Palmeiras usou o Goiás para treinar contra o Atlético. Disparar na liderança. E ainda acertar a contratação de Bruno Tabata
O Goiás não teve a mínima chance diante do Palmeiras de Abel Ferreira. 3 a 0, perdendo vários gols, principalmente, Wesley. A partida serviu até para treinamento na luta pela semifinal da Libertadores, contra o Atlético
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Se poupando para o Atlético Mineiro, na luta de quarta-feira, por nova semifinal da Libertadores, o Palmeiras de Abel Ferreira não se desgastou para cumprir sua obrigação.
Venceu o Goiás no Allianz Parque, por 3 a 0, se distanciou do Corinthians, na liderança do Brasileiro. Após os gols de Mayke e Raphael Veiga e, sim, de Atuesta, chegou a 45 pontos, contra 39 do maior rival.
A partida foi muito importante para recuperar a confiança de Raphael Veiga que, não só voltou a marcar em cobrança de pênalti, como a jogar bem. O que é excelente na 'véspera' do jogo mais importante de 2022, até aqui, do Palmeiras.
Além disso, o 'substituto' de Gustavo Scarpa, que irá para a Inglaterra, em 2023, Bruno Tabata, acertou os últimos detalhes com o clube. O ex-jogador do Sporting, de Portugal, assinará contrato até 2026. A transação foi fechada por 4,5 milhões de euros, cerca de R$ 23,6 milhões. Mais 500 mil euros, R$ 2,6 milhões, dependendo do desempenho do meio-campista.
Além disso, o volante Hernani, ex-Athletico Paranaense, que pertence ao Genoa, foi oferecido ao clube. A direção e a Comissão Técnica estão analisando a possibilidade da contratação. A princípio, por empréstimo.
O desenho tático da partida do jogo de hoje foi exatamente como se poderia supor. Não há comparação entre a força dos elencos. No talento e mesmo no potencial atlético. Fora que o repertório tático de Abel Ferreira é muito maior do que o de Jair Ventura.
Abel tratou de poupar alguns jogadores fundamentais para o confronto diante do Atlético Mineiro, quarta-feira, também no Allianz. Danilo, Rony e Lopez começaram a partida no banco de reservas. Além dos suspensos Murilo, Piquerez e Marcos Rocha, coincidentemente, suspensos, podendo enfrentar o Corinthians, no próximo domingo.
O técnico português, sabendo que ao Goiás não havia outra saída a não ser tentar montar uma retranca, com três zagueiros, seis jogadores lotando as intermediárias, e um só atacante, tratou de mostrar o que espera fazer com o Atlético, no início do confronto de quarta-feira.
Foi uma pressão avassaladora do Palmeiras nos primeiros 18 minutos. Com muita velocidade pelos lados do campo e troca constante de posição, entre os meias e atacantes. Correu risco, principalmente nas bolas aéreas, obrigando Weverton à uma fantástica defesa, aos 12 minutos, em cabeçada de Caetano, no ângulo.
Mas o Palmeiras era muito mais constante no ataque, empolgando a sua torcida.
E conseguiu o primeiro gol, em um lance lindíssimo, cinematográfico.
Dudu, muito inspirado, e com espaço para jogar, enlouquecia a defesa goiana.
Coube a ele, proteger a bola, entrar decidido entre os zagueiros e servir Mayke com açúcar e afeto. O lateral bateu com muita força e precisão. A bola entrou alta, cruzada, indefensável para Tadeu. 1 a 0, Palmeiras, aos 18 minutos.
O gol sabotou os devaneios de Jair Ventura de conseguir sair do Allianz Parque com o 0 a 0. O Palmeiras ganhou mais confiança, tendo em Raphael Veiga seu principal articulador de jogadas ofensivas. Seguindo ordens de Abel Ferreira, o Palmeiras seguiu forte, pressionando o Goiás, mesmo já tendo a vantagem no placar.
O Palmeiras atuava em um claro 4-3-3. Com Dudu chamando a atenção da zaga, Rafael Navarro mostrando, outra vez, estar abaixo do milionário elenco palmeirense, Wesley teve pelo menos três chances clara para aumentar o placar. Ele tem ótimo drible, imprevisíveis arrancadas, mas falha demais na hora de finalizar.
O Goiás era um mero sparring, aceitando o ritmo que o Palmeiras impunha. A pressão do líder do Brasileiro não diminuía. Até que aos 44 minutos, Wesley, na direita, foi cruzar. Caetano de costas acabou tocando o cotovelo na bola. Embora tentasse 'colar' seus braços no corpo, o cotovelo esquerdo estava esticado. O VAR recomendou o pênalti. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima confirmou a falta máxima.
Raphael Veiga pegou a bola. Com certeza se lembrou dos dois pênaltis que perdeu contra o São Paulo, na eliminação do Palmeiras da Copa do Brasil. Desta vez, bateu com convição, deslocando Tadeu. 2 a 0, aos 47 minutos do primeiro tempo.
Todos que estavam no estádio, principalmente o time do Goiás, sabiam. O jogo estava decidido. O Palmeiras já havia conquistado mais três pontos. O segundo tempo seria mera formalidade.
E foi assim que Abel Ferreira o encarou.
Poupando Raphael Veiga, Dudu e Zé Rafael, no intervalo. Jair Ventura trocou o 3-6-1 pelo 3-5-2. Ele não queria abrir seu time, para evitar tomar uma goleada.
O Palmeiras nitidamente diminuiu sua intensidade. O importante era não expor seus jogadores e controlar a partida, não deixar o Goiás reagir.
Os últimos 45 minutos foram burocráticos.
O melhor desempenho foi da apaixonada torcida palmeirense, que não parou de incentivar o time. Queria o desempenho de líder.
Mas Abel controlava o ímpeto de seus jogadores. A troca de passes era segura, previsível, sem insistentes tentativas de dribles. Só Gustavo Scarpa, que faz um Brasileiro excelente, se destacava, com lançamentos e passes desconsertantes.
Mesmo assim, veio o terceiro gol.
E de uma rara aposta de Abel Ferreira que não deu certo até aqui.
O colombiano Atuesta acertou ótimo chute de esquerda da entrada da área. Tadeu demorou um segundo a saltar para a bola.
3 a 0, Palmeiras, aos 37 minutos do segundo tempo.
O placar estava definido.
Assim como a vitória palmeirense, antes mesmo do intervalo.
O planejamento de Abel Ferreira deu muito certo.
Três pontos conquistados, liderança absoluta do Brasileiro.
Jogadores poupados.
E mais confiantes para a partida mais importante, até aqui, de 2022.
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