Presidente do São Paulo desfila em escola de samba de organizada. Corinthians e Santos mantêm torcidas ‘bem perto’. Palmeiras? Não mais...
O presidente do São Paulo, Julio Casares, não esconde essa proximidade com os torcedores. Muito pelo contrário. Faz questão de escancará-la. Desfilou, pela décima vez com a Dragões da Real, na madrugada deste sábado de Carnaval
Cosme Rímoli|Do R7
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A relação dos grandes paulistas e suas organizadas mudou ao longo dos anos.
Disparada, a mais próxima, é a direção do São Paulo.
Com a eleição do presidente Julio Casares, as principais torcidas têm grande representatividade junto à direção.
É nelas que Casares se apoia nas contratações midiáticas que gosta de fazer.
A aprovação nas vindas de James Rodríguez, Lucas e Oscar foi fundamental.
Até para, quando uma delas não der certo, como foi o caso de Rodríguez, não haja protestos.
Porque as organizadas sabiam, até antes da imprensa, quem estava chegando.
Com Carlos Augusto Barros e Silva, que teve desastrosa passagem como presidente, a relação foi de idas e vindas.
O também ex-presidente, Carlos Miguel Aidar, que renunciou, depois de várias acusações, também quis se apoiar nas organizadas.
Virou uma tradição no Morumbi.
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Por isso, não foi surpresa, quando o presidente Julio Casares assumiu, no seu próprio Instagram, o seu décimo desfile de Carnaval, com a Dragões da Real.
Ele tem o apoio garantido das organizadas, no confronto eliminatório do São Paulo, diante do Novorizontino, na segunda-feira.
A relação é tão próxima que ninguém na diretoria estranhou, quando o clube ganhou seu título mais importante nos últimos 14 anos.
A inédita Copa do Brasil.
E, Henrique Gomes, o Baby, um dos chefes da torcida Independente, posou com a taça, em pleno gramado, do Morumbi.
Ao lado dos jogadores.
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O São Paulo colabora com ingressos e ajuda nas viagens dos torcedores.
Bem ao contrário do Palmeiras que cortou todos os laços.
Leila Pereira não aceita o menor contato.
Ela chegou a patrocinar abertamente o desfile de Carnaval que a Mancha Verde foi campeã, em 2019.
Mas assim que foi eleita, a relação acabou.
A presidente não aceitava intervenções dos torcedores.
A gota d’água foi quando eles quiseram a saída de Olivério Júnior como assessor do Palmeiras.
Por ele também ser assessor do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
Olivério deixou o clube, sob ameaças da torcida.
Leila o tornou seu assessor pessoal.
Mas desde então, não tem o menor contato com a Mancha e outras organizadas do Palmeiras.
No Corinthians, o acesso é aberto.
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Principalmente da Gaviões, a maior delas.
A cúpula da torcida participa da vida ativa do clube.
Em contratações, a tentativa da bilionária dívida do estádio.
E até em proteger o presidente Augusto Melo do impeachment.
As torcidas têm suporte em viagens e em ingressos.
No Santos, a torcida Jovem vive uma relação de amor e ódio com Marcelo Teixeira.
Durante o ano passado, com o clube na Segunda Divisão, com o time comandado por Fábio Carille, a convivência era péssima.
Sem paciência, Teixeira chegou até a chamar torcedor para briga, no vestiário santista.
O apoio em mais uma eleição de Marcelo havia sumido, com o fraco futebol.
E o elenco limitado.
Com 2025 e a chegada de Neymar, tudo mudou.
Os dois lados se apoiam.
E também elas contam com ingressos e suporte nas viagens.
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Nem Augusto Melo ou Marcelo Teixeira vão desfilar no Carnaval com as organizadas este ano.
Mas também não têm como negar.
São Paulo, Corinthians e Santos têm as principais organizadas com vida ativa dentro dos seus clubes.
Só o Palmeiras, que já teve, mantém distância.
Mesmo na folia do Carnaval...
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