Quarto fracasso do São Paulo no ano. O clube se acostumou a perder
O time de Cuca jogou muito mal. Foi derrotado de novo para o Bahia. Eliminado da Copa do Brasil O clube só tem agora o Brasileiro. Constrangedor
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Depois da Florida Cup, Libertadores da América, Campeonato Paulista, agora a Copa do Brasil.
O São Paulo acumula mais um significativo fracasso em 2019.
O clube perdeu de novo para o Bahia por 1 a 0, em Salvador. Gol marcado por Ernando, em jogada nascida em contragolpe, situação repetida, idêntica à primeira partida, na capital paulista.
O gol do time baiano desmoronou de vez psicologicamente o São Paulo.
Foi assustador.
O clube do inseguro Leco e do incoerente Raí foi eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil.
Só resta agora o Campeonato Brasileiro para tentar terminar com o jejum de sete anos sem conquistas oficiais.
"Se a torcida está de cabelo em pé é com toda a razão. Ser eliminado como São Paulo foi na Libertadores, primeira fase, é lógico que o torcedor fica "p" da vida. E os maiores responsáveis somos nós.
Sou eu, quem escala, que põe as ideias em campo. O time está há quatro jogos sem fazer gols. Hoje até que foi um jogo igual, não faltou entrega, dedicação. Quando esses elementos faltam a culpa é do treinador.
Sou eu o maior culpado. Se tem que bater em algum, se tem que levar porrada, no bom sentido, o culpado sou eu", assumia Cuca.
O treinador deixou escapar que haverá uma reformulação no grupo. Jogadores como Nenê, Jucilei e, muito provavelmente, Arboleda, deverão sair. O clube busca reforços, principalmente um atacante que atue como referência na área.
A equipe paulista não conseguiu romper o sistema de marcação feito por Roger Machado. Como havia acontecido no Morumbi. Os jogadores estavam muito tensos, nervosos, precipitados. Sentiram a obrigação de vencer.
Individualmente, apenas Hernanes conseguiu mostrar bom futebol. Mas estava sozinho. Pato, que saiu do banco de reservas, teve outra atuação fraquíssima. Toró correu e nada produziu. Helinho conseguiu chutar bola na trave, mas foi muito mal.
O time de Cuca sentiu muito a ausência de Antony, que foi liberado para disputar o torneio de Toulon, com a Seleção Olímpica. A competição não acontecerá em data-Fifa.
O São Paulo não precisaria ceder seu atacante em melhor fase. Mas a diretoria quis valorizá-lo pensando em futura venda. Bobagem incentivada pela ganância.
E Cuca já está sendo questionado por conselheiros. Eles querem que o treinador volte a apostar mais na base, como fez Vagner Mancini.
A situação do técnico não é tão cômoda. Já há sinais precoces de desgaste com mais esta eliminação.
No Bahia, o destaque foi Gilberto, responsável pela articulação dos principais contragolpes do time nordestino. Inclusive o que terminou com o gol do zagueiro Ernando.
Arboleda foi mal demais. Fez sua pior partida com a camisa do São Paulo. O equatoriano se deixou envolver pela tensão do jogo. Esteve irreconhecível e ainda foi expulso ao final da partida.
A partida foi muito previsível. Roger Machado, mesmo atuando em caso, repetiu a compactação de duas linhas próximas, no seu campo, permitindo que o São Paulo tocasse a bola longe do gol de Douglas. E partindo no contragolpes em velocidade.
Mesmo com Cuca tentando deixar o time mais leve, com Everton, Toró e Helinho na frente, o time não conseguiu produzir ofensivamente. Igor Vinícius muito travado e Reinaldo mais preocupado em brigar do que jogar, não contribuíram no ataque.
Na primeira etapa, só um esporádico chute de Helinho no travessão. No mais, o São Paulo não conseguiu se livrar da marcação nordestina.
Para piorar de vez as coisas, no início do segundo tempo o Bahia marcou seu gol. Em um contragolpe puxado por Gilberto. Ele entregou a bola para Artur que impôs correria no lance e serviu Ernando, que só tocou na saída desesperada de Tiago Volpi. 1 a 0, Bahia, aos oito minutos.
O São Paulo que já estava tenso, ficou em pânico, pela obrigação de marcar dois gols. O que só facilitou a marcação baiana.
Vitória justa do time de Roger Machado.
E mais uma frustração do São Paulo.
Foi a quarta eliminação em 2019.
Só haverá uma competição nos próximos sete meses.
Prejuízo enorme.
O clube gastou R$ 60 milhões em contratações.
O clube aprendeu a perder.
Os sete anos de jejum não são por acaso...
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