Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Por medo de represálias, o São Paulo recua. Abre mão de novo jogo

São Paulo tinha todo o direito de anular a partida contra o Ceará, quando apenas empatou. Por erro de direito. Mas recuou para evitar possíveis represálias

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O São Paulo abriu mão de cancelar o jogo contra o Ceará. Desperdício
O São Paulo abriu mão de cancelar o jogo contra o Ceará. Desperdício O São Paulo abriu mão de cancelar o jogo contra o Ceará. Desperdício

São Paulo, Brasil

A direção do São Paulo recuou.

Não pedirá novo jogo.

E nem mais exige ouvir a comunição entre o juiz e o VAR, da partida de quarta-feira, em Fortaleza.

Publicidade

A decisão final foi do presidente Leco.

De forma muito estranha, abriu mão do erro de direito que aconteceu contra o Ceará.

Publicidade

Ao contrário do que prometia o executivo Raí, o clube não irá atrás de 'todos seus direitos', garantiu após o jogo de quarta-feira.

Mesmo com a admissão do erro claro de direito, promovido pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, anulando um gol em impedimento de Pablo. Depois voltando atrás, confirmando o tento irregular.

Publicidade

E, depois que o Ceará recomeçou a partida, o juiz parou o jogo, com a bola rolando, e anulou de vez o gol, o que é absolutamento proibido pela Fifa. Recomeçou a partida, prevalece a última decisão. Não se volta atrás jamais depois de a bola rolar.

O caminho lógico seria o São Paulo, que luta para ser campeão do Brasil, entrar no STJD alegando o erro de direito, que viola as regras do futebol, e pedir nova partida contra o Ceará, time muito mais fraco, que apenas empatou em 1 a 1.

Assim como o blog havia antecipado, a CBF alegou que houve um problema técnico e Wagner do Nascimento não ouviu a tempo a determinação do VAR.

"Uma comunicação paralela, mantida entre o árbitro central e o quarto árbitro, a respeito da aplicação de um cartão amarelo para um jogador do Ceará, prejudicou a comunicação que vinha sendo mantida entre o árbitro de campo e o VAR. E fez com que o árbitro central não ouvisse a solicitação da cabine do VAR e autorizasse o reinício da partida", publicou ontem a entidade.

Nada do que Raí prometeu após o jogo contra o Ceará foi colocado em prática
Nada do que Raí prometeu após o jogo contra o Ceará foi colocado em prática Nada do que Raí prometeu após o jogo contra o Ceará foi colocado em prática

A falha foi conveniente, para não desmoralizar o VAR no Brasil.

Mas o São Paulo continuava com o direito de pedir, e conseguir a anulação do jogo.

Teria consequências.

Seria uma atitude drástica.

E que mancharia o Brasileiro no Exterior.

Seria danoso para o Wagner do Nascimento, ele ficaria marcado por um erro infantil, descabido.

Despertaria desconfiança em todas as futuras decisões do VAR, no Brasil.

Além do que toda a equipe que trabalhou com as imagens em Fortaleza também seria marcada.

Poderia despertar a antipatia dos juízes brasileiros.

Eles poderia ficar solidários a Wagner do Nascimento.

Tudo isso está por trás da decisão do São Paulo.

De não pedir a anulação do jogo.

Abre conscientemente a possibilidade de conseguir mais dois pontos preciosos, na briga para tentar ser campeão do Brasil.

Além de não mais exigir ouvir o que Wagner do Nascimento conversou com o VAR.

Se o São Paulo perder o Brasileiro por falta de dois pontos, que ninguém se esqueça da decisão tomada hoje, por Leco.

Esta é a nota.

"Jogamos futebol porque acreditamos nesse esporte como meio de atingir a felicidade. O futebol é, no Brasil, a maior expressão do povo brasileiro. E este esporte, os clubes de futebol e os campeonatos só existem por causa da paixão - para quem não sabe, é disso que o futebol é feito e é isso que o mantém vivo, de geração para geração.

"Ocorre, no entanto, que acontecimentos como o presenciado nesta quarta-feira (25), na Arena Castelão, em nossa partida contra o Ceará, estão ferindo e fazendo sangrar, dia após dia, a paixão pelo futebol.

"O São Paulo deixa claro que sabe que houve impedimento no lance e que a decisão correta seria a anulação do gol, mas alerta que isso não implica na inexistência do indiscutível erro de direito que veio a seguir e que justifica esta nota.

Leco deu a decisão final. Abriu mão de novo jogo e tentar ganhar mais dois pontos
Leco deu a decisão final. Abriu mão de novo jogo e tentar ganhar mais dois pontos Leco deu a decisão final. Abriu mão de novo jogo e tentar ganhar mais dois pontos

"O erro da arbitragem foi algo acima de interpretação, que incorre em descumprimento de regra básica do jogo: o próprio Livro de Regras, que embasa a arbitragem brasileira e é documento público disponibilizado pela CBF, afirma que não se pode alterar uma decisão após o reinício da partida. Vimos o contrário acontecer, no entanto.

"Em nota oficial publicada na noite desta quinta-feira (26), a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF não só atestou que houve, sim, uma alteração da decisão do VAR após o reinício do jogo, como também relatou que houve uma falha de comunicação entre o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e o VAR causada por uma comunicação paralela e simultânea entre o árbitro de campo e o quarto árbitro.

"É preciso, hoje, que um clube diga com clareza que a aplicação do VAR precisa ser revista no Brasil. A tecnologia é bem-vinda, mas precisa ser bem aplicada. Todo o futebol brasileiro se beneficiará de mais capacitação, transparência e de maior clareza quanto às diretrizes que embasam as decisões. Precisamos cuidar do futebol brasileiro.

"Vale lembrar que esta não foi a primeira vez em que o São Paulo foi prejudicado em uma decisão de jogo que envolveu o VAR. Há três meses tivemos um atleta agredido no Morumbi em clássico contra o Corinthians em lance que não resultou em punição para o agressor, e também um gol de Luciano contra o Atlético-MG em que a tecnologia de vídeo apontou impedimento equivocadamente - erro posteriormente assumido pela Comissão Nacional de Arbitragem.

"Como futebol é feito e vive de paixão, o São Paulo aproveita o momento para relembrar do que este clube é feito em sua essência. Este clube tem princípios, é balizado pela retidão de conduta e se orgulha de fazer o correto. Por isso, não ingressará com o pedido para anulação da partida apesar de ter a segurança que o pleito seria aceito uma vez que houve evidente erro de direito e descumprimento de regra básica do jogo.

"O São Paulo não quer, no entanto, se beneficiar do que teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa história incontestável e sem asteriscos, e assim a manteremos".

Com saída de Ramón Diaz, Brasileirão chega a 19 treinadores demitidos

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.