Por respeito, Palmeiras não lutou para ter de graça GP. A jovem revelação do Corinthians que vale R$ 100 milhões
A diretoria corintiana celebrou a renovação por mais três anos com Gabriel Pereira, a revelação do Brasileiro, de 20 anos. Palmeiras, por acordo de cavalheiros, não tentou o jogador. Por mais que estivesse interessado
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O maior aumento de salário do futebol brasileiro.
De R$ 12 mil para R$ 250 mil mensais.
Chega a ser utopia no diante da crise que o país atravessa.
Mas não para o mundo do futebol.
Ainda mais quando o jogador tem 20 anos e enorme potencial.
Canhoto, veloz, driblador, com personalidade.
A diretoria do Corinthians festejou ontem a renovação de contrato com o meia-atacante Gabriel Pereira, por três anos, cujo vínculo terminava em março de 2022.
Fixou sua multa rescisória em R$ 100 milhões.
A renovação não foi só motivo de alegria de Duilio Monteiro Alves. Aproximou mais a diretoria do Corinthians dos dirigentes do Palmeiras, do São Paulo e do Santos.
O presidente corintiano reconheceu nas reuniões com o empresário de Gabriel Pereira, o ex-lateral Ivan Rocha.
Os grandes rivais do clube respeitaram o acordo de cavalheiros entre as principais equipes paulistas.
Há anos os dirigentes se comprometeram a não interfirirem, sabotarem as renovações de jogadores uns dos outros.
O último a quebrar esse acordo informal foi o ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, contratando o atacante Alan Kardec, do Palmeiras, em maio de 2014.
O medo dos dirigentes corintianos estava principalmente no Palestra Itália. O Palmeiras é o clube que está com sua situação financeira mais do que equilibrada, ao contrário de São Paulo e Santos, que acumulam dívidas pesadas. Mais de R$ 600 milhões e R$ 700 milhões, respectivamente.
Só que a postura da direção palmeirense, apesar de reconhecer o potencial de GP, foi de respeito. Nada de assédio. Só se o Corinthians desistisse oficialmente do jogador, o que não aconteceu.
Na renovação, o Corinthians queria um vínculo maior.
De quatro ou cinco anos.
Mas Ivan Rocha quis três anos.
A esperança, como se tornou comum, é a valorização nestes anos, para uma possível venda ao Exterior.
A renovação trouxe alívio no Parque São Jorge.
Sylvinho sabia que havia até a chance de não poder escalar mais o garoto.
Porque se não houvesse a renovação, os dirigentes corintianos não queriam que ele usasse o clube como vitrine e fosse embora, 'de graça', em março de 2022.
Final feliz na novela que já vinha desde o início do ano...
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