Paulo Nobre alega "falta de tesão". Mas não tem como vencer Leila
O ex-presidente do Palmeiras viu sua base política passar toda para Galiotte e Leila Pereira. Sem chances de voltar ao poder, alega falta de 'tesão'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Perdi o tesão de militar na política do clube.
"Essa é a grande verdade.
"Fiquei decepcionado com as pessoas.
"Pensei que, naturalmente, eu seria o braço direito do meu sucessor, assim como ele foi meu braço direito e um grande braço direito durante os quatro anos em que estive na presidência. Se ele preferiu montar uma equipe e eu fiquei fora, é claro que dói, mas é um direito dele
"(Mauricio Galiotte)É uma das pessoas com as quais mais me decepcionei na vida.
"(Leila Pereira) Uma linda mulher."
Com seu cabelo cumprido em coque, o ex-presidente Paulo Nobre mostrou o quanto está fraco politicamente para uma retomada no Palmeiras.
Ele foi o dirigente responsável pelo caminho do clube à modernidade, saindo da Segunda Divisão em 2013 para a conquista do Brasileiro de 2016.
Sem o constrangimento de levantar a taça com Dudu.
Nobre foi o presidente palmeirense mais rápido da história a ver explodida a sua base eleitoral.
Seu plano de ser presidente por dois mandato, eleger seu sucessor, Mauricio Galiotte, seguir como o responsável pelo futebol, e depois voltar, nos braços dos conselheiros, para dois novos mandatos foi abortado.
Por conta de Leila Pereira, a quem só trata por "uma linda mulher". A amizade, a parceria acabou quando ele percebeu que, mais do que patrocinadora, ela desejava mandar no clube, ser a presidente em 2021, justamente o ano no qual esperava voltar, depois de presidir o clube entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016.
"O Paulo Nobre é meu filho político", disse ao blog, o ex-presidente palmeirense, Mustafá Contursi. No entanto, logo, Mustafá viraria as costas ao seu 'primogênito', preferindo a Leila Pereira, 'filha caçula', que logo o abandonaria, por conta de um escândalo envolvendo ingressos que doava a Contursi e, de maneira estranha, acabavam sendo vendidos por torcedores organizados.

Sem Mustafá, com a bilionária patrocinadora contra, Nobre cometeu suicídio político ao indicar a empresa de investimento Black Star para concorrer com a Crefiisa. Ela doaria R$ 1 bilhão ao Palmeiras.
A empresa foi apresentada oficialmente por Nobre a Genaro Marino, candidato de oposição à reeleição de Galiotte. O Palmeiras oficialmente considerou falsos os documentos mostrados pela Black Star.
Nobre acabou sendo convocado para explicações pelo Conselho Deliberativo. Foi advertido formalmente pela indicação 'equivocada' e que poderia prejudicar o clube.
Encurralado, Nobre renunciou ao cargo de conselheiro.
Garante que não concorrerá com Leila.
Diz ter perdido o 'tesão'.
Mas a verdade é que não tem mais força política.
A oposição palmeirense vive de crises no futebol.

Mas não tem força suficiente para travar Galiotte e Leila.
O dirigente mostrou à TV Gazeta sua fragilidade.
Seu tempo passou.
Criou inimigos poderosos demais.
O Palmeiras virou uma foto amarelada na parede.
Com ele dividindo a taça do Brasileiro com Dudu.
E como dói olhar para aquela imagem...