Perder a vaga para dois times da Terceira Divisão. R$ 8 milhões desperdiçados. A insatisfação dos patrocinadores. Palmeiras em agonia

Abel Ferreira entregou em dezembro de 2024 um relatório a Anderson Barros.

Como faz todo ano, desde que chegou ao Palmeiras.

O treinador faz um balanço por escrito, do que deu certo, deu errado.

Os jogadores dispensáveis e as posições que o time está carente.

Avalia alguns nomes que a direção antecipa como ‘possíveis’.

Abel viajou tranquilo para Portugal.

Mais confiante do que nos quatro anos anteriores, que fez o mesmo.

Porque sabia que 2025 é mais do que especial, por conta do Super Mundial de Clubes.

Só que a reformulação proposta pelo treinador foi feita pela metade.

12 atletas deixaram o clube.

Entre eles, Dudu, Rony, Zé Rafael, Caio Paulista, Lázaro.

Enquanto isso, o executivo Anderson Barros e a presidente Leila Pereira não tiveram competência para contratar atletas que seriam fundamentais para reforços ao time da Abel.

Andreas Pereira, Claudinho, Canobbio, Matheus Pereira, Villasanti, Hércules.

Contratou Paulinho, recém operado, que só poderá ser usado em abril.

A sua chegada foi a única não contestada por torcida, mídia e, importante, conselheiros.

Facundo Torres, Emiliano Martínez, Bruno Fuchs e Micael.

Diante do fracasso das negociações, Abel Ferreira se viu obrigado a fazer inúmeros testes no Paulista.

Não pôde colocar todos seus titulares, com medo de perder atletas para as fases decisivas.

Mesmo assim ficou sem o melhor jogador do elenco, Maurício, que operou o ombro direito e não jogará mais o Estadual.

Gustavo Gómez teve uma distensão importante e só poderia, eventualmente, atuar em uma semifinal.

Além disso, o clube desperdiçou pontos preciosos.

Empatou com o Noroeste, Bragantino e Água Santa

Perdeu para o Novorizontino.

Além das igualdades com Corinthians e São Paulo.

A campanha foi irregular, decepcionante.

Cinco vitórias, cinco empates e uma derrota.

Chega à última rodada da fase de classificação precisando vencer o Mirassol.

Mas isso não basta.

Amanhã, a Ponte Preta não pode vencer o Bragantino, em Campinas, ou adeus sonho do tetra paulista, para os palmeirenses.

E o que o clube, que é administrado como instituição financeira, por Leila Pereira, deixaria de ganhar, com uma eliminação precoce?

Primeiro, cerca de R$ 8 milhões.

O planejamento no início do ano era que o Palmeiras chegasse pelo menos à decisão do título.

A Federação Paulista dá R$ 5 milhões para o campeão.

Os R$ 8 milhões são a soma com arrecadações dos jogos decisivos com a premiação.

No mínimo

Além disso, os patrocinadores ficariam sem a chance de mostrar suas marcas, nas partidas mais importantes.

Lembrando que a Sportingbet substituiu a Crefisa, empresa de Leila Pereira, como patrocinadora máster.

E é a sua primeira temporada gastando R$ 100 milhões.

A eliminação também custaria aos jogadores um bônus de R$ 5 milhões que a casa de apostas daria como bônus, aos atletas.

Além disso, o restante da temporada seria sob pressão.

Não só das torcidas organizadas, que já têm protestado.

Mas dos conselheiros do clube.

Membros da oposição estão ganhando argumentos para questionar a gestão de Leila Pereira.

Como o clube fecha 2024 com uma receita superior a R$ 1,1 bilhão e não consegue contratar atletas importantes?

Abel também passou deixou de ser intocável.

Assim como atletas como Raphael Veiga, que deu sete assistências no Paulista, mas tem sido xingado por torcedores, por não marcar um único gol e jogar mal.

A última vez que o clube ficou fora do mata-mata do torneio foi em 2010.

Com o regulamento ‘antigo’.

O Paulista de 2025 tem tudo para ser a última chance de Estêvão ser campeão como titular.

Ele só terá o Super Mundial de Clubes para disputar até o fim com a camisa verde.

E a chance palmeirense é pequena, diante dos grandes rivais europeus, com seus elencos bilionários.

A pressão é grande no Palestra Itália.

A desculpa de Abel, que o Palmeiras ‘não deu sorte’ por estar no mesmo grupo de São Bernardo e Ponte, clubes que têm mais pontos, é vista com inconsistente.

A receita da Ponte Preta em 2024 foi de R$ 223 milhões.

O clube de Campinas foi rebaixado da Série B, vai disputar a Terceira Divisão, a Série C, do Brasileiro.

Já o São Bernardo, classificado para as quartas, também segue na Série C.

Ou seja dois clubes da Terceira Divisão do Brasileiro estão para ficar com as duas vagas no grupo do Palmeiras, clube brasileiro com mais títulos na história.

Seria um vexame caro, pelo desperdício de dinheiro.

Todos no Palmeiras sabem e ninguém admite.

Mas por tudo que a diretoria não fez, não há saída para Abel e seus jogadores.

Vencer o Mirassol, no Interior.

E torcer para o Bragantino ao menos empatar com a Ponte Preta.

Situação vexatória.

Inaceitável para um clube com o faturamento de R$ 1,1 bilhão.

Gigante como o Palmeiras...