Para calar críticos, Leila exige. “É para fazer tudo para contratar Vitor Roque”. E o quer na disputa do Paulista. Barça tem liberação da Fifa
O Palmeiras enfrenta enorme confusão jurídica para conseguir contratar Vitor Roque. Leila Pereira avisou ao executivo Anderson Barros. A ordem é contratá-lo ‘de qualquer jeito’ para o Paulista. O empresário do jogador, André Cury, garante que conseguirá fechar a negociação
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Leila Pereira se cansou de críticas.
Sua política de economia, tratando o Palmeiras como instituição bancária, de anos, já causou desperdícios de campeonatos.
Como Libertadores, Brasileiros, Copas do Brasil.
O Palmeiras tinha estrutura para ganhar mais títulos que conquistou.
Mas faltavam peças de reposição a Abel Ferreira, treinador mais vencedor da história do clube.
Neste ano, a ‘economia de banco’, como resumem conselheiros, quase causa a eliminação precoce do Campeonato Paulista.
Foram tantos fracassos em negociações, como a de Claudinho, Andreas Pereira, Villasanti, Canobbio, Hércules, Matheus Pereira, que a dirigente decidiu cobrar fortemente o executivo Anderson Barros.
“É para fazer tudo para fechar a contratação de Vitor Roque’, ordenou a presidente.
Leila falou muito sério com Barros, como há muito tempo não falava.
Ela não estava mais suportando as cobranças por reforços.
Basta sair de sua casa, com o marido, o bilionário José Roberto Lamacchia, que a dirigente tem de ouvir queixas de palmeirenses.
Até mesmo Abel Ferreira se cansou de ter de montar seus times sem um artilheiro efetivo.
Há três anos, a mesma história.
“Cadê o 9?″, perguntam torcedores, nestas últimas temporadas.
O Palmeiras perdeu títulos importantes por falta de um definidor.
Com receitas de mais de R$ 1,1 bilhão, Leila finalmente decidiu agir.
E comprometer 25 milhões de euros, cerca de R$ 150 milhões.
Esse é o grande aliado de Leila Pereira, para enfrentar a La Liga, organizadora do futebol espanhol, e conseguir comprar Vitor Roque, do Barcelona.
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O clube catalão está fazendo o possível e o ‘impossível’ para vender o atacante de 19 anos.
Os motivos são dois.
O primeiro é recuperar grande parte do investimento, que se mostrou péssimo, na compra do jogador.
O clube catalão fez uma negociação que chegaria a 74 milhões de euros, cerca de R$ 445 milhões, caso ele cumprisse todas as metas, de gols, titularidade, salários, presença na Seleção Brasileira, disputa de Copa do Mundo.
Os sonhos eram imensos em dezembro de 2023, quando ele foi comprado junto ao Athletico Paranaense.
O contrato iria até 2031.
Com multa rescisória de inacreditáveis R$ 2,7 bilhões.
Só que bastaram 14 partidas.
E apenas dois gols.
O desempenho de Vitor Roque foi muito fraco.
De acordo com a imprensa espanhola, ele se mostrou afobado, tenso, errando lances infantis.
Houve arrependimento da direção do Barcelona.
Outros clubes grandes não se animaram pelo brasileiro.
Ele foi emprestado para o pequeno Real Bétis.
Em 30 jogos, sete gols, e muitas atuações ruins.
Nervosismo, cartões.
O clube não está satisfeito com o brasileiro.
E a direção já foi convencida a devolvê-lo ao Barcelona.
O clube catalão o quer vender por um segundo motivo.
Por conta do fair play financeiro, precisa de dinheiro de vendas.
Para explicar sua movimentação financeira.
Só que a La Liga, organizadora do Campeonato Espanhol, considera que a negociação não poderia ser feita.
Por a janela de transferências estar fechada.
Só que há a possibilidade burocrática de a transação acontecer.
A direção do Barcelona apelou para a Fifa e conseguiu a liberação imediata.
Por meio de uma medida cautelar.
Inclusive proporcionando a inscrição do atacante no Campeonato Paulista.
O Palmeiras tem até sexta-feira para trocar, no máximo quatro jogadores, no torneio estadual.
Estão acontecendo reuniões entre representantes do Barcelona e membros de La Liga.
Leila acompanha cada movimento e quer ser a primeira a anunciar a contratação.
Ela ironizou os torcedores palmeirenses com a classificação para as quartas do Paulista.
Perguntou se eles estavam ‘mais calmos’.
Leila queria aproveitar e ontem anunciar Vitor Roque.
O empresário do jogador, André Cury, disse que estava ‘tudo certo’, no final de semana.
Não estava.
Houve esta confusão jurídica.
A negociação segue acontecendo.
Mas no improviso, na correria, sem planejamento.
Na pressão da mídia e da torcida contra a presidente do lucrativo Palmeiras.
Essa não é a maneira de um gigante agir.
Dez títulos são impressionantes na trajetória de Abel Ferreira.
Mas poderiam ser mais, se houvesse o entendimento da direção.
Apostar só na base e em jogadores para revender foi desperdiçar campeonatos.
Daí o desespero por Vítor Roque, de 19 anos.
E que ninguém tem certeza do que renderá no Palestra Itália...