R$ 4,7 milhões por mês. Para Gabigol e Dudu. Reservas mais caros do Brasil. Não será surpresa se ambos saírem, na janela do meio do ano
Leonardo Jardim foi claro com a direção do Cruzeiro. Não iria perder seu emprego por conta de escalar jogadores que não estavam rendendo. E foi certeiro. O problema estava nas peças mais valorizadas na Toca da Raposa. Gabigol e Dudu sabem são meros reservas

“A realidade mostra para todos: nós erramos muito nas contratações.
“Erramos bastante.
“Não vou citar nome, porque é deselegante, mas erramos.”
O bilionário Pedro Lourenço, dono do Cruzeiro, foi direto há 11 dias.
O arrependimento bateu.
Ele e seu executivo Alexandre Mattos foram às compras para 2025.
E completaram os gastos de mais de R$ 260 milhões para formar o elenco estelar, programado para esta temporada.
Foram R$ 170 milhões em 2024.
E mais 90 milhões em 2025.
O foco de Mattos foi conquistar o mais midiático jogador do Brasil, antes da volta de Neymar.
E chegou primeiro em Gabigol.
Garantiu um contrato que chega a R$ 3 milhões por mês, entre as luvas divididas e salário.
Tudo isso até o final de 2028.
Dinheiro digno de jogador de clube grande europeu, 5,4 milhões de euros por temporada.
Já Dudu, preferiu a estabilidade.
Ele tinha contrato só até o final do ano no Palmeiras.
Ganhava R$ 2,1 milhão.
Foi convencido a ir para Belo Horizonte, recebendo ‘só’ R$ 1,7 milhão.
Mas com contrato até o final de 2027.
Excelente negócio para um atleta de 33 anos.
Tanto Gabigol e Dudu assinaram contratos com multas pesadas.
Elas preveem o pagamento da totalidade de salários que falta a ser pago.
Leonardo Jardim assumiu o Cruzeiro com os dois como titulares.
E percebeu a falta de jogo coletivo, de mobilidade, agilidade da dupla.
Facilmente marcável e com pouquíssima participação na recomposição da equipe.
Vivido, sabia que tinha dois ídolos na mira.
Mas ele também recebe bem.
R$ 1,5 milhão por mês.
Depois da eliminação da final do Campeonato Mineiro, com dois empates diante do América, time da Segunda Divisão e um fraquíssimo início do Brasileiro, Jardim tomou a decisão que amadurecia.

Demonstrou para a direção o fraco rendimento de Gabigol e de Dudu.
E usou a ‘carta branca’ dada por Pedro Lourenço para tomar as atitudes que considerasse fundamentais ao time.
Decidiu que ambos são reservas efetivos.
Não eventuais.
O alto rendimento da equipe de ontem contra o Bahia, com domínio total sobre o time de Rogério Ceni, só fortaleceu o português.
3 a 0, com direito a pênalti perdido.
Gabigol e Dudu entraram aos 33 minutos do segundo tempo.
E nada de prático conseguiram fazer.
Foi constrangedor.
Em 15 partidas, Dudu só marcou duas vezes.
E Gabigol fez sete em 12 jogos.
“Eu não gosto de individualizar. Com certeza, temos jogadores que têm um currículo extraordinário, mas, no momento da equipe, eu tenho tido outras opções”, resumiu Jardim, sobre a situação da dupla.
Está claro que ele tem conseguido melhor resultado com Kaio Jorge e Christian.
Quem aceitou as contratações de Dudu e Gabigol foi o demitido Fernando Diniz.
Jardim tem outro conceito de jogo.
E que exige recomposição, marcação, vibração sem a bola.
Sem privilégios táticos.
Dudu e Gabigol seguem quietos, sem falar com a imprensa.
Sabem que são os reservas mais caros do País.
E, pelo menos financeiramente, não têm do que reclamarem.
Mas, a situação de ambos está sendo analisada com muito cuidado por Pedro Lourenço.
Os R$ 4,7 milhões a cada 30 dias saem do seu bolso, como dono do Cruzeiro.
E essa é uma quantia ‘indecente’ para dois jogadores ficarem no banco.
Não será surpresa se, na janela do meio do ano, um ou até os dois acabem fora da Toca da Raposa...