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Cosme Rímoli - Blogs

Palmeiras volta ao passado. Há interesse político dos 'bandidos'

Por trás das pedradas no ônibus que levava o time para o jogo contra o Júnior Barranquilla, não era só revolta. Mas interesse político dos vândalos

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A quem interessa transformar a derrota no Paulista em caos?
A quem interessa transformar a derrota no Paulista em caos?

São Paulo, Brasil

"Você me viu com cara de assustado?

Não tenho medo de bandido, ninguém tem aqui.

Tenho respeito pelo clube e pelo nosso torcedor.


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Ninguém estava assustado.

Eles, jogadores, enfrentaram isso com naturalidade. Não vamos dar visibilidade a quem não merece."


Luiz Felipe Scolari tentou amenizar, mostrar que ninguém do Palmeiras ficou abalado com o covarde ataque de vândalos ao ônibus do clube, antes da partida contra o Junior Barranquilla.

Mas há relatos que a situação não foi assim.


Jogadores ficaram apavorados com o ataque.

Felipão tratou de acalmá-los.

E conseguiu que focassem na partida.

Sorte que o adversário era fraco demais.

Cerca de vinte torcedores participaram da tocaia.

Na avenida Francisco Matarazzo, que dá acesso à arena palmeirense, eles esperavam com pedras a delegação.

Assim que o ônibus passou, começou o apedrejamento. Os vidros não eram blindados e vários deles foram espatifados.

Por muita sorte nenhum jogador ou membro da Comissão Técnica se machucou.

O clima bélico já havia se iniciado na manhã da quarta-feira, com várias pichações. 

Veja mais: Ônibus do Palmeiras é apedrejado antes de jogo pela Libertadores

"Time Pipoqueiro", "Fora Borja", "MV (Mancha Verde) vendida", "Fora Leila". "Muito dinheiro, pouca obrigação."

A diretoria não levou a sério.

Muitos conselheiros importantes, ligados a Mauricio Galiotte, viram nas pichações na arena palmeirense uma possível ação oportunista da oposição.

As imagens dos vândalos estão disponíveis para a polícia. Todos devem ser presos
As imagens dos vândalos estão disponíveis para a polícia. Todos devem ser presos

Mas veio emboscada à noite, com direito a ataque ao ônibus.

A Polícia Militar conseguiu deter dois suspeitos de envolvimento no apedrejamento.

E nos seus celulares havia mensagens combinando novo ataque ao ônibus, após a partida pela Libertadores.

Várias viaturas do Batalhão de Choque chegaram e coibiram qualquer possibilidade de apedrejamento.

Veja mais: FPF admite demora em decisões do VAR e tenta diminuir tempo na final

No estádio, antes de a partida começar, a Mancha Verde protestou. Chamou o time de 'pipoqueiro'. Os demais torcedores passaram a vaiar a organizada.

Com a fácil vitória por 3 a 0 diante do Junior Barranquilla concretizada, muita revolta dos atletas. Eles já haviam comemorado os gols entre eles, desprezando a torcida. Não quiseram falar para a televisão.

Após o jogo, só Felipão e o capitão Bruno Henrique deram coletiva.

Durante a partida, Felipe Melo fez com os dedos representando uma arma. E apontou para a torcida.

Quando o veterano volante soube que seu gesto havia sido flagrado, disse que era um recado a seu filho. Uma referência a um jogo de video game.

Felipe Melo mostrou 'arma' para torcida. Disse que foi para o filho
Felipe Melo mostrou 'arma' para torcida. Disse que foi para o filho

O Palmeiras divulgou uma nota oficial repudiando o ataque.

"Condenamos a covarde agressão sofrida pela delegação da Sociedade Esportiva Palmeiras a caminho do Allianz Parque na noite desta quarta-feira. Esses vândalos não representam a torcida do Palmeiras.

O lamentável ataque ao ônibus da delegação foi denunciado à Polícia Militar para que sejam tomadas as devidas providências com nossa total colaboração."

Felipão insistiu em minimizar o que aconteceu.

"O Brasil está em pé de guerra em todos os lados.

Veja mais: 'Time pipoqueiro': muros do Palmeiras amanhecem pichados

Portanto gente, vamos deixar as coisas assim e não vamos falar muito.

Não adianta nada."

Mas providências serão tomadas.

Como não tem poder de investigação, o Palmeiras agirá.

Reforçará a segurança do ônibus, dos jogadores, da Comissão Técnica.

Não há justificativa para ação dos vândalos.

A eliminação do time diante do São Paulo não pode ser cobrada à base da violência.

O Palmeiras pareceu ter dado um salto no passado.

Nos 16 anos sem títulos, quando as derrotas viraram senha para agressões, violência, o que só piorou as coisas.

Há um viés político nestes ataques que não pode ser desprezado.

Quem seria beneficiado com a saída do maior patrocinador da América do Sul?
Quem seria beneficiado com a saída do maior patrocinador da América do Sul?

Isso o Palmeiras pode fazer.

O Conselho Deliberativo e o COF precisam averiguar se algum grupo político participou, de alguma forma, do ataque.

Quem se beneficiaria com essa situação vergonhosa?

Quem desejaria fora a maior patrocinadora da América do Sul?

Há muitos pontos nebulosos na quarta-feira de cinzas do Palmeiras.

E precisam ser esclarecidos...

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