Por que Leão atacou Ancelotti? Guarda mágoa, por ter sido mandado embora da Seleção, por telefone. CBF evitará novos encontros públicos entre os dois
O que deveria ser uma homenagem a Ancelotti, por parte dos treinadores brasileiros, foi um ataque de Leão aos estrangeiros. Ele fracassou comandando a Seleção. Foi mandado embora por telefone. E o responsável pela saída de Tevez e Mascherano do Corinthians

Desinformação, falta de cuidado, desconhecimento de futebol.
Só essas explicações para unir Leão e Carlo Ancelotti.
O constrangimento que o técnico da Seleção Brasileira passou era mais do que previsível.
O Sindicato Brasileiro de Treinadores de Futebol uniu fogo à pólvora e só expôs Ancelotti a um ex-técnico magoado.
Ele nunca perdoou ter sido demitido da Seleção Brasileira por telefone.
Nas suas mãos, o Brasil fracassou na Copa das Confederações, terminando em quarto lugar.
O presidente Ricardo Teixeira mandou avisar, por telefone, que ele estava demitido.
A sua mágoa tem 24 anos, já que foi mandado embora em 2001.
Leão como jogador e como técnico é conhecido por seu rancor.
No Corinthians, em setembro de 2006, as estrelas Tevez e Mascherano deixaram o clube por causa do treinador.
“Era muito estranho, porque não tínhamos (Tévez e ele) feito nada para ele, mas as atitudes dele deixavam claro que ele não gostava de argentinos”, começou por afirmar.
“Mas isso não faz sentido. Se tenho um problema com um brasileiro, não posso pensar que todos os brasileiros são iguais, certo?!”
O resumo é de Mascherano.
A primeira coisa que Leão fez no Corinthians foi tirar a capitania de Tevez e ridicularizá-lo ao explicar aos jornalistas.
“Não entendia nada que ele falava.”
A postura contrária de Leão contra a CBF colocar o cargo de treinador do Brasil não era surpresa.
Ele vem repetindo essa ladainha ‘da Seleção para os brasileiros’ desde a nomeação de Ancelotti.
Ou seja, quem teve a ideia de entregar o microfone para Leão falar, em público, a Ancelotti foi extremamente infeliz.
Foi um vexame.
Constrangedor demais.
“Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros no meu país, e isso serve para o Mancini, que é o presidente (da Federação Brasileira de Treinadores). Estou falando aqui na frente da nossa casa. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria treinadores (estrangeiros).
“Você sabe que eu já falei isso, né, Zé (Mário, ex-jogador e ex-treinador presente ao evento)? Você sabe que eu já falei isso e não mudo. Não mudo a minha opinião.
" Mas tenho que ser inteligente o suficiente pra dizer que isso tudo tem um culpado. Nós. Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso", discursou, olhando fixamente, com ar provocador, para Ancelotti.

O italiano foi procurado insistentemente pela cúpula da CBF para assumir a Seleção. Por um motivo muito simples. Não havia um técnico nascido neste país que despertasse confiança.
Diante do constrangimento que provocou no encontro entre treinadores, que era para homenagear Ancelotti, Leão um pequeno e forçado recuo.
“Não estamos falando de nome, não estamos falando de nacionalidade. Estamos falando de erro nosso. Eu já parei. Eu não sou mais treinador, não sou mais atleta. Mas continuo dando a minha colaboração quando solicitado. Portanto, mudei de ideia nesse exato momento.
“Você (Mancini) tem tudo para se tornar uma pessoa muito, muito importante para nós brasileiros. Então, boa sorte no seu futuro. Boa sorte para você (Ancelotti) também.”

Com as mãos nos bolsos, o italiano, cercado de técnicos brasileiros, sorria amarelo, tenso.
Para piorar, Oswaldo de Oliveira, também decidiu engrossar o coro nacionalista. Mas admitiu a atual incompetência dos treinadores brasileiros para dirigir a Seleção.
“Como o Leão falou, eu também sou favorável a presença dos treinadores brasileiros, tanto nos clubes como na Seleção. Mas eu confesso a vocês, não tem jeito, tem que ser um estrangeiro, então eu torci para ser esse senhor (mostra Ancelotti), torci. Não tem jeito, então que seja o Carlo Ancelotti, pelo jogador que foi e pelo treinador que é.”
Oswaldinho está sem emprego desde 2019.

A direção da CBF não gostou do que aconteceu.
Carlo Ancelotti é tratado com o maior respeito desde que assumiu a Seleção Brasileira.
Não haverá mais encontros públicos com Leão.
E nem ninguém que for contra estrangeiros no futebol deste país.
Tudo que aconteceu hoje no Rio foi constrangedor.
E absolutamente evitável.
Não saber da mágoa de Leão com a CBF é imperdoável.
E da sua aversão a estrangeiros mais ainda.
A CBF não cairá mais nestas armadilhas.
Preservará o único homem, apontado pela própria direção da entidade, com capacidade de fazer a Seleção ganhar o hexa.
Leão fracassou na Copa das Confederações em 2001.
O Brasil sob seu comando ficou atrás da França, campeã.
Mas também do Japão, segundo colocado.
E da Austrália, que ficou em terceiro.
Derrotando o Brasil.
Como treinador da Seleção, Leão foi um fiasco...
