Pressionado por dívida de R$ 1 bilhão, São Paulo faz liquidação de suas jovens promessas. Jogadores vendidos muito abaixo do mercado. E clube nega SAF
Conselheiros revoltados com a saída de jogadores com grande potencial. E vendidos a valores muito baixo. Presidente Julio Casares diz que não tem saída, as dívidas se acumulam

O presidente Julio Casares nunca foi tão questionado. Está perdendo força política dentro do Morumbi. Por conta da espiral de dívidas. Ele conseguiu apoio para mudar o estatuto do clube e conseguir um segundo mandato, prometendo resolver problemas fundamentais. Principalmente as dívidas.
Só que não está conseguindo. Elas se acumulam. Principalmente os juros.
O São Paulo fechou 2024 com dívidas de R$ 968 milhões, crescimento de 24% em 2023. Encurralado, o dirigente vendeu seis atletas muito promissores, a toque de caixa. Por ofertas muito baixas, revoltando apoiadores conselheiros importantes no Morumbi.
Henrique do Carmo, atacante de 18 anos, com grande potencial. Ele foi para o CSKA por apenas 6 milhões de euros, R$ 32,5 milhões. A negociação foi a mesma do meia Matheus Alves, 20 anos, que também foi para o mesmo clube russo. Mesmo preço, 6 milhões de euros.
Há mais quatro negociações ‘precipitadas’. O atacante Willian Gomes, que empolgava a torcida, com apenas 19 anos, por 10 milhões de euros, cerca de R$ 63 milhões. Outra atacante com enorme potencial, Lucas Ferreira, foi embora para o Shakhtar Donetsk por 10 milhões de euros, mas ficou só com 80% dos direitos do atleta: R$ 50,4 milhões.
Casares seguiu destruindo uma das melhores safras de jovens atletas dos últimos anos.

Vendeu, sem pena, o lateral Ângelo, titular da Seleção Brasileira sub-17, para o Strasbourg. Valor: 5 milhões de euros, cerca de R$ 31,8 milhões. Detalhe: ele tem apenas 16 anos. É considerado ‘excepcional’ por vários empresários brasileiros.
Mas a sede de vender, do presidente do São Paulo, não parou por aí.
Luiz Henrique, outro atacante, foi para o Murcia, clube da Terceira Divisão Espanhola. Com apenas 20 anos. A transação, não confirmada, teria sido de 2 milhões de euros, cerca de R$ 12 milhões.

Por falta de dinheiro, o São Paulo sofreu um transfer ban, punição da Fifa, impedindo a compra de novos atletas. Por calote de 300 mil dólares, cerca de R$ 1,6 milhão, ao Cerro Porteño, pela compra de Bobadilha.
O clube encerrou o seu basquete masculino principal, em maio. Por falta de dinheiro. O clube havia sido campeão da América do Sul, em 2018. A decisão deixou conselheiros e sócios revoltados.
“O São Paulo vive um momento de recuperação financeira, de necessidade. É uma questão difícil, mas que está melhorando. O clube precisa vender jogadores.
“Claro que temos que manter um time competitivo, mas quando há um jovem sem minutagem adequada e que dificilmente terá oportunidades, temos a responsabilidade de tomar decisões. Afinal, é preciso pagar salários, custos operacionais, manter o gramado, o estádio e toda a estrutura dos CTs”, declarou Casares à ESPN.
Em meio ao caos financeiro, o clube segue recusando propostas de SAF. Mas busca, de forma desesperada, investidores que assumam a divisão de base.
O São Paulo vive uma crise muito preocupante.
Luta para não atrasar salários dos jogadores e funcionários...