Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Procon trava redução no preço dos ingressos. Vexame vai prosseguir

A ganância, a alienação e o amadorismo fizeram ingressos da Copa América mais caros que a Eurocopa. Por isso os estádios vazios

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A ganância está sendo castigada. Mais da metade das arquibancadas vazia
A ganância está sendo castigada. Mais da metade das arquibancadas vazia A ganância está sendo castigada. Mais da metade das arquibancadas vazia

São Paulo, Brasil

Ganância.

Alienação.

Péssima estratégia.

Publicidade

Desprezo à inteligência dos brasileiros.

Esses quatro fatores são os responsáveis pelo fracasso de público na Copa América de 2019

Publicidade

Com direito a informações, que na prática, se mostraram inverídicas.

Leia também

A Conmebol está revoltada com o Comitê Organizador Local do Brasil, responsável por toda definição de vendas de ingressos.

Publicidade

59% das arquibancas em média dos estádios nas primeiras partidas da Copa América estiveram vazias.

As câmeras tiveram de focar nos 41% dos lugares onde havia público.

Vexame.

O primeiro motivo está nos preços abusivos dos ingressos. 

Alguém deve ter delirado imaginando que se poderia cobrar até R$ 890,00 na decisão do torneio sul-americano.

Os preços dos bilhetes no jogo de estreia do Brasil contra a fraquíssima Bolívia, no Morumbi, foram entre R$ 190,00 e R$ 590,00. 

Quem foi ao jogo pagou, em média, R$ 485,00.

Sobraram mais de 20 mil lugares vazios.

A alienação de quem estipulou preços não tem limites.

Os ingressos mínimos, R$ 120,00 em alguns estádios são mais caros do que a Eurocopa da França, de 2016, R$ 110,00. 

Vale a pena entender o abuso.

Depois da abertura, os jogos da primeira fase custam entre R$ 120,00 e R$ 350,00.

No Itaquerão e na Arena do Grêmio nos setores das organizadas, onde não há cadeiras e todos assistem de pé, situação que a Fifa proíbe, por exemplo, na Copa do Mundo, o preço é de R$ 60,00.

Os sem cadeiras vão pagar menos até a semifinal.

Não estarão na decisão, no Maracanã.

Nas quartas-de-final, mais caro ainda, entre R$ 140,00 e R$ 400,00.

Vai piorando, lógico.

Nas semifinais: R$ 190,00 a R$ 590,00.

A decisão no Maracanã é um tapa na cara do torcedor.

R$ 260,00 a R$ 890,00.

Preços abusivos. Em um país com quase 14 milhões de desempregados
Preços abusivos. Em um país com quase 14 milhões de desempregados Preços abusivos. Em um país com quase 14 milhões de desempregados

Por que não cobrar menos de jogos sem apelo, sem interesse algum para o brasileiro?

É mais do que amadorismo.

A ganância de explorar o amor do torcedor ao futebol tem tido resposta.

Mais da metade dos estádios ficaram e deverão seguir vazios.

A 'maior festa popular da América do Sul', como anunciou o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, virou em espetáculo voltado às elites.

Quem tem tanto dinheiro para gastar em um jogo de futebol é apenas a classe privilegiada, rica da América do Sul. Que tem perfil completamente diferente do torcedor comum. Por isso, a frieza até na estreia do Brasil.

O sistema de vendas foi ridículo.

Com a obrigatoriedade de compra pela Internet. Depois de efetuado a aquisão do bilhete com cartão de crédito, a retirada física nos pouquíssimos pontos de venda.

A falta de venda física, direta, simples foi um tiro no pé.

Bobagem, elitização estúpida.

E o Comitê Organizador Local caiu em uma armadilha irreversível.

Mesmo acompanhando o fracasso nas vendas, há a impossibilidade de baixar o preço dos ingressos.

A não ser que se sujeite a problemas gravíssimos com a Fundação de Proteção ao Direito do Consumidor. 

Em caso de redução no preço dos bilhetes, a Conmebol poderia ser vítima de inúmeros processos de torcedores que já pagaram o abusivo imposto pelo Comitê Organizador Local brasileiro. 

O presidente Alejandro Dominguez sabe muito bem disso.

Por isso descarta a redução.

Ele deveria ter interferido quando os preços foram definidos.

O vexame vai prosseguir.

O fracasso é tamanho que a Conmebol abre a possibilidade de aumentar a doação de ingressos a crianças pobres para ter as arquibancadas cheias.

Nítida manipulação de imagens para os 170 países que acompanham os jogos e que nem imaginam o que ocorre de verdade com os ingressos.

Porque isso já existe.

Dominguez sabe: Conmebol pode ser processada se os preços forem reduzidos
Dominguez sabe: Conmebol pode ser processada se os preços forem reduzidos Dominguez sabe: Conmebol pode ser processada se os preços forem reduzidos

Quatro mil ingressos foram dados para a Secretaria Estadual de Educação no Rio Janeiro. No Rio Grande do Sul, 1.800 ingressos acabaram doados para a Secretaria de Esporte e Lazer.

Para maquiar os estádios, principalmente nesta primeira fase, a situação deve ser aumentada.

Equador e Japão e Bolívia e Venezuela, marcados para o Mineirão, têm menos de quatro mil ingressos vendidos. 1.600 para o primeiro confronto e 3.600 para o segundo.

O Mineirão tem capacidade para 62 mil pessoas.

A Conmebol e o Comitê Organizador já trata de buscar mais crianças mineiras para evitar vexames históricos.

Até agora não houve explicação para o fato de o COL haver garantido ter vendido 67 mil ingressos para Brasil e Bolívia e o número de torcedores, compradores de ingressos, anunciados pela Conmebol, foi de apenas 46 mil. Diferença incrível de 21 mil torcedores a menos.

Essa situação vergonhosa poderia ter sido evitada.

Se os brasileiros que comandam o Comitê Organizador Local não fossem encarassem a realidade do país.

Não se iludissem.

Uma vergonha. Câmeras tentam focar os lugares onde tem público
Uma vergonha. Câmeras tentam focar os lugares onde tem público Uma vergonha. Câmeras tentam focar os lugares onde tem público

Enxergassem um palmo adiante do nariz.

E vissem que não estão na Europa.

Mas na América do Sul, mergulhada na recessão.

Em um país com mais de 14 milhões de desempregados.

Agora, a Copa América faz o Brasil passar vergonha...

Curta a página do R7 Esportes no Facebook.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.