Quem segura esse Palmeiras? Aula de futebol para a Ponte Preta. 5 a 1. A chegada à semifinal do Paulista foi impiedosa
O Palmeiras não deu a menor chance para a Ponte Preta. Goleou por 5 a 1, no jogo decisivo das quartas do Campeonato Paulista. Além de chegar à semifinal, tem a chance de decidir o título em casa
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Quem segura o Palmeiras no Paulista de 2024?
Não a Ponte Preta.
O time de Abel Ferreira chegou à semifinal, sem o menor trauma.
Invicto, com o maior ataque.
Primeiro, disparado na classificação geral.
Com direito a decidir o título em casa, caso supere a semifinal.
Massacrou hoje, a Ponte Preta, em Barueri.
Flaco López marcou três gols, mas poderia ter feito pelo menos cinco, desperdiçando duas chances inacreditáveis. Mesmo assim é o artilheiro do Paulista, com dez gols.
5 a 1 foi muito pouco, diante do domínio territorial, físico e individual dos palmeirenses.
"Foi amadurecimento. Tive tempo para amadurecer. Às vezes não acreditamos nesses processos, mas graças a Deus estou em um momento espetacular e estou aproveitando as oportunidades que o Abel está me dando. É tempo, trabalho, ficar tranquilo e fazer o trabalho", resumiu, empolgado, Flaco López
O treinador português deu uma aula para João Brigatti.
Ele sabia que o técnico interiorano tentaria colocar seu time defensivamente, com uma linha de cinco zagueiros, quatro atletas tentando fechar a intermediária e apenas o trombador Jeh na frente.
O que Abel fez?
Tratou de repetir seu time ideal, com Marcos Rocha e Mayke triangulando pela direita. Piquerez e Endrick pela esquerda. Aníbal Moreno fazendo excelente trabalho na marcação e na saída de bola.

E, inteligentemente, liberou Zé Rafael e Raphael Veiga se revezando, movimentando como meias, tanto pela direita, como pela esquerda.
Resultado, o Palmeiras desestruturou a Ponte Preta desde o início do jogo.
E logo aos dois minutos, de maneira inaceitável, Piquerez estava livre pela esquerda e fez o que faz melhor: cruzou com perfeição para a mortal cabeçada de Flaco López. 1 a 0, Palmeiras.
Os jogadores de Campinas não só se abateram com o gol. Perderam a concentração e o time ficou espaçado, dando toda liberdade para Raphael Veiga e Zé Raphael. Endrick estava com muita vontade e inspiração. Conseguia vencer duelos individuais, abrindo espaço para infiltrações dos companheiros.
O cheiro de goleada estava no ar.
E aos 18 minutos, ela começou a se consolidar.
Endrick deixou Flaco López livre, diante do ótimo goleiro Pedro Rocha.
O argentino chegou a errar a passada, mas conseguiu bater diante do recuo da zaga campineira. 2 a 0.
O Palmeiras continuou sedento, sentindo que o rival estava moribundo.
E tratou de 'matar o jogo'.

Com toda a liberdade, Marcos Rocha descobriu Raphael Veiga.O cruzamento foi perfeito para a cabeçada fulminante de Murilo. 3 a 0, Palmeiras, aos 37 minutos.
Todos que estavam na arena Barueri sabiam: a partida estava acabada.
No segundo tempo, o mérito de Abel Ferreira ficou ainda mais evidenciado.
Conseguiu manter o Palmeiras insaciável.
Seus jogadores voltaram como se a partida estivesse empatada em 0 a 0.
A Ponte Preta, abatida, tentava apenas terminar de maneira digna a sua participação no Paulista.
E deixou explícito o porquê seus dirigentes comemoram a permanência na Série A.
O time fisicamente não tem a intensidade para suportar grandes jogos.
Como permitiu, por exemplo, ao Corinthians ter 26 finalizações.
Hoje, o Palmeiras chegou a 18.
O estrago poderia ter sido muito maior.

O quarto gol veio aos 20 minutos, depois que Endrick brigou pela bola, ela sobrou para Mayke, fazer outro cruzamento perfeito. A bola chegou no pé direito de Piquerez. O uruguaio errou o primeiro chute. Teve tempo para ajeitar o corpo e dar o segundo, violento. A bola estufou as redes de Pedro Rocha. 4 a 0.
Três gols em uma partida é um feito que todo atacante luta para conseguir.
E a chance foi maravilhosa para Flaco López.
Com a defesa campineira aberta, Mayke tabelou com Endrick e encontrou o oportunista argentino. 5 a 0, Palmeiras, aos 24 minutos.
Àquela altura, Abel já poupava seus jogadores, pensando na semifinal.
E a Ponte Preta marcou seu gol de honra em uma cobrança de falta de Renato, que tocou na barreira e enganou, completamente, Weverton.
O placar de 5 a 1 foi injusto.
O massacre poderia ter sido maior.
Quem segura esse Palmeiras, em busca do tricampeonato paulista?
Pergunta dificílima de ser respondida...