Pressão do governo fez CBF recuar e paralisar o Brasileiro. Tevês, Flamengo e Palmeiras exigiram compensação: fim do torneio em 2024
A suspensão das duas próximas rodadas foi decidida ontem por pressão do Ministério do Esporte, a mando do governo federal, pela tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Vencidos, Flamengo, Palmeiras e tevê exigiram o fim do Brasileiro ainda neste ano
O que valia na terça-feira não valeu mais na quarta-feira.
24 horas depois de garantir que o Brasileiro não seria paralisado, por conta da tragédia das enchentes, que assola o Rio Grande do Sul, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, voltou atrás.
E suspendeu as duas próximas rodadas do torneio.
Qual o motivo do recuo?
Democracia, o pedido de 15 clubes, como o dirigente alega?
Também.
Mas a principal razão do recuo está no Ministério do Esporte, que exigia a paralisação.
O governo federal não queria a disputa seguisse, não só por apoio a Internacional, Grêmio e Juventude.
Mas para que o país seguisse mobilizado na ajuda ao estado, que está vivendo estado de calamidade pública.
O Brasileiro voltará no dia 1º de junho.
Flamengo e Palmeiras eram os clubes mais envolvidos para que o torneio não fosse paralisado.
Não por falta de consideração ao que acontece no Rio Grande do Sul.
As duas direções até já ajudaram.
Corinthians e São Paulo também não queriam a suspensão, mas não articulavam tanto quanto os dois rivais.
Derrotado, o quarteto tinha uma exigência, que foi aceita pela CBF.
O torneio não fosse esticado, não invadisse 2025.
O próximo ano é importantíssimo para os dois clubes, que disputarão o Mundial de Clubes.
E o planejamento já está feito.
A preocupação de São Paulo e Corinthians está nos contratos dos jogadores, muitos vencem em dezembro.
As detentoras de transmissão, as tevês, também não queriam a suspensão dos jogos.
Por compromissos com seus patrocinadores bilionários.
Derrotadas, exigiram a compensação.
E ganharam.
O Brasileiro acabará no dia 8 de dezembro, como estava previsto.
Garante Ednaldo.
A garantia é ‘de hoje’.
Contradições pesadas.
As Séries B, C e D continuarão.
Assim como a Copa do Brasil.
Torneios que a CBF controla.
A Libertadores e Sul-Americana, que a Conmebol organiza, também seguirá.
A paralisação do Brasileiro é uma vitória simbólica do governo federal.
E que a CBF não pôde enfrentar.
Mas, se Ednaldo cumprir a promessa de hoje, o Brasileiro ficará estrangulado.
Com jogos em cima de jogos.
O que já era muito ruim, ficará muito pior...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.