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Cosme Rímoli - Blogs

Péssima noite para o Palmeiras. Futebol frustrante. Pelos testes, sem sentido, de Abel. River Plate adversário nas quartas da Libertadores. Técnico tenta elogiar o 0 a 0 contra o Universitário, no Allianz. “Vamos valorizar”

Técnico percebeu a frustração dos mais de 33 mil palmeirenses e da imprensa. Em Lima, o time havia vencido por 4 a 0. E, com mudanças táticas, Abel travou o poder ofensivo Palmeiras. Decepcionante

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Abel Ferreira quis usar o jogo contra o Universitário para testar novo esquema. Menosprezou o time peruano. 0 a 0 frustrante Cesar Greco/Palmeiras

A frustração ficou evidente no Allianz Parque.

33.203 pagantes proporcionaram a renda de R$ 2.262.425,80.

Gastaram seu dinheiro para ver um espetáculo.

Se divertir.


Celebrar a classificação do Palmeiras para as quartas da Libertadores.

O adversário, muito fraco, o Universitário, do Peru.


Que foi batido facilmente por 4 a 0, em Lima.

A expectativa era de nova vitória, festa, diante da disparidade das forças entre um time e outro.


Mas um personagem não permitiu essa catarse.

Justo o responsável pelo Palmeiras ter dez títulos nos últimos cinco anos.

Abel Ferreira decidiu fazer do jogo um laboratório, quase um coletivo, mero teste.

Mexeu nas profundezas táticas do Palmeiras.

Colocou três zagueiros, improvisou Felipe Anderson como ala esquerdo, Giay preso na marcação, Martínez travado na intermediária do Palmeiras, o garoto Allan desentrosado no meio, Maurício correndo pelos lados do campo.

E Vitor Roque com Flaco López isolados, sem a bola chegar.

O vivido técnico uruguaio, Jorge Fossati, logo percebeu os testes, o confuso Palmeiras, e fez seu time, que já jogava pela ‘honra’ peruana, marcar pressão o poderoso rival brasileiro. E atacar, sem medo.

O Universitário foi melhor, teve um gol legítimo anulado, e merecia vencer, não empatar em 0 a 0. Foi a partida de uma equipe jogando para valer, com outra treinando.

Foram 17 arremates a gol dos peruanos e só nove do Palmeiras.

Daí a frustração dos milhares de torcedores que foram ontem ao estádio.

Allan. Sacrificado, desentrosado, facilmente anulado pelo time peruano. Abel fez do jogo da Libertadores um confuso coletivo Cesar Greco/Palmeiras

Abel Ferreira se defendeu usando a classificação e a campanha excelente na Libertadores. A melhor de todos os clubes até aqui. Mas que ontem mostrou futebol confuso, sem rumo, sem criatividade, sem sincronia de movimentos.

Pelos testes, com pitada de arrogância.

Reflexo óbvio do placar de 4 a 0 no Peru.

“Ainda não perdemos nessa competição. Veja o quão difícil é jogar nesta competição, o atual campeão (Botafogo) foi eliminado nas oitavas.

“Sou positivo, aqui e agora... o passado já viste que ninguém quer saber.

“Fizemos hoje um jogo esforçado e nossos jogadores sabem que podemos fazer mais e melhor. A verdade é que o responsável fui eu quem trocou a equipe e fez as escolhas fui eu também.”

Diante do inconformismo dos repórteres na coletiva, pela frustração proporcionada pelo Palmeiras, Abel lembrou da campanha do time. Dos outros clubes. Não do jogo de ontem.

“ (O Palmeiras fez) Uma primeira fase imaculada, entramos nas oitavas super difícil, viram os jogos, alguns acabaram em pênaltis.

“A próxima fase também será difícil, vamos continuar o que estamos fazendo. Vamos valorizar, 13ª vez nas quartas de final.”

As oitavas foram difíceis para as demais equipes. O Palmeiras, por seu mérito, por ter feito a melhor campanha, enfrentou o de pior desempenho, o Universitário.

Sobre o 0 a 0, Abel fez algo inesperado. E incomum.

Depois de assumir a mudança drástica tática que fez, repartiu a culpa com os jogadores.

“Por muito que tenha avisado os jogadores dado alerta que essas equipes… O Universitário sabemos da atitude competitiva, os duelos, como dividiram a bola...

“Apesar de ter sido um ponto a favor, ganhar lá por 4 a 0 nosso, inconscientemente, os jogadores pensam em controlar o jogo e no primeiro tempo foi só passe para trás e falhados.

“Disse isso no intervalo, não fomos agressivos, estávamos fazendo uma posse sem intenção e muitas vezes perdendo a bola de forma precipitada.”

Vitor Roque, irritado porque a bola não chegava, ele teve de voltar para a intermediária. Palmeiras confuso, sem rumo na criação ofensiva. Pelas mudanças de Abel Ferreira Cesar Greco/Palmeiras

Mas os atletas estranharam a maneira que foram escalados. Isso ficou evidente durante toda o monótono confronto.

O 0 a 0, em casa, quebrou a campanha fabulosa, que era só de vitórias na Libertadores.

Para piorar as coisas, em uma péssima noite para o Palmeiras, o River Plate venceu o Libertad, na Argentina, nos pênaltis, depois de empatar em 1 a 1, a partida de volta. No Paraguai, o empate foi em 0 a 0.

Ter o time de Gallardo é muito mais difícil, apesar da profunda crise econômica dos clubes argentinos.

O elenco palmeirense tem muito mais talento.

E é favorito para chegar à semifinal.

Desde que Abel Ferreira não decida fazer testes em jogo eliminatório de Libertadores.

Se ele é responsável por dez títulos do Palmeiras...

É o melhor treinador da história do clube...

Ontem ele foi o responsável por toda frustração no Allianz...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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