díaz terá de recuperar mentalmente seus jogadores pelas eliminações seguidas.

E rever seus conceitos táticos...

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