Pedrinho não deverá ser vendido. Apesar do Itaquerão de R$ 1,4 bilhão
O Corinthians precisa vender atletas para amenizar os efeitos da dívida bilionária com o estádio. Diretoria lamenta. Pedrinho jogou bem muito tarde
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
40 milhões de euros.
R$ 160 milhões.
Essa é a multa de Pedrinho. O contrato do meia de 21 anos termina no dia 12 de dezembro de 2020.
A Odebrecht cobra mais R$ 800 milhões pelo Itaquerão.
O clube já repassou R$ 380 milhões à construtora em CIDS (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento Socila), papéis que substituem dívidas de empresas com a prefeitura de São Paulo.
O BNDS cobra R$ 470 milhões pelo empréstimo, feito com o aval da Caixa Econômica Federal, para a construção do estádio da Copa de 2014.
São cinco anos de dívidas atormentando o clube por conta do estádio.
O total para pagamento do Itaquerão chega a R$ 1,4 bilhão, com os juros.
Andrés Sanchez já desistiu da alardar que há interessados em pagar R$ 400 milhões pelos naming rights do estádio, que já firmou seu nome como Itaquerão.
Pelo acordo com a Odebrechet, a arrecadação dos jogos no estádio vão para pagar a dívida, amortizar os juros.
Em 2018, por exemplo, foram R$ 18 milhões das arquibancadas para o fundo que administra a dívida.
A taça do Mundial já foi penhorada.
Dívida com a fornecedora de marmitas exposta.

O clube arrecadou R$ 198 milhões de direito de transmissão. Levantou R$ 59 milhões no marketing, com patrocinadores. Na venda de atletas, conseguiu R$ 79 milhões.
Entre o ano passado e 2019, o Corinthians vendeu R$ 71 milhões e gastou R$ 40 milhões, com a chegada de jogadores.
O clube precisa vender atletas.
Fagner é ofertado há pelos menos três anos.
Só que as propostas foram baixas.
E, agora, aos 30 anos, a venda é muito mais difícil.
Aos 21 anos e, finalmente, com força física para potencializar seu talento, Pedrinho é o jogador corintiano mais atraente do mercado.
Já há um consenso no clube que, se surgir uma equipe disposta a pagar 25 milhões de euros, R$ 105 milhões, não há nem conversa, ele será liberado.
O problema é que o meia tem poucas boas atuações pelo clube.
Empresários, representantes de clubes importantes da Europa o analisam há anos.
E essas ótimas atuações, como a contra o Montivedeo Wanderes e diante do Fortaleza, acontecem muito tarde.
As janelas da Europa fecham entre o início e o fim de agosto.
Clube algum arriscaria R$ 105 milhões no atleta.
O que traz alívio para Fábio Carille.

Apesar de o clube estar amarrado pela dívida do Itaquerão, Pedrinho não deverá ser negociado.
Não agora, nesta 'janela de verão' para os europeus.
Caso se firme, tudo mudará no final do ano.
E o clube poderá ter o dinheiro que sonha pelo jogador.
Assim, Carille poderá fazer a sua obrigação, imposta pela diretoria, fazer do jogador peça fundamental para a garantia do Corinthians na Libertadores de 2020.
Usando o caminho que for.
Vencendo a Sul-Americana.
Ou ficando entre os primeiros na Libertadores.
Pedrinho também quer ficar.
Pelo menos até o final de 2019...