Navarro comemora o primeiro gol. Palmeiras teve de correr atrás, de novo. 2 a 2 sofrido com o Vasco
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
Por trás da euforia de nova, e impressionante, recuperação do placar, há preocupação no Palmeiras.
O 2 a 2, no Maracanã, contra o Vasco, expôs a falta de meias talentosos no elenco de Abel Ferreira. E também de um grande primeiro volante.
Sem Gustavo Scarpa, que foi em dezembro de 2022 para a Inglaterra, e Raphael Veiga, com estiramento na coxa direita, não há quem faça com talento essa função. Bruno Tabata, com lesão na coxa direita, não é esse homem.
Ou talvez seja, embora sempre muito competitivo, vibrante. A falta dessas duas peças dificulta muito o trabalho de Abel Ferreira.
A partida diante do esforçado Vasco de Mauricio Barbieri expôs as falhas tanto de marcação como também na articulação dos seus ataques.
Richard Ríos ajudou o sacrificado Zé Rafael, mas não conseguiu proteger o jovem lateral Garcia, escalado para poupar Marcos Rocha.
Foi pelo setor direito que o Vasco marcou seus dois gols, em 39 minutos.
O primeiro com Pedro Raul, e o segundo com Gabriel Pec.
Como contra a Tombense e diante do Cerro Porteño, e durante todo o Campeonato Paulista, o setor defensivo se ressente da venda de Danilo. Tornou-se muito fácil atacar o Palmeiras.
Em compensação, os ataques do time de Abel se tornaram mais à base da intensidade, jogadores atacando em bloco, triangulações pelas laterais e bolas aéreas.
Faltam a criatividade, o talento de meias que quebrem as linhas, com dribles, lançamentos inesperados, enfiadas de bola, penetração na área adversária.
O time pisou no Maracanã com três volantes no meio de campo: Zé Rafael, Richard Ríos e Gabriel Menino. Na frente, Artur, Navarro e Dudu.
Depois de abrir 2 a 0, o Vasco, pior tecnicamente, sentiu muito o gol no fim do primeiro tempo de Navarro. E recuou suas linhas na segunda etapa. O que facilitou para o Palmeiras imprensar o time carioca na defesa.
Até conseguir o gol de empate de Artur, graças à jogada vinda da linha de fundo. Como havia acontecido no primeiro gol paulista.
Abel Ferreira segue pedindo um volante e um meia na janela de contratações, que será aberta em junho.
E tudo pode piorar, porque já começam a surgir fortes boatos, entre empresários que trabalham vendendo atletas ao exterior, de que há clubes europeus interessados em Raphael Veiga. As primeiras ofertas turcas foram recusadas.
A facilidade com que a Tombense, time da Segunda Divisão, marcou dois gols no Allianz, com que o Cerro Porteño saiu na frente no Morumbi, e com que o Vasco fez mais dois, hoje, no Maracanã, é um péssimo exemplo de como o atual campeão brasileiro precisa de reforços.
Os 11 garotos da base no elenco do Palmeiras são o resultado de um trabalho excepcional. Mas não mostram nenhum grande meia pronto para entrar no time de Abel Ferreira.
Raphael Veiga tem chance de voltar contra o Corinthians, no sábado (29).
Mas ainda é só um grande meia.
O grande segredo para a conquista do Brasileiro de 2022 estava na presença dos dois meias que se complementavam: Raphael Veiga e Gustavo Scarpa.
E do onipresente Danilo.
Para vencer o Paulista, o elenco milionário do Palmeiras foi suficiente. Mas, para o Brasileiro, para a Copa do Brasil, para a Libertadores, o time precisa contratar.
Abel Ferreira já implorou para Anderson Barros.
Mas Leila Pereira segue acreditando que o elenco palmeirense é suficiente para brigar pelos três campeonatos que disputa.
Abel sonha com que essa teimosia termine em junho.
Porque o Palmeiras tem dois grandes pontos fracos.
Evidentes...
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