R$ 40 milhões por dois anos. Domínio completo do futebol. E até esperança de Seleção. Corinthians escolheu seu técnico
Luis Castro está mesmo com tudo adiantado para ser o treinador corintiano. O acordo verbal está fechado. O português, de 60 anos, decidirá seu futuro junto ao Al- Duhail, do Catar, este final de semana
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
R$ 40 milhões por dois anos de contrato.
Multa alta em caso de demissão.
Infraestrutura espetacular, digna de gigantes europeus.
Elenco qualificado.
Não só entre os profissionais, mas também na base.
Domínio completo do futebol.
Maior torcida de São Paulo, cidade mais rica da América Latina.
Dos últimos quatro treinadores da Seleção Brasileira, dois saíram do Parque São Jorge.
Meta: conquistar a Libertadores e voltar ao Mundial de Clubes.
Esses foram os itens apresentados a Luís Castro, treinador português que encantou Duilio Monteiro Alves, entre os vários técnicos que entrevistou por videoconferência para assumir o Corinthians.
Esse encantamento, mais as vitórias do clube, sob o comando do interino Fernando Lázaro, foram responsáveis pela tranquilidade nestes 17 dias do clube sem treinador, depois da sumária demissão de Sylvinho.
O único gasto que Duilio não quer ter são os R$ 7 milhões de multa que Castro tem de pagar, para deixar o Al-Duhail, do Catar.
Para a cúpula corintiana, tudo está resolvido, graças à ajuda dos empresários Kia Joorabchian, ex-presidente da MSI, e Giuliano Bertolucci. Eles conseguiram convencer Castro do 'projeto Corinthians'.
O rival, Botafogo, que começou antes a conversar com o português, tem como último trunfo a fortuna imensa do norte-americano John Textor, que comprou 90% das ações do clube carioca. Mas Castro está mais disposto a assumir um clube brasileiro já pronto do que iniciar uma profunda reformulação, como acontecerá no Rio de Janeiro.
Castro conseguiu que Duilio aprovasse a contratação de cinco profissionais escolhidos por ele, para trabalharem no Corinthians.
Os auxiliares João Brandão e Vítor Severino, o preparador físico Pedro Brito e o analista José Costa. Além de um preparador de goleiros que ainda estava escolhendo.
O Corinthians só exigiu que Fernando Lázaro siga com o auxiliar fixo do clube, junto à Comissão Técnica de Castro. O que foi aceito.
A notícia do acerto apalavrado entre o treinador e a equipe paulista já chegou ao Catar. Foi Castro quem avisou à direção do Al Duhail. O trabalho é bom, seu time está em segundo lugar no campeonato nacional, porém, o Al-Sadd, do espanhol Juan Garcia, lidera com folga.
Com dez pontos de vantagem com um jogo a menos, 16 a 17. Com apenas 12 equipes, o torneio catariano terminará na 22ª rodada. Ou seja, o título nacional está praticamente perdido para o português.
Castro foi lateral direito com recursos técnicos modestos. Mas muita personalidade. Foi 14 anos capitão, pelas equipes pequenas que atuou. Treinou equipes pequenas até assumir o time B do Porto. Foi interino do grande clube português, em 2014. Depois, voltou a comandar a equipe B, que foi campeã pela primeira vez da Segunda Divisão.
Saiu para o Rio Ave, Chaves, Vitória de Guimarães. Assumiu o Shakhtar Donetsk, onde venceu o seu primeiro e único título como treinador de equipes principais, o Campeonato Ucraniano, de 2019/2020. De lá, foi para o Catar.
Seu estilo de jogo preferido é o 4-2-3-1. As equipes que comanda são muito intensas, competitivas, vibrantes. O estilo, teoricamente, se casa com o que espera o torcedor corintiano.
Ele tem muita personalidade e costuma se impor aos seus jogadores.
Enquanto Sylvinho só tinha como experiência 11 partidas e demissão sumária do Lyon, Castro, 60 anos, acumula 23 anos como treinador.
A situação será definida até segunda-feira, garantiu Duilio a conselheiros próximos.
É possível que ainda hoje, após o jogo contra o Botafogo, ele seja anunciado.
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